terça-feira, 24 de agosto de 2010

JORNAL DA SEGURANÇA PÚBLICA - ANO I - 093 - 24 AGO 2010.

O SOFRIMENTO DOS POLICIAIS MILITARES NAS UPPs


Prezados leitores, eu escolhi a Unidade de Polícia Pacificadora do Andaraí, a mais nova, para servir de parâmetro para que possamos avaliar em que condições estas UPPs estão sendo instaladas. O vídeo acima foi feito nesta quarta-feira, quando a UPP está prestes a completar um mês de funcionamento, mantendo todos os problemas constatados no dia 29 JUL 2010, quando comparecei nela pela primeira vez (vídeo).
A UPP do Andaraí é o símbolo do descaso do governo Sérgio Cabral (PMDB) com o SER HUMANO, o servidor público concursado, o Policial Militar, o chefe de família. Eu já comuniquei esses maltratos ao Ministério Público e à Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, além disso, comuniquei a diversos órgãos da mídia, sendo que apenas o jornal O DIA noticiou alguns desses descasos. Penso agora em comunicar a um organismo internacional de direitos humanos com sede no Rio de Janeiro.
Eis alguns exemplos desse tratamento desumano:
- Policiais Militares aprovados no concurso para trabalharem no interior, conforme previa o edital do concurso, estão sendo obrigados a permanecerem em UPPs no Rio de Janeiro. Alguns demoram mais de seis horas no deslocamento de casa para o trabalho.
- Trabalham em turnos ininterruptos de 12 horas, em pé, algo absurdo. As rendições ocorrem às 06:00 e às 18:00 horas.
- Almoçam em pé, como bichos, pois na UPP não existem cadeiras. A comida é servida em quentinha e chega nos postos fria e por volta das 14:00 horas.
- Os que estão trabalhando no interior da comunidade, fazem as suas necessidades fisiológicas no mato, pois o banheiro disponível fica na sede.
- Não existe água potável disponível para beberem, nem na sede da UPP.
- Nem todos receberam japona para proteção contra o frio e a chuva, imaginem o sofrimento de quem trabalha no alto da comunidade no turno das 18:00 às 06:00 horas.
- No turno da noite não é servida nem ração fria para os Policiais Militares, que ficam doze horas sem alimentação e sem água potável.
- As placas balísticas são do tamanho extra grande, o que praticamente imobiliza os Policiais Militares que usam tamanho pequeno e médio.
- Não existem armários disponíveis para os Policiais Militares, nem na sede da UPP e nem no 6o BPM, onde estão alojados. Assim sendo, são obrigados a conduzir os fardamentos e equipamentos em mochilas, correndo risco de morte em caso de serem vítimas de assaltos nos coletivos.
- Alguns que moram no interior precisam viajar fardados e desarmados, pois ainda não tiveram como comprar armas e algumas empresas de ônibus só dão gratuidade na passagem para os que estiverem fardados.
Esses são alguns dos problemas que demonstram como o governo e a Polícia Militar gostam dos Policiais Militares.
O que está funcionando bem na UPP do Andaraí é a recolocação das placas de propaganda política. Dias atrás, eles tinham sido derrubadas, hoje estavam firmes e fortes!
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Cel penso que estamos vivendo em outro mundo.
Não entendo como a realidade pode ser abafada por esse (des)governo ditatorial!!!

Maj Luiz Sergio

Paulo Ricardo Paúl disse...

Prezado Luiz Sérgio, tudo parece surreal no Rio. Parece que vivemos em um território onde a lei não existe.
Temos que lutar contra isso.
Juntos Somos Fortes!