quinta-feira, 25 de junho de 2009

A LUTA POR MELHORES SALÁRIOS NA BRIGADA MILITAR (RS).

Déficit zero não deve ser igual baixos salários
“Não é diminuindo o salário dos policiais, dos professores e dos servidores que vamos resolver esse problema do Estado”
O deputado Marquinho Lang (Democratas) utilizou a tribuna para fazer um pronunciamento forte em solidariedade aos servidores da segurança pública, principalmente aos Militares Estaduais de Nível Médio “Em dois anos zerar o déficit do Estado resulta em sérias conseqüências. Não é baixos salários para professores, soldados, sargentos, tenentes e servidores policiais e penitenciários que vai resolver o problema do Estado. Não estamos levando a sério as categorias profissionais dos servidores públicos no Estado”, destacou o Marquinho na Sessão Plenária de quarta-feira, dia 24.
Destacando as presenças do presidente da ASSTBM - Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar, Aparício Costa Santellano, e do presidente da ABAMF - Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas Lima, o deputado Marquinho registrou novamente apoio a categoria. “Vim à tribuna porque queria registrar a luta, mas também para trazer ao conhecimento da sociedade gaúcha da gravissíma situação atual da nossa Brigada Militar, principalmente em relação aos militares estaduais de nível médio que estão vivendo com verdadeiros salários de fome”, destacou o parlamentar.
Lang mostrou ao seus colegas parlamentares que no Distrito Federal, há soldado recebendo 3.368 reais. Um soldado, policial militar! O segundo colocado é Goiás; o terceiro, Amapá; e seguem os demais Estados: Acre, Espírito Santo, Minas Gerais, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas, Maranhão, Tocantins, Sergipe, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Piauí, a nossa coirmã Santa Catarina, Pará, Pernambuco, Ceará, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro e, por último, o saudoso Estado do Rio Grande do Sul. “Dificilmente, venho à tribuna para fazer manifestações como essa, a não ser quando as coisas chegam a pontos difíceis, quando a situação fica fora do controle. E mais: temos uma questão envolvendo principalmente os quartéis. Quem serviu durante sete anos, lá no meio da tropa, sabe da dificuldade existente. Temos de dar um tratamento especial ao nosso policial”, ressalta o democrata.
Marquinho disse que, na Assembleia Legislativa, não vota contra nenhum aumento de salário e tanto faz para quem seja. As propostas de aumento que aqui chegam preveem uma reserva dentro do orçamento do Estado, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, observando todas as questões que devemos levar em conta legislativamente. “Jamais votarei contra o aumento dos salários dos servidores, só que a situação está ficando muito difícil, quase insuportável. Elogiamos o governo do Estado pela tentativa do déficit zero. Não tentem, no entanto, fazer de 30 anos dois anos. O déficit que temos no Estado existe há 30 anos. É evidente que, se tentarmos zerá-lo em dois anos e fecharmos as torneiras, teremos consequências graves. Temos essa convicção. Não é diminuindo o salário dos policiais, dos professores e dos servidores que vamos resolver esse problema do Estado”, discursou o parlamentar.
O deputado ressalta o perigo para a sociedade da desvalorização da atividade policia-militar, principalmente em termos salariais, pois temos de ter um profissional da segurança pública empolgado para trabalhar, um policial disposto, um servidor que saia de casa pela manhã e tenha a certeza de que irá voltar e dar condições aos seus filhos de não enfrentar dificuldades no seu dia a dia. “Trago essas manifestações, porque essas categorias não estão sendo levadas a sério no Rio Grande do Sul. Quando chegamos a essa situação de o nosso policial ser o último colocado dentre todos do Brasil, é porque o bicho realmente pegou”, destacou.
Marquinho também disse que na tribuna já se falou da questão prisional, da superlotação dos presídios e da forma com que tratamos os nossos presos no Estado. “Imaginem a situação do servidor que presta o seu serviço no presídio, convive com essa realidade e recebe um salário baixíssimo, que realmente não lhe oferece condições de sair com tranquilidade de casa. Nesse salário que o soldado recebe de 996 reais, está o salário básico, cujo valor é em torno de 250 reais, e, incidindo sobre o salário básico, está o risco de vida de 222%, que já nos foi retirado em outras vezes e que pode, ser tirado a qualquer momento por um canetaço de qualquer governo, como já aconteceu em outras épocas. Não quero que isso aconteça”, disse.
Lang pediu encarecidamente ao governo do Estado que tenha uma postura de governo, que resolva essa situação e que não deixe os boatos das ruas chegarem à tropa, porque, aí, sim, a sociedade gaúcha irá enfrentar dificuldades. “O policial já está praticamente sozinho nas ruas. Nos Municípios pequenos, por exemplo, há dois policiais de plantão, com uma mesma viatura para os dois, e cada um ficando num Município – um para lá e outro para cá. É dessa forma que se faz o patrulhamento. Há Município com 12 mil habitantes que enfrenta dificuldade para colocar policial na rua pela falta de efetivo e pelas dificuldades que existem quanto a todas as questões. Exponho o problema dessa forma e peço ajuda para que esse policial possa ter mais tranquilidade no seu dia a dia”, finalizou o deputado Marquinho Lang.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

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