domingo, 20 de novembro de 2011

O TRAFICANTE NEM IA SE ENTREGAR.

Prezados leitores, bom dia!
O importante é que o traficante Nem está atrás das grades.
Nem está fora do Rio de Janeiro.
Em artigo anterior (link) fiz uma instigação para reflexões sobre a prisão do traficante. Nem foi preso por Policiais Militares quando estava em fuga ou quando estava indo se entregar para Policiais Civis?
Além disso, por que Nem se entregaria?
Prezados leitores, eu arriscaria minhas fichas na versão de que Nem foi preso quando estava indo se entregar, mas não tenho como comprovar, seria uma aposta.
Penso que a análise de todos os dados conhecidos sobre o fato direciona para tal opção, além disso, temos a versão de Policiais Civis que indicam tal possibilidade como sendo a real.
Comecemos analisando a outra possibilidade, a fuga.
Primeiro temos que lembrar que o traficante Nem teria uma infinidade de formas de fugir da Rocinha, caso essa fosse a sua intenção. Inclusive antes do início do cerco, pois a ocupação foi anunciada com grande antecedência. Assim sendo, o maior obstáculo para a fuga seria a disponibilidade de recursos financeiros para se manter. Segundo a Polícia Federal Nem arrecadaria R$ 10 milhões a cada mês, informação que Nem teria negado em depoimento (Revista Época), afirmando que arrecadava R$ 1 milhão. Seja qual for a verdade, juntando esses dados ao fato de Nem estar dominando a comunidade há mais de cinco anos, a soma nos leva a concluir que o traficante não teria qualquer problema financeiro para se manter refugiado por muito tempo, em qualquer lugar.
Concluo que o traficante tinha ótimas condições para fugir.
Incluo o dado de que Nem poderia ser executado, caso fosse surpreendido na fuga por policiais da banda podre, como comentarei.
Nessa linha, caso estivesse em fuga quando foi preso, optou por um plano péssimo.
Então, aceitando que ele estaria se entregando, por que Nem se entregaria?
Concordo, essa opção não é a mais crível, mas analisando alguns aspectos ela ganha novas corres.
Não podemos esquecer que o governo estadual precisava prender alguém, isso porque depois de inúmeras denúncias, começou a pipocar na mídia críticas sobre o fato de que nenhum traficante era preso nas ocupações, eles eram transferidos, sobretudo na imprensa de São Paulo. Se pegarmos esse dado e adicionarmos o surgimento de comentários de que Nem estaria com medo de ser assassinado circulou (uma possibilidade real, pois ele é um arquivo sobre a banda podre das polícias que recebia propina dele), fica mais plausível a notícia oriunda de Policiais Civis no sentido de que ele estava negociando a sua apresentação com policiais de sua confiança, por assim dizer.
Sim, são especulações, mas ninguém pode discordar que a prisão de Nem cairia (como caiu) do céu para o governo estadual, portanto, não podemos desprezá-las. A existência de negociações é factível.
Diante do exposto, na nossa linha de raciocínio, Nem poderia fugir e poderia se entregar, mas que vantagem teria em se entregar?
A delação premiada?
Duvido que isso o fascinasse.
Se de fato ele estava indo se entregar, algo o obrigou a se entregar.
O que poderia ser?
Juntos Somos Fortes!

13 comentários:

Anônimo disse...

E o dinheiro na mala era pra que??
Devolver ao Estado??

Anônimo disse...

Sr Cel, obrigado por ter voltado, pois é o único que põe a "cara" (desculpe o termo) prá bater.
Quanto a prisão do traficante Nem, surge ao meu ver uma EMPIRE:
1) O traficante iria se entregar a P.C. por qual motivo? Autoconfiança?
2) por quê a P.C. "peitou" a condução do veículo e seus integrantes para a sede da P.F.? Não são todos autoridades policiais?
3) por quê o cidadão que compunha a comitiva do Nem, se identificou como "Cônsul do Congo", e exigiu a imunidade diplomática? Dando explicações esdrúxulas, no tocante a está transportando "valores" no interior do porta malas, quando a bem da verdade se tratava de um indivíduo foragido da justiça.
4) Por quê somente apresentá-lo na 15a.D.P.-Gávea?
5) Por quê esconder o traficante foragido da justiça na mala do veículo?
Em considerando que foi feito um "acordo" entre os P.C.s, os advogados e o traficante. Por quê o Alto escalão da PMERJ, da P.F. e do Ministério Público, não foram informados desta tal mediação, haja vista, os envolvidos sabiam que tratava-se de um indivíduo de alta periculosidade e, foragido da justiça, portanto teriam que estar alicerçado nos parãmetros da Lei, para praticar tamanha façanha policial. Este caso ao meu ver é uma EMPIRE!!!!

Anônimo disse...

A meu ver, ele estava fugindo.
Tomando-se essa premissa como verdadeira, toda a confusão criada pelos policiais civis e advogados afunda-se na lama da corrupção como é praxe acontecer.
O que fica faltando esclarecer? Somente o motivo de o traficante não ter fugido antes. Isso até o próprio Nem pode dizer.

