Sergio Cabral viaja hoje para Londres, e de lá para Pequim, na sua 30ª (ou seria a 31ª?) viagem ao redor do planeta desde que assumiu o Governo do Rio, há doisanos e meio.
De todas as “missões” do governador ao exterior, essa é, até agora, a mais estapafúrdia, para dizer o mínimo. As outras, bem ou mal, eram organizadas por órgãos empresariais, como a Firjan, por exemplo, cujo presidente Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira levou o governador a França, a Alemanha, a Itália e ao Japão, entre outros.
Dessa vez ele está fora da comitiva.
Antes, a classe empresarial paparicava o governador. Agora os papéis se inverteram, e Cabral é quem paparica os empresários.
Na verdade, paparica um único empresário: o Sr. Eike Batista, presidente do grupo EBX, o homem mais rico do país e o 61º mais endinheirado do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 7,4 bilhões, pela ‘Revista Forbes’.
Eike criou fama menos como empreendedor, e mais por ter sido casado com a modelo Luma Oliveira, madrinha de bateria de algumas escolas de samba, entre elas a Viradouro, onde certa vez desfilou com uma coleira, em que estava escrito onome do marido - prova de fidelidade.
Pela primeira vez, a delegação empresarial é menor do que a dos integrantes dogoverno: serão 11 empresários contra 20 membros do governo, entre eles, cincosecretários, dois deputados, a prefeita de São João da Barra, e vários chefes eassessores.
Empresário pra valer, só um: Eike. Outros três são seus funcionários na EBX; quatro são do Metrô e da SuperVia, empresas concessionárias do governo; e outros três funcionários menores da Firjan, da Associação Comercial e doSebrae.
Mas o que cada um fará nessa