terça-feira, 29 de novembro de 2011

CRISE NA PM: O CAOS NO CFAP E A FORMAÇÃO DESCENTRALIZADA.

Atendendo a provocação contida em um comentário, escrevo sobre a formação dos Soldados da PM, deixando claro que sou inteiramente contrário à abertura das portas da PMERJ e a incorporação de milhares de novos Soldados, formados sabe lá Deus como e condenando todos os PMs, ativos e inativos, a receberem péssimos salários para sempre.
Eu servi durante alguns anos no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – 31 de Voluntários, o que me fez conhecer de perto os diversos problemas que envolvem a formação e o aperfeiçoamento dos Praças da Polícia Militar, historicamente. Alguns dos problemas que estão sendo vivenciados na atualidade, existiram em diferentes momentos no CFAP, inclusive o grande número de alunos no Curso de Formação de Soldados, mas nunca antes na dimensão atual.
Houve uma época que a solução para diminuir o contingente de alunos foi a divisão do curso em três fases de dois meses. Os alunos tinham instrução por dois meses, em seguida seguiam para vários batalhões onde realizam um estágio prático e, finalmente, retornavam para o CFAP para mais dois meses de instrução. Penso que a formação tenha ficado muito prejudicada naquela época, pois o estágio ficava longe do desejado se limitando a serviços à pé (PO) e as instruções teóricas acabavam não tendo o tempo necessário. Os alunos acabavam sendo encarados como reforço de policiamento, basicamente. O problema de espaço era resolvido, pois sempre uma turma estava fora do CFAP, mas a formação sofria.
Eu era contra o modelo.
Anos atrás, uma nova fórmula foi adotada com a criação das Companhias Escola nos batalhões, onde ocorria toda a formação dos novos Soldados da PMERJ. A formação ficou dividida, embora o curso ministrado nos batalhões fosse idêntico ao ministrado CFAP, as unidades operacionais não reuniam as mesmas condições de implementá-lo, considerando que a sua prioridade era a atividade fim. O processo ensino-aprendizagem também foi prejudicado, sobretudo pela carência de instrutores nos batalhões e pela sobrecarga que recaia sobre os Oficiais e Graduados que ministravam instruções e realizam todas as suas outras funções da atividade operacional.
Eu também era contra esse modelo até o dia que conheci uma Companhia Escola muito bem estruturada, isso no ano passado, exatamente a do 10º BPM (Barra do Piraí), na época comandado pela Coronel de Polícia Kátia, atual Chefe do Gabinete do Comandante Geral. Lá eu vi que era possível formar com boa qualidade em Unidades Operacionais bem estruturadas para tal finalidade, algo que penso ser factível em alguns batalhões dos municípios fora da Capital. Escolher alguns batalhões com esse objetivo pode ser uma solução para a superlotação do CFAP, desde que as Companhias Escola sejam devidamente estruturadas, sobretudo no tocante ao quadro de instrutores e monitores específicos. Respeitando uma adequada distribuição geográfica pelo Rio de Janeiro na escolha, as Companhias Escolas poderiam formar adequadamente e atender as centenas de alunos do Interior, que sofrem uma série de problemas com a centralização no CFAP.
Eu aposto nas Companhias Escola, elas podem não ser a solução ideal, mas são infinitamente melhores que o caos implantado no CFAP.
Juntos Somos Fortes!

2 comentários:

Anônimo disse...

Companhias escolas são uma boa opção na formação dos novos soldados, mas, vale lembrar que deve vir acompanhada de um bom Comandante de OPM, que não vise a operacionalidade com os aprendizes.

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelo comentário. Vc está correto.
Juntos Somos Fortes!