UFF cria graduação em segurança pública
Autor(es): Leonardo Cazes.
Primeiro bacharelado do país na área vai formar profissionais para formular, planejar e executar políticas do setor
Daqui a quatro anos, uma turma de formandos da Universidade Federal Fluminense (UFF) receberá um diploma inédito no Brasil: bacharel em Segurança Pública. O curso foi criado no fim do ano passado, e suas 60 vagas estão disponíveis para os estudantes que fizeram o Enem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, cujas inscrições começaram ontem.
Mas, antes mesmo do início das aulas, a nova graduação divide opiniões. O curso foi criado com o objetivo de formar quadros para atuar no planejamento, formulação e execução de políticas de segurança pública, atualmente a cargo de policiais civis, militares e federais.
Professor quer uma alternativa à formação atual
Para o idealizador do bacharelado, o professor Roberto Kant de Lima, nem os currículos das academias de polícia nem das faculdades de Direito conseguem oferecer a formação necessária. Na sua opinião, essas instituições preparam os profissionais para atuar não na "perspectiva da sociedade, mas do aparelho de repressão do Estado".
- Nas faculdades de direito, não se discute segurança pública, mas, sim, como aplicar as leis existentes. As academias militares, por exemplo, ensinam a ser militar, e não a ser policial. A lógica é sempre a da repressão - afirma ele. - Pretendemos intervir nesse mercado. A ideia é criar uma alternativa para os órgãos e institutos de segurança, públicos e privados, para que possam contratar pessoas com uma formação que não seja pensada na associação entre segurança pública e polícia.
O curso está vinculado à Faculdade de Direito da UFF e será ministrado em parceria com o Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (Ineac). Em instituições privadas, existem cursos superiores de tecnologia na área, com duração de dois a três anos, mas esse é o primeiro bacharelado.
Alunos terão aula de mediação de conflitos
Os futuros estudantes do curso terão aulas de administração e mediação de conflitos, teoria do direito, sociologia e antropologia, além de dois estágios obrigatórios. Para Kant de Lima, essas experiências práticas serão importantes para apresentar os novos profissionais ao mercado.
O coronel da polícia militar Robson Rodrigues, ex-comandante das UPPs e mestre em antropologia, elogia a proposta. E acredita que egressos do curso podem, no futuro, entrar para a corporação.
- Entender que a segurança pública é de natureza civil é muito importante, pois ela não fica mais fechada dentro de quartéis e delegacias. Avança no nosso processo de consolidação democrática. É uma boa notícia não só para as polícias e secretarias, mas para a sociedade como um todo. A própria PM tenderá a aproveitar quadros de graduações diversificadas, e essa pode entrar no rol das exigidas - disse Rodrigues.
Juntos Somos Fortes!
3 comentários:
Sensacional: um bando de estudantes maconheiros tendo aula com policiólogos egressos de cursos 100% 171 como sociologia e outros bla-bla-blás, que após saírem da faculdade se sentirão no direito de acharem que possam nos ensinar segurança pública e se sobrepor à PMERJ. Aos Coronéis recomendo que abram os olhos com mais essa artimanha de gente que deseja nos subjugar a todo custo.
Qual é o medo afinal? Esses "policiólogos" que o Sr. faz questão de denominar é que estão preocupados com a segurança pública e não os coronéis em sua zona de conforto, não acha? Ledo engano, ninguém tem a REAL intenção de se sobrepor a ninguém, mas quer se fazer um ajuste curricular, onde nos cursos administrados nas Academias esses temas não são tratados, entende? Afinal, vamos combinar? Estamos aqui para somar!!!Não sou do curso, mas já estudei lá e garanto que se é da Coordenação do Comendador do Kant de Lima e equipe está muito bem encaminhado. Parabéns, profissionais da segurança pública - é uma conquista inimaginável!!!
Poxa,eu passei pra este curso da UFF,não fui por causa do preço da passagem e por ser tarde(tá complicado pra uma menina sair à noite no RJ) e não sou maconheira socióloga,nem ultra-direitista,acho que vcs estão se precipitando e equivocados quanto ao perfil dos alunos do curso!
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