Anônimo disse...

Amigos o mais escandaloso é que nenhum desses advogados e o tal representante do consulado foram presos em flagrante pelo crime de corrupção ativa.

Conforme prescreve o art. 333 do CP

Corrupção Ativa é: “Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”.

O crime aqui é formal, se consuma pelo simples fato de oferecer ou prometer vantagem indevida, portanto, os autores deveriam ser autuados e presos; fato que não aconteceu.
Os policiais não precisavam receber o dinheiro oferecido, mas caso tivessem recebido, seria o exaurimento do crime, que nada atrapalharia a prisão pelo fato do delito ser crime formal(Crime formal no Direito Penal Brasileiro ocorre quando a intenção do agente é presumida de seu próprio ato, que se considera consumado independentemente do resultado, como por exemplo, a falsidade de moeda, ainda que o objeto do delito (a moeda falsa) não venha a circular. Crime formal é aquele (crime) que se considera consumado independente do resultado naturalístico, isto é, não exige para a consumação o resultado pretendido pelo agente ou autor, ou seja, a entrega do dinheiro oferecido.
No crime formal o tipo (descrição do crime feita pela lei penal) menciona o comportamento e o resultado, mas não exige a produção deste último para a sua consumação.
Difere do crime material onde o tipo legal menciona a conduta do agente e o evento danoso, exigindo que este se produza para considerar-se o crime como consumado.

A corrupção do Estado está falando mais alta.
O pior disso tudo é que nem o Ministério Público como os demais órgãos de fiscalização não falam nada a respeito, tá todo mundo como o lula - "não vi nada, não sei de nada".
Ass: Oficial Superior da PMERJ

Anônimo disse...

Qual a vantagem em se entregar?
Fugir e curtir em liberdade como milionário, parece ser a opção mais interessante.
Qual a espectativa de se entregar? Responder a uma avalanche de processos de homicídios, narcotráfico,etc.
Acenar com prêmio de delação premiada? As consequências fatais levam a não considerar.

Anônimo disse...

Se ele estava indo se entregar, realmente é algo que ninguém sabe. Podemos apenas fazer apostas. Mas às pergutas feitas pelo anônimo acima, as respostas são muito fáceis:

1) Poderia ir se entregar, pq acha que preso ele estaria mais seguro que solto, e vai poder continuar mandando de dentro, e ainda ter direito a delaçáo premiada. Solto, poderia ser morto por algum PM com medo do que ele viesse a falar;
2) A PC "peitou" a condução do preso para a PF, porque os mandados todos de prisão contra o Nem são expedidos pela Justiça Estadual, e não há nada que atraia a atribuição da PF;
3)Se por acaso ele estava realmente indo se entregar (o que eu de fato não sei), a melhor coisa era dar a "carteirada", criar o tumulto, e salvar a vida dele, o que de fato ocorreu, uma vez que se o Choque abre a mala, sem a presença da PC e da PF, ia ser mais um traficante sequestrado;
4) Porque é a DP da circunscrição;
5)Justamente para não ocorrer dele ser sequestrado pela PM no meio do caminho, como de fato quase ocorreu.

Quanto a informar a PF, não há motivo, pois a PF não tem nada com a estória. MP não tem nada com mediação de entrega de bandidos. E quanto a PM não ser informada, é fácil: para ele não ser sequestrado no meio do caminho, como quase foi pelo Choque. Porém, o Secretário de Segurança, que é Chefe da PM também (assim como da PCERJ), e por acaso é um Delegado de Polícia Federal (ainda que de mentirinha) tinha pleno conhecimentos dos fatos, conforme ele mesmo cofirmou.
Realmente não sei se ele ia se entregar (nem ninguém sabe). Mas que essas ponderações são facilmente rebativeis são.

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelos comentários, todos pertinentes. Certamente, existe muito a ser esclarecido na "prisão" de Nem, mas penso que isso nunca será esclarecido, pois não existe qualquer interesse. O que interessa para o governo são os dividendos políticos da prisão, que ocorreu no momento em que as UPPs começam a ser citicadas com mais frequência em razão do fato de ninguém ser preso na sua implantação.
Fugindo ou indo se entregar Nem caiu do céu para o governo.
Além desses fatos, também existe um mistério sobre a ocupação intempestiva da Rocinha, pois contrariou a lógica, que direcionava para a implantação das UPPs no Complexo do Alemão e não abrir nova demanda.
Juntos Somos Fortes!

Anônimo disse...

Policial Civil já sei pra quem o Nem ia se entregar - para os policiais civis presos que escoltavam a gangue do líder da Rocinha. O BPCHOQUE não iria sequestrá-lo e sim evitou um sequestro por policiais civis.
Ass: oficial Superior da PMERJ

Anônimo disse...

Acredito que o dinheiro iria para algum "Oficial Superior" da PMERJ.

Anônimo disse...

