sábado, 28 de janeiro de 2012

AS MÁFIAS ESTÃO SE IMPLANTANDO NO RIO DE JANEIRO E NO BRASIL.

Prezados leitores, bom dia!
Tenho escrito com frequência que ler livros sobre a máfia italiana é uma excelente maneira para entender as organizações criminosas que estão se infiltrando nos poderes executivo, judiciário e legislativo do Brasil e nas empresas privadas que se relacionam com os seus integrantes. Inclusive recomendei a leitura de "Gomorra" (Roberto Saviano) e "História da Máfia" (Salvatore Lupo). Eles são excelentes para que se possa entender as máfias do Rio de Janeiro, por exemplo. Além deles, agrega conhecimentos também fundamentais para a compreensão do tema o livro Honoráveis Bandidos (Palmério Dória).
Hoje O Globo publica uma entrevista com o desembargador Marcus Faver, ele cita as organizações mafiosas. Recomendo a leitura atenta.
O GLOBO:
Faver sobre venda de sentenças: se for juiz, deve ser enforcado.
Presidente de conselho de TJs diz que debate sobre poder do CNJ foi superado.
TERESINA - O presidente do Conselho Permanente dos Tribunais de Justiça do Brasil, o desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marcus Faver, disse nestaz sexta-feira que juiz que vende sentenças “deve ser enforcado em praça pública”.
- É muito grave (venda de sentenças), é gravíssimo. Se há isso, é crime, e o autor disso, me desculpe a expressão, se for um juiz, deve ser enforcado em praça pública.
Ele disse ainda que a ação do crime organizado no país hoje tem semelhança com o que ocorreu na Itália nos anos 80 e 90, quando havia infiltração criminosa em órgãos do governo.
O GLOBO: O que o senhor acha da polêmica sobre manter os poderes do Conselho Nacional de Justiça?
MARCUS FAVER: Não se discute poderes do Conselho. Os poderes do Conselho estão fixados na Constituição, na Emenda Constitucional 45. O que se está discutindo é o momento da atuação do Conselho, porque, quando no Direito há dois órgãos se afirmando competentes, existe o conflito de competência, que tem que ser dirimido. Na técnica judiciária, só um órgão pode ser competente para cada questão. Não podem existir dois órgãos, ao mesmo tempo, competentes. Isso é uma afronta à técnica do Direito. Caberá ao Supremo resolver essa questão.
Essa polêmica não pode retomar a discussão na sociedade sobre o controle externo do Judiciário?
FAVER: Não. Essa questão está superada. Nenhum tribunal questiona o CNJ.
A imprensa tem denunciado gravações apontando venda de sentenças por juízes...
FAVER: Isso é muito grave, gravíssimo. Se há isso, é crime e o autor disso, me desculpe a expressão, se for um juiz deve ser enforcado em praça pública.
Quem vende sentença tem que ter essa punição?
FAVER: A punição maior. Um enforcamento em praça pública
Em sua palestra no Conselho Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, o senhor relatou seu encontro com o juiz Giovanni Falcone (que combateu a máfia siciliana e a corrupção política, nas décadas de 80 e 90), quando veio ao Brasil no caso da extradição do mafioso Tommaso Buscetta, e tirou alguns ensinamentos. Quais?
FAVER: O ensinamento dele é que o juiz tem que ter coragem, tem que ter determinação, tem que ter a certeza de que ele tem que ter espírito público, em defesa da sociedade. Há uma identificação muito grande da situação da Itália com a situação do Brasil. Na Itália, a máfia toma certos setores do governo e, no Brasil, o crime organizado toma certos setores do governo. Então, essa similitude política e social é muito relevante. Há outro fato: da mesma forma que aconteceu na máfia, os juízes foram assassinados ao combatê-la. No Brasil, está acontecendo a mesma coisa. Essa similitude faz com que a gente tenha Falcone como uma referência muito grande.
O senhor disse que estão aumentando as ameaças.
FAVER: Na medida em que o Judiciário é chamado a resolver questões políticas e econômicas de relevantes interesses, as ameaças aumentam.
Alguns juízes também podem, em vez de combater a máfia, ser a própria máfia?
FAVER: Claro que pode. Todos os setores, não excluo o Judiciário, claro que não. O problema existe em todos (Fonte).
Juntos Somos Fortes!

2 comentários:

Anônimo disse...

NO MÍNIMO, O MÍNIMO!

Salário Mínimo Necessário (capaz de atender às necessidades vitais básicas, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene e transporte, conforme determina o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal): R$ 2.349,26 (DOIS MIL, TREZENTOS E QUARENTA E NOVE REAIS E VINTE E SEIS CENTAVOS).

http://www.dieese.org.br/rel/rac/salminMenu09-05.xml

A PMERJ e o CBMERJ precisam de aproximadamente 110% de reajuste salarial para um Soldado receber o Salário Mínimo Necessário (R$ 2.349,26).

É importante destacar que os reajustes concedidos até o momento são inferiores à inflação no período e os SOLDOS PERMANECEM ABAIXO DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE (R$ 622,00), o que é imoral.

Sérgio Cabral quer que os Bombeiros e os Policiais Militares trabalhem de graça? O salário, que na verdade é uma pequena mesada, não paga nem as contas da casa, as despesas sem as quais os mesmos não sobrevivem!

Um Soldado PM não deveria ganhar menos de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) mensais. A verba referente à alimentação da tropa não tem sido reajustada, permanecendo abaixo de R$ 180,00, sendo que no Rio de Janeiro o valor médio que se gasta com as refeições por mês seguindo a jornada de trabalho do PM é de R$ 1.133,40. Acabar com o RANCHO seria bom para todos, pois teríamos mais policiais nas ruas e os mesmos poderiam comer bem, recebendo um cartão de alimentação por exemplo.

Alexandre, The Great disse...

Deveria ter agido dessa forma quando Presidiu o TJERJ, ou não existia "venda de sentenças" naquela época? Agora é mole falar...