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Equador debate liberdade de imprensa após processo contra "El Universo"
Equador debate liberdade de imprensa após processo contra "El Universo"
Quito, 21 jul (EFE).- A condenação judicial contra o jornal "El Universo" por reivindicação do presidente do Equador, Rafael Correa, esquentou nesta quinta-feira o debate sobre liberdade de imprensa no país e intensificou a tensão entre o líder e os mais influentes meios de comunicação.
Centenas de pessoas se concentraram nos arredores do periódico em Guayaquil com cartazes que tinham mensagens como "Queremos viver em liberdade, sem mordaça", "Não nos calarão" e "Livres, não escravos".
Alguns dos manifestantes mostravam a capa desta quinta do periódico, que estava em branco exceto por uma frase da filósofa russa Ayn Rand contra as injustiças e cuja tiragem havia se esgotado totalmente em Quito durante a manhã.
Os manifestantes protestavam contra a sentença divulgada na quarta-feira na qual o juiz Juan Paredes condenou a três anos de prisão os diretores do diário "El Universo" e seu ex-editor de opinião Emilio Palacio, que deverão pagar ainda US$ 40 milhões a Correa.
O diretor do jornal, Carlos Pérez Barriga, declarou nesta quinta em entrevista coletiva que a equipe do rotativo continuará trabalhando e afirmou que o julgamento pretendia "assustá-los" e estabelecer um "marco nefasto na história do Equador".
Correa, por sua vez, também disse que registrou um marco, pois foi "derrubado o mito da imprensa onipotente, com patente de corso para fazer o que lhe dá na telha".
Em sua opinião, "terminou" a etapa na qual "o pior que poderia acontecer com uma pessoa era ser alvo dos sicários de tinta, alvo da maldade e da má-fé dos chamados meios de comunicação".
O presidente, que viajou para Cuba nesta quinta para visitar seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que está tratando um câncer, apontou que não está interessado na indenização, mas sim "que a verdade seja revelada".
Alembert Vera, advogado de Correa, assinalou que a indenização será destinada ao projeto Yasuní Ishpingo-Tambococha-Tiputini (ITT), que o Governo arrecada dinheiro para manter em terra o petróleo de uma parte da Amazônia de alta biodiversidade.
Enquanto isso, a oposição equatoriana apresentou um projeto de lei para proibir o delito de desacato, que acarreta pena de prisão por expressar uma opinião que ofenda uma autoridade.
No exterior, a sentença contra o "El Universo" foi rejeitada por organizações de jornalistas e de direitos humanos.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH, dependente da OEA) advertiu que o uso de processos pode se transformar em "um meio de censura indireta" por seu efeito "amedrontador" sobre os jornalistas.
Na mesma linha, o presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gonzalo Marroquín, que esteve esta semana no Equador, considerou um "duro golpe na liberdade de informação".
De Paris, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) disse que esse "assédio judicial põe em evidência uma estratégia das autoridades equatorianas que procura aplacar a mídia no país, atualmente muito criticada pelo presidente Correa".
Na única audiência no caso, realizada na terça-feira, os diretores do "El Universo", o jornal tradicional de maior tiragem do Equador, ofereceram a Correa publicar um texto que ele considerasse pertinente como retificação.
No entanto, o líder rejeitou a oferta, considerando-a tardia, apesar de no passado ter dito que retiraria a querela se o rotativo corrigisse a coluna que motivou a interposição do processo, em março.
Na coluna em questão, Palacio afirmou que durante um levantamento policial em 30 de setembro de 2010, Correa ordenou "fogo à vontade e sem aviso prévio contra um hospital cheio de civis e pessoas inocentes".
O líder ficou preso grande parte desse dia no hospital policial e foi resgatado após uma operação executada por forças leais em meio a um intenso tiroteio.
JUNTOS SOMOS FORTES!Centenas de pessoas se concentraram nos arredores do periódico em Guayaquil com cartazes que tinham mensagens como "Queremos viver em liberdade, sem mordaça", "Não nos calarão" e "Livres, não escravos".
Alguns dos manifestantes mostravam a capa desta quinta do periódico, que estava em branco exceto por uma frase da filósofa russa Ayn Rand contra as injustiças e cuja tiragem havia se esgotado totalmente em Quito durante a manhã.
Os manifestantes protestavam contra a sentença divulgada na quarta-feira na qual o juiz Juan Paredes condenou a três anos de prisão os diretores do diário "El Universo" e seu ex-editor de opinião Emilio Palacio, que deverão pagar ainda US$ 40 milhões a Correa.
O diretor do jornal, Carlos Pérez Barriga, declarou nesta quinta em entrevista coletiva que a equipe do rotativo continuará trabalhando e afirmou que o julgamento pretendia "assustá-los" e estabelecer um "marco nefasto na história do Equador".
Correa, por sua vez, também disse que registrou um marco, pois foi "derrubado o mito da imprensa onipotente, com patente de corso para fazer o que lhe dá na telha".
Em sua opinião, "terminou" a etapa na qual "o pior que poderia acontecer com uma pessoa era ser alvo dos sicários de tinta, alvo da maldade e da má-fé dos chamados meios de comunicação".
O presidente, que viajou para Cuba nesta quinta para visitar seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que está tratando um câncer, apontou que não está interessado na indenização, mas sim "que a verdade seja revelada".
Alembert Vera, advogado de Correa, assinalou que a indenização será destinada ao projeto Yasuní Ishpingo-Tambococha-Tiputini (ITT), que o Governo arrecada dinheiro para manter em terra o petróleo de uma parte da Amazônia de alta biodiversidade.
Enquanto isso, a oposição equatoriana apresentou um projeto de lei para proibir o delito de desacato, que acarreta pena de prisão por expressar uma opinião que ofenda uma autoridade.
No exterior, a sentença contra o "El Universo" foi rejeitada por organizações de jornalistas e de direitos humanos.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH, dependente da OEA) advertiu que o uso de processos pode se transformar em "um meio de censura indireta" por seu efeito "amedrontador" sobre os jornalistas.
Na mesma linha, o presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gonzalo Marroquín, que esteve esta semana no Equador, considerou um "duro golpe na liberdade de informação".
De Paris, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) disse que esse "assédio judicial põe em evidência uma estratégia das autoridades equatorianas que procura aplacar a mídia no país, atualmente muito criticada pelo presidente Correa".
Na única audiência no caso, realizada na terça-feira, os diretores do "El Universo", o jornal tradicional de maior tiragem do Equador, ofereceram a Correa publicar um texto que ele considerasse pertinente como retificação.
No entanto, o líder rejeitou a oferta, considerando-a tardia, apesar de no passado ter dito que retiraria a querela se o rotativo corrigisse a coluna que motivou a interposição do processo, em março.
Na coluna em questão, Palacio afirmou que durante um levantamento policial em 30 de setembro de 2010, Correa ordenou "fogo à vontade e sem aviso prévio contra um hospital cheio de civis e pessoas inocentes".
O líder ficou preso grande parte desse dia no hospital policial e foi resgatado após uma operação executada por forças leais em meio a um intenso tiroteio.
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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