CORONEL PAÚL - PRETENSÕES - RESPONDENDO UM COMENTÁRIO.

COMENTÁRIO POSTADO:

"Boa tarde, Cel Paúl. Fui mot de um Cel PM, amigo do sr. Conheci o sr nas idas e vindas ao QG na época que o sr era o corregedor. Gostaria de fazer algumas perguntas ao sr e espero que não me interprete mal. Estas respostas seriam para que acabasse com algumas dúvidas em relação ao sr.

1) Qual a intenção do sr, já que está fora dos planos do governo?

2) O que teria motivado o sr a unir-se aos praças da PMERJ?

3) Seria uma forma de corrigir algum erro da sua gestão como corregedor,já que todos nós erramos?

Por gentileza, me desculpe, mas tudo isso é para que este processo tramite na mais profunda clareza.

Um abraço, estamos juntos nessa caminhada e fique com DEUS...

Sargento PM Carlos.

Comento:

Agradeço o comentário e passo a responder as perguntas, conforme o prometido, as quais repito para a facilidade do entendimento de todos e de todas.

1) Qual a intenção do sr, já que está fora dos planos do governo?

Carlos, quando iniciamos a nossa luta contra a subserviência da PMERJ ao poder político, isso em 2006, demos o pontapé incial nessa luta institucional com o ajuizamento de ação contra o governo Rosinha Garotinho, em razão do "escândalo" das promoções políticas ao posto de Coronel. Eu e o Coronel PM esteves fomos os únicos a ajuizar a ação, nem os Tenentes Coronéis que foram preteridos (prejudicados), ombrearam conosco, só reclamavam pelos cantos, inclusive no gabinete do Corregedor Interno. hoje muitos são Coronéis, um ou outro ainda me critica, embora tenha usado meus ombros nas suas lamúrias. Ainda em 2006, eu e o Coronel PM Esteves, começamos a implementar a ideia da criação de um grupo de Coronéis, que pudesse dar sustentação ao Comandante Geral, para que lutasse pelos interesses corporativos, dizendo não ao governo sempre que fosse necessário. A subserviência ao poder político já era muito grande na época. O grupo só foi consolidado em 2007, os Coronéis Barbonos, penso que o restante dessa história você já conhece (mande seu endereço que encaminharei o livro que escrevi sobre essa época). Portanto, eu fazia parte dos planos do governo quando comecei a lutar (Fui Corregedor em dois governos e em dois Comandos Gerais) e nunca tive preocupação de deixar de fazer parte. Hoje, além de não fazer parte, sou considerado inimigo do governo, infelizmente, sou considerado inimigo também por alguns integrantes da Corporação, que não comungam do nosso idealismo. Apesar dessas verdades, nunca desisti. Após o fracasso da mobilização de 2007/2008, tive a compreensão que precisávamos construir uma mobilização eterna na   PMERJ e no CBMERJ para que pudéssemos enfrentar o poder político, uma mobilização que nunca mais parasse, um despertar do gigante. Passei a fazer dezenas de atos públicos, alguns sozinho, para não deixar a chama apagar. Comecei a luta pela PEC 300 no Rio de Janeiro (ninguém falava sobre isso), organizei e financiei a primeira marcha em Copacabana, isso em 2009. Fui à  Brasília lutar pela PEC, me candidatei a deputado federal dentro de um suposto projeto nacional (depois soube que isso nunca existiu) de eleger PMs e BMs em todo Brasil, para lutar pela aprovação da PEC. Não investi na campanha, pois como ex-Corregedor Interno não tinha chance de obter votos de parcela significativa da tropa. Gastei dos meus recursos cerca de R$ 3 mil, não fui eleito e nem sei como consegui mais de 3.000 votos, pois na PM sou visto como um carrasco pela "banda podre", pelos omissos oportunistas e pelos desinformados. Ingressei de corpo e alma na mobilização dos Bombeiros em 2011, desde o primeiro ato e ajudei no que foi possível, elogiando acertos e criticando erros. Hoje continuo mobilizado, pois tenho certeza que temos que construir uma estrutura que nos permita estar sempre em condições de mobilização. No domingo estarei em Copacabana. Vitoriosa ou não a atual mobilização, eu continuarei mobilizado. Por derradeiro, não tenho pretensão de concorrer nas eleições de 2012.

2) O que teria motivado o sr a unir-se aos praças da PMERJ?

3) Seria uma forma de corrigir algum erro da sua gestão como corregedor, já que todos nós erramos?

Carlos, optei por responder logo as duas perguntas. Você cometeu um erro, afinal, como escreveu, todos erramos e eu certamente cometi erros não só na função de Corregedor Interno, mas nas outras que desempenhei em mais de 30 anos de serviço, unicamente na Polícia Militar, nunca fui cedido a qualquer outro órgão, não aceitei os convites que surgiram em diferentes momentos da minha vida profissional. Eu "não me uni aos Praças", essa é uma interpretação equivocada, fruto certamente da minha participação no movimento SOS Bombeiros. Primeiro, nunca estive separado dos Praças, isso pode ser confirmado conversando com qualquer Praça que tenha trabalhado comigo e não custa lembrar que eu fui Corregedor de 10 MAI 2005 até 25 JAN 2088, período que não representa nem 10% da minha vida profissional. A fama de carrasco é própria da função. Aliás, a função é tão ruim que conheço alguns Coronéis PM que foram convidados em diferentes épocas e recusaram a função, você sabia?  Eu luto pelas instituições, esse é o objetivo, lutando por elas, luto pelos seus integrantes, uma consequência natural. Em alguns momentos, acabo lutando por um grupo de Praças, como ocorreu no caso da Operação Duas Caras (Polícia Civil), outras vezes luto por um grupo de Oficiais, como no caso das "milícias de Niterói" e luto até em casos isolados, mas a intenção é lutar pelas instituições. A minha insistência no sentido de que os Oficiais PM + BM integrem o movimento, por exemplo, caminha nessa direção. A luta não pode ser dos Praças, tem que ser de todos e de todas. Luto por instituições, tanto que já participei de outros atos públicos do funcionalismo do RJ (educação, saúde e outros). Portanto, Sgt Carlos, se alguém disser para você que eu luto pelos Praças, por favor, desminta, isso é uma mentira, eu luto por uma PMERJ valorizada, qualificada e que olhe "olhos nos olhos" do poder político, o contrário da atual que é desqualificada, desvalorizada e está de joelhos diante de Sérgio Cabral, essa Polícia Militar me envergonha e envergonha todos que ainda possuem um mínimo de amor corporativo correndo nas veias.

Carlos, espero ter respondido aos seus questionamentos. 

Conte comigo, eu conto com você.

Juntos Somos Fortes!