segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PAÚL, NÃO ENTENDO VOCÊ!

Prezados leitores, eu tenho ouvido essa expressão constantemente desde o momento que começou a criar corpo a mobilização pelo desencadeamento de uma greve na Polícia Militar, movimento que se espalhou pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Civil.
Em apertada síntese, ouço o seguinte questionamento:
Paúl, não entendo você! Você sofreu e sofre represálias do governo Sérgio Cabral (PMDB), acumula uma série de prejuízos. Você sempre atuou de forma vibrante no "Movimento Fora Cabral!" e, no momento de dar o troco, jogando gasolina na fogueira do movimento grevista, você age na direção contrária e se coloca a favor da operação tolerância zero, ao invés da greve que desmoralizaria o governador, o secretário de segurança e o comandante geral da PMERJ e do CBMERJ, assim como, a chefe da PCERJ.
É isso! Dito ou escrito de maneiras diferentes, o núcleo do questionamento é esse, o qual tem aumentado com o passar dos dias e o crescimento da força do movimento grevista.
O retrato da situação que está sedo construída apresenta Cabral, Beltrame e Costa Filho, um ao lado do outro, todos na beira de um abismo e eu com a possibilidade de dar os empurrões.
Eu sou forçado a concordar, penso que a postura que a maioria esperava de mim passa por discursos inflamados no caminhão de som, conclamando todos para a greve, mesmo entendo a ilegalidade do movimento. Se eu fosse candidato a algum cargo eletivo em 2012, essa postura era lógica. Todos os pré-candidatos devem ter avaliado que vale a pena incitar a greve mesmo praticando um crime, pois os dividendos eleitorais poderão ser compensadores. Isso sem falar na clara possibilidade de no futuro ser beneficiado com essas anistias que estão em moda pelo Brasil.  Em termos políticos, analisando a relação custo-benefício, a opção por gritar pela greve nos microfones em todas as mobilizações, ganha fácil. No meu caso eu ainda teria a grande satisfação pessoal de ver esse péssimo governo acuado, um governo que tanto mal tem feito ao Rio de Janeiro e aos serviços públicos.
Os que acham que eu deveria jogar gasolina têm razões para pensar em tal direção, todavia, esclareço que em nada me interessa colocar o governo Sérgio Cabral (PMDB) contra a parede, sem que isso traga qualquer benefício para a população e para os Policiais Militares, Bombeiros Militares e Policiais Civis. Colaborar para a destruição do governo Sérgio Cabral (PMDB), sem que isso contribua para a reconstrução das instituições da área da segurança pública, nada me acrescentraria, embora seja um crítico ácido de Sérgio Cabral e seus prepostos, desejoso que ele e sua turma deixe o governo o mais rapidamente possível, não jogarei gasolina.
Apesar dessas verdades, não estou fugindo da luta, ao contrário, estimulo o desencadeamento de uma Operação Tolerância Zero (Padrão) que teria efeitos muito semelhantes a uma greve e sem qualquer risco para os que  desenvolvessem. O governo ficaria acuado no canto, apanhando a cada dia que passasse com a operação em desenvolvimento. A tolerância zero pelo menos poderia anteceder a decisão pela greve.
O meu objetivo com esse artigo é explicar o que tem feito com que a minha postura esteja sendo mais discreta, sem um galão de gasolina na mão. Por favor, não entendam esse meu posicionamento como uma manifestação contrária aos que estão incitando a greve, ato que considero muito corajoso. Estimular e/ou fazer greve é uma decisão pessoal, fazer isso sem interesses eleitorais deve ser avaliado como um ato de destemor incomum. Lembro que nós, os inativos, nem podemos decidir pela greve, a não ser apoiando os mobilizados, pois não podemos querer que os ativos corram os riscos que não corremos quando estávamos na ativa.
Eu quero Sérgio Cabral (PMDB) fora do governo e rápido, nunca escondi isso, mas tenho que ser coerente com as minhas convicções. Não vou sair por aí dizendo que não tenho nada contra o governo e contra os comandos (chefes) e, simultaneamente, estimulando a greve, uma ação direta contra esses que dizem não terem nada contra. Não vou repetir o que fizeram com o comandante geral da PMERJ, quando entregaram propostas e afirmaram que aguardariam a sua resposta, mas que poucos dias depois caminhavam em frente ao QG gritando greve, sem esperarem a resposta. Eu não consigo agir assim, quem quiser que o faça, por sua conta e risco.
Por derradeiro, deixem eu entrar na trincheira, pois vem chumbo grosso nos emails e nos comentários.
Juntos Somos Fortes!

