segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A PEÇA NEM E O QUEBRA-CABEÇA DA ROCINHA.

Prezados leitores, bom dia!
Nos últimos quatro anos construímos no Rio de Janeiro um grupo multiprofissional que comenta segurança pública frequentemente na internet, a mídia independente. Concordamos e discordamos, atacamos as contrárias e defendemos as nossas opiniões, mas ainda não aprendemos a construir opiniões compartilhadas que possam promover as mudanças que a área necessita e com urgência, considerando a falência das nossas instituições policiais, inteiramente submissas a um poder político que não demonstra qualquer preocupação com o policial e nem com as instituições policiais. É preciso transformar esse grupo em uma massa crítica que possa produzir conhecimento, promover mudanças e defender os interesses institucionais, antes que seja tarde demais para salvar a Polícia Militar e a Polícia Civil.
Na busca desse objetivo temos alterado o nosso espaço democrático gradualmente na direção de transformá-lo em um fórum onde possamos não só apresentar nossas opiniões, mas acima de tudo expressar versões diversas para a realidade que vivemos no Rio de Janeiro, onde parte significativa da mídia divulga insistentemente a versão oficial, o que acaba transformando a versão em verdade absoluta. Obviamente, o nosso objetivo não é construir mentiras para opor às versões oficiais, isso nunca, mas discutir possibilidades que a mídia engaveta ou que nem tem a capacidade de apresentar.
É preciso ainda aprendermos a analisar todos os aspectos que envolvem cada fato, não tomando o todo pela parte ou a parte pelo todo, como vemos constantemente na imprensa fluminense.
Caros leitores, não temos dúvidas que a forma como a Rocinha foi ocupada, sem qualquer resistência, surpreendeu a todos, assim como, a forma como Nem foi “preso”, como tratamos em artigos anteriores. As versões oficiais para os dois fatos foram e ainda são exibidas pela mídia, uma exposição positiva que os políticos estão aproveitando muito bem, nada mais normal.
Sem querer macular a versão do governo, convidamos os leitores para algumas reflexões.
Inicialmente, voltemos no tempo para lembrar os boatos que circularam sobre a existência de um “acordo” na época em que o governo precisou realizar obras do PAC no Complexo do Alemão, isso para evitar que o tráfico atrapalhasse as obras. Nunca esse acordo foi comprovado, mas as obras do PAC se desenvolveram e sem maiores problemas com os traficantes.
No ano passado o Complexo do Alemão foi ocupado, antes do planejamento da secretaria de segurança, como o próprio secretário deixou claro. A versão oficial para a antecipação da ocupação foi no sentido de que foi para deter os atos de vandalismo que estavam sendo praticados pela cidade, atribuídos aos traficantes da facção que ocupava (ocupa) o Complexo, ações que seriam represálias contra as UPPs. A antecipação fez com que o Exército Brasileiro fosse obrigado a ocupar a área, pois a Polícia Militar não tinha efetivo pronto para implantar as UPPs no local.
Um ano se passou e o Exército não vê a hora de sair do Complexo, não só pelo desgaste que tem enfrentado, mas por questões econômicas, tendo em vista o custo altíssimo da ocupação.
Nesse quadro a implantação de UPPs no Complexo era (é) a prioridade, salvo melhor juízo.
Eis que repentinamente o governo estadual resolve ocupar a Rocinha, sem resolver o problema das UPPs do Complexo.
Isso não é lógico.
O que teria ocorrido para que o governo contrariasse a lógica?
Por que de uma hora para a outra a ocupação da Rocinha ganhou urgência?
Outro componente do mistério foi a forma como o traficante Nem foi preso, interceptado quando estava indo se entregar à Polícia Civil, como Policiais Civis declararam e explicaram publicamente com detalhes.
Especulando, dano asas à imaginação:
Será que Nem resolveu se entregar em razão da ocupação da Rocinha ou a Rocinha foi ocupada em razão de Nem querer se entregar com urgência?
Existem peças faltando nesse quebra-cabeça.
Juntos Somos Fortes!

Um comentário:

subten pm honesto disse...

cel se o traficante NEM ia se entregar por que ele estava escondido dentro do porta-malas,e a mochila com os 180 mil reais encontrada com ele será que era para ele comprar balas juquinha assim que fosse preso,as autoridades da segurança do RJ estão nos querendo fazer de palhaços.mas uma vez prevaleceu o "porcorativismo"é isso mesmo que eu quis escrever por causa da porcaria que está o governo do RJ