Policiais Civis as delegacias precisam de vcs para a elucidação de milhares de delitos que não conseguem apurar. O patrulhamento Ostensivo não é de vcs.Usar uniformes não é papel da PC. a finalidade da PC é apuração de delitos e sua autoria lá na delegacia.
Assim como não querem que a PM confeccione os termos Circunstanciados alegando desvio de função, também não queremos que os policiais civis façam operações fardados nas rua e morros deste Estado - também é desvio de função.
ASS: Anõnimo

Anônimo disse...

Ao último anônimo, como policial civil, respondo.
O patrulhamento ostensivo não é realmente da PC (já foi, mas desde a época da ditadura militar essa função passou para as PMs) e nem a PC tem condições de assumir essa função, e mesmo que tivesse não estaria interessada. Sou totalmente contra operações "para-pedro" feitas pela PC, quando desvinculadas de alguma investigação específica.
Quanto às operações, porém, fazem parte do todo da investigação (intimações, cumprimento da mandados de busca, de prisão, e até mesmo diliências investigativas em áreas de risco) e nestes casos, e somente nestes, uniformes (e não fardas) ostensivos devem ser utilizados por questões de identificação e segurança, o que vc como policial militar deveria saber muito bem. Até o FBI que é uma agência estritamente de investigação (segundo alguns coronéis da PM, o FBI seria uma "meia-polícia", pois não faz policiamento ostenivo- assim como a Guarda de Fronteira dos EUA, que não faz investigações - risível) tem sua equipe de operações especiais e que usa uniformes ostensivos nas operações.
Não confundir operações ostensivas vinculadas à investigações, com patrulhamento preventivo ostensivo, esta último sim, atribuição da PM, que embora a CF não dê exclusividade (ao contrário da função de polícia judiciária pela PC e PF) , penso eu ser uma área que a PC não deve se meter.

Anônimo disse...

Anônimo do dia,23 de novembro de 2011 01:13

Parabéns pela sua colocação Policial Civil,na verdade,infelizmente existe na PMERJ esta palhaçada,de dizer que o patrulhamento ostensivo é atribuição da PMERJ(CRFB/88),no fundo isso parte muitas das vezes de Oficiais da corporação que tem medo da PMERJ ser extinguida,pelo fato da PCERJ está realizando serviços que seria de sua atribuição,a policia militar,remanescente desde a época do império,carrega este modelo arcaico de polícia,não precisamos de militarismo na polícia,a sociedade não quer saber se o policial é Coronel,Soldado ou Sargento,ela quer a presença policial e isso já basta,militarismo para as forças armadas,só que o fim da pmerj não interessa aos oficiais,que perderiam suas regalias e prerrogativas do oficialato,esquecem que estamos subordinados ao Governador do Estado,e ganhamos esta miséria de salário,para fazer patrulhamento e preservação da ordem pública,parece até que a pmerj é a mais bem paga da federação,com essa pompa toda.
De qualquer forma, não se pode admitir duas polícias no mesmo Estado da Federação, regidas ambas por regras próprias e inteiramente diferenciadas, havendo uma duplicidade de orçamento, de patrimônio, meios de transporte, de pessoal burocrático, cada uma sob um comando e subordinadas, na prática, a autoridades diversas.
A unificação da Polícia não significa, em absoluto, a perda da hierarquia e da disciplina existentes na PM, até porque todo o funcionalismo público está sujeito a tais regras fato este ,sempre alegado pelos oficiais,ser um servidor civil nunca foi sinônimo de indisciplina ou de falta de hierarquia, pois todos estão submetidos a regras estatutárias que devem ser cumpridas sob pena de punição disciplinar e até de exoneração do serviço público.
Um outro aspecto que não podemos esquecer é que a militarização da Polícia é prejudicial para seus próprios integrantes, pois como se sabe o militar não possui alguns direitos garantidos aos cidadãos, pois está sujeito a uma estrutura que permite, por exemplo, a prisão disciplinar executada verbalmente, tendo seus direitos restringidos pela própria CF/88: arts. 5º, LXI e 142 § 2º.

Anônimo disse...

Policial civil a sua função é apuração das infrações e sua materialidade. Investigar é necessário, mas não torne essa medida como desculpa para ir ao morro e as favelas.
O correto seria - vocês investigam, e quando fossem prender o marginal na favela, alegando cumprimento de mandado de prisão, deveriam ser acompanhados pelas guarnições policiais militares; vocês à paisana e nós fardados.
Nada de uniforme, quem investiga não pode ser exposto.
Na PMERJ existe o departamento reservado, sei que a função não é para investigar o público externo e sim os seus próprios componentes, entretanto quando esse pessoal reservado toma ciência do paradeiro de determinado marginal ou material delituoso, faz-se acompanhar pela policia ostensiva fardada, preservando o seu pessoal, que se mantém até com capuz para não serem identificados pelos marginais.
policial civil fique na delegacia, a sociedade não aguenta mais esperar tanto tempo para um TC.
Ass: Anônimo