11 comentários:

Anônimo disse...

mas e a desembargadora?
a palestra foi em vão?

Anônimo disse...

Caro Cel Paul,
O senhor acha que todos os líderes do movimento que estão enganjados nesta luta contra a covardia que o governo nos impõe são pré candidatos e querem apenas se autopromoverem?
Na época de sua candidatura para Deputado Federal, o Sr subia em carros de som, panfletava e exigia as mesmas coisas do governo do estado, sem entanto conclamar para
a greve é verdade, mas por trás de todo o trabalho contra a imagem do Governo havia ou ainda há o singelo desejo de virar político. Eu acho que é por isso que o Sr vê semelhanças e não quer concorrência com seu
eleitorado.

Anônimo disse...

Cel. Paúl, falando dessa maneira, em operação tolerância zero, o senhor nos expõe ainda mais. Pense bem, um cidadão comum que ouvi isso da boca de um policial logo vai pensar que em condições "normais" o mesmo policial é omisso e fecha os olhos para a grande maioria dos erros. Como acreditar em alguém que reivindica algo trabalhando certo? Como? TOLERÂNCIA ZERO, É NOSSO DEVER AGIR ASSIM!
Paralisação dos serviços prestados, é a maneira correta do trabalhador honesto e que não compactua com o jeitinho, reivindicar os seus direitos.
Levantar a bandeira da tolerância zero é tirar de nossas mãos o galão de gasolina e entregar um balde de água fria ao governador.
Pense nisso

SD PM

Alexandre, The Great disse...

Eu e meus Exércitos ombreamos, diversas vezes, com o sr. em atos e passeatas onde o FOOOOORA CABRAL era berrado a plenos pulmões.
Lembra-se do ato na Candelária onde a Bandeira Nacional foi "arriada" do caminhão de som da ASSINAP e o sr. foi impedido de usar o microfone para gritar FORA CABRAL? Lembra-se que marchamos sob forte chuva pela Av. Rio Branco até a Cinelândia?
Pois é. É por isso que alguns não entendem. Mas aceitamos as explicações, realmente a luta tem que "valer a pena", o que significa AUMENTO DE SALÁRIO(neste momento).
JSF

Anônimo disse...

Acho que a conta em risco é de todos,a greve vai acontecer queiram ou não ,mudariam as escalas dia 02 de fevereiro de 2012,respostas suprimiriam muitos setores e a população sairia prejudicada,isso foi ouvido da boca de um p1 de unidade.
Pois bem a família do policial pode arcar com sua ausência,uma responsabilidade do estado, segurança publica jogada nas costas dos familiares de policiais .
De um aumento adequado a todos os que prestam e que um dia prestaram serviço nas fileiras do estado,pague hora extra ao policial que por necessidade tenha que trabalhar em escalas de 24 por 48,pois sabendo que trabalhando nessa escala ,mas levando uma vida digna dentro do lar,esse policial servirá e protegerá a população com vontade com prazer.
Quando não se consegue fazer com que seus subordinados diretos p1 p2 p3 p4,cmt e sub cumpram suas ordens ,nunca conseguirá segurar a tropa pois perde a moral,o que estava ao alcance do cmt geral ,não foi cumprido por seus cmt de batalhões ,que era o minimo que ele poderia ter feito ,acha que esse oficial ainda tem o apoio da tropa nesse momento,ainda vós digo que nesse momento a meu ver a paralisação,nome adequado a militares ordeiros ,está interessando do recruta ao cmt de batalhão.

S disse...

Em tempo continuo aguardando a solicitação que fiz ao sr. sobre o impedimento legal de movimento paredista das policias e dos bombeiros bem como a todos os oficiais PM, BM, Del. Pol e também ao procurador geral do Estado, já fiz várias solicitações nesse sentido e o sr. não responde como nem mesmo vem publicando, por quê será; acredito que o sr. somente fala com conhecimento de causa. Juntos somos forte,

SGT PM Marcus Saldanha disse...

Em tempo continuo aguardando a solicitação que fiz ao sr. sobre o impedimento legal de movimento paredista das policias e dos bombeiros bem como a todos os oficiais PM, BM, Del. Pol e também ao procurador geral do Estado, já fiz várias solicitações nesse sentido e o sr. não responde como nem mesmo vem publicando, por quê será; acredito que o sr. somente fala com conhecimento de causa. Juntos somos forte,

Anônimo disse...

