BLOG DO CORONEL PM JORGE DA SILVA.
PMs, BMs E AS GREVES. ATÉ QUANDO?
4 de fevereiro de 2012.
Lê-se em manchete de O Globo deste sábado, 4 fev 2012: “Com PMs em greve, Bahia enfrenta caos na segurança”. Arrastões, saques, comércio fechado, assassinatos em série, insegurança e medo, deslocamento de efetivos das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança etc.
No Rio de Janeiro, depois do movimento dos bombeiros no ano passado, inclusive com a invasão do Quartel Central, anuncia-se uma greve conjunta de policiais militares, bombeiros militares e policiais civis. Tudo somado a outras greves e rebeliões acontecidas ultimamente Brasil afora, como, por exemplo, as dos PMs/BMs do Maranhão e do Ceará, no final do ano passado e início deste. Também ali, arrastões, insegurança e medo, e emprego do Exército e da Força Nacional. Depois, prisões dos líderes. Depois, anistia. Virou um padrão, que funciona assim: PMs e BMs consideram que seus pleitos não são atendidos; anunciam greve e promovem manifestações; o governo não aceita as pressões, considerando o movimento ato de indisciplina; a tensão aumenta; um juiz declara ilegal a greve (como se fosse necessário um juiz dizer que greve de militar é ilegal; claro que, formalmente, é, porém essa é outra questão); os grevistas-manifestantes não recuam; o medo coletivo se instala; são acionadas a Força Nacional e/ou as Forças Armadas; os líderes são presos por seus comandantes e enquadrados criminalmente; a greve aos poucos chega ao fim, geralmente com alguma concessão salarial, ou nenhuma; e finalmente os líderes são anistiados, de forma geral e irrestrita… Então, tudo volta à estaca zero, até que novas greves de PMs e BMs eclodam, com o poder torcendo para que não sejam muitas ao mesmo tempo (…).
Padrão perverso. Vitimiza, em primeiro lugar, a população; em segundo lugar, os próprios PMs e BMs e suas corporações (aliás, fica a impressão de que a Força Nacional, integrada por PMs e BMs, foi instituída para reprimir PMs e BMs…). Sem considerar que tal padrão, em vez de afirmar a autoridade do Estado, debilita-a, já que, no fim das contas, com a anistia, as autoridades acabam legitimando as greves e os atos que, antes, chamaram de indisciplina, baderna e vandalismo (não se pense que sou contra a anistia; sou contra esse padrão perverso).
Fica a pergunta: a quem atribuir responsabilidades? Não basta atribuir culpa pela violência e os transtornos gerados pelas greves de PMs e BMs apenas aos próprios PMs e BMs. Impõe-se perguntar também: a quem atribuir responsabilidade pelo padrão maquiavélico utilizado para lidar com o problema?
Será que a classe política não percebe que se trata de uma questão nacional? Que as PMs e BMs, no seu conjunto, como forças auxiliares e reserva do Exército que são, constituem uma instituição nacional? Até quando teremos de conviver com o duplo paradoxo? Por um lado, insegurança e caos provocados por quem tem o dever de garantir segurança e tranquilidade à população; por outro, insegurança profissional de quem, detentor de parcela de autoridade pública e autorizado a usar a força (e armas de fogo), não tem as necessidades básicas atendidas, suas e de sua família. Receita explosiva. Insustentável.
As obrigações e responsabilidades funcionais dos PMs e BMs são diferentes, com desvantagem para eles, daquelas devidas pelos trabalhadores em geral, pelos policiais civis e pelos militares das Forças Armadas, como demonstrei em postagem anterior (DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DOS PMs). Se interessar, conferir em http://www.jorgedasilva.blog.br/?p=16 .
Em tempo: O que a classe política tem a dizer da PEC 300 (Proposta de Emenda Constitucional 300), já aprovada em primeiro turno na Câmara, e que institui piso salarial para os PMs e BMs do País? E o “fundo nacional” para financiá-la?
Juntos Somos Fortes!
2 comentários:
ATENÇÃO PAGUEI UM CARRO DE SOM, ESTOU DIVULGANDO A NOSSA PARALISAÇÃO ,PARA O PROXIMO DIA 10,QUEM PUDER FAÇA O MESMO,INTERIOR 10BPM MIGUEL PEREIRA ,PORTELA E PATY DO ALFERES,VAMOS COM TUDO ,NOS VAMOS CONSEGUIR O NOSSO OBJETIVO,JUNTOS VENCEREMOS. PM, BM E CIVIL.
Não me lembro de haver visto o Cel Jorge da Silva nos últimos 5 anos. Por que daria relevancia ao que escreve agora?
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