Cel Paul

Sou seu admirador mas temo que a sua posição, pelo menos quanto à ilegalidade da greve, está equivocada.
Uma EC de 1998 desvinculou os militares dos Estados e Territórios dos Militares Federais, deixando que a legislação ordinária de cada ente federativo discipline a questão.
Estamos em um vácuo legal onde o Legislador constituinte disse, embora tacitamente, que os militares federais são diferentes dos estaduais, proibindo a greve aos primeiros e silenciando quanto aos segundos.
Quanto ao valor prático deste instrumento, a greve, talvez seja uma incógnita já que é usado em nosso Estado pela primeira vez.

Penso apenas que a população não deveria pagar pelos desmandos desse governador insano.

Boa sorte a todos nós.

Ass: Bombeiro sem nenhuma gratificação

SGT PM Marcus Saldanha disse...

CelPaul comente e poste meus comentários, pós o Sr. estaria tando uma grande contribuíção por sua parte.

Anônimo disse...

A QUESTÃO NÃO É SÓ O AUMENTO SALARIAL NÃO !!! TEM A CARGA HORÁRIA QUE CHEGA A 60 HORAS SEMANAIS, ENQUANTO NA CLT É DE 44 HORAS SEMANAIS TEM A HORA EXTRA QUE NÃO É PAGA. TEM O FIM DO RANCHO QUE É UMA REINVIDICAÇÃO MUITO ANTIGA. NOVO RDPM E ESTATUTO ADICIONAL NOTURNO VALE TRANSPORTE PARA TODOS
ADICIONAL PERICULOSIDADE E ADICIONAL INSALUBRIDADE, OU ALGUÉM CONHECE PROFISSÃO MAIS PERIGOSA OU INSALUBRE QUE A DE POLICIAL MILITAR !!! TEM A QUESTÃO DA CARTA PATENTE QUE SÓ É DADA AOS OFICIAIS. TEM O FIM DOS ABONOS E A INCORPORAÇÃO DELES NO CONTRA CHEQUE A TÍTULO DE SALÁRIO. TEM A DATA BASE.
ATUALMENTE TEMOS DIVERSAS POLÍCIAS DENTRO DA PMERJ NO QUE DIZ QUESTÃO AO SALÁRIO: O BOPE - RECEBE R$ 1.500,00 A MAIS QUE QUALQUER UM NA PMERJ, FAZENDO QUE UM SOLDADO DO BOPE GANHE MAIS QUE UM TENENTE DA CHAMADA POLÍCIA CONVENCIONAL, GERANDO UM DESCONFORTO MUITO GRANDE ALÉM DE FERIR O PRINCÍPIO DA ISONOMIA
O BP/CHOQUE - RECEBE R$ 1.000,00 A MAIS QUE QUALQUER UM NA PMERJ, FAZENDO QUE UM CABO DO BP/CHOQUE GANHE MAIS QUE UM TENENTE DA CHAMADA POLÍCIA CONVENCIONAL, GERANDO UM DESCONFORTO MUITO GRANDE ALÉM DE FERIR O PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
A UPP - COMANDANTE RECEBE R$ 1.000,00 , SUB-COMANDANTE RECEBE R$ 750,00 E DEMAIS INTEGRANTES RECEBE R$ 500,00, ALÉM DE TODOS SEREM DESARRANCHADOS (RECEBEM R$ 180,00 POR MÊS PARA SE ALIMENTAR). ISTO CAUSA UMA ANIMOSIDADE ENTRE OS CONVENCIONAIS E OS DA UPP SEM TAMANHO.
NÓS POLICIAIS CONVENCIONAIS RECEBEMOS R$ 350,00 (POEPP) SÓ PARA OS APTOS, SEM FALAR QUE OS INATIVOS E PENSIONISTAS NÃO GANHAM NADA. SE O POLICIAL SE REFORMAR, FOR PRA RESERVA REMUNERADA,ENTRAR DE LICENÇA ESPECIAL, FOR FERIDO, SOFRER ACIDENTE, ETC ... PERDE ESTA GRATIFICAÇÃO !!!
COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, É UMA GRATIFICAÇÃO QUE É DADA E TIRADA QUANDO O GOVERNADOR QUISER. ELA NÃO É SALÁRIO, QUANDO FOR PARA A RESERVA REMUNERADA E/OU REFORMA, ELA SE EXTINGUE. ALÉM DE GERAR DISCREPÂNCIA ENTRE OS POLICIAIS E DE SER DESAGREGADORA DE VALORES !!!

Anônimo disse...

Cel Paul, o senhor está se queimando, ou deve estar se vendendo, seja o que o srº é, não o que falam para o srº ser, um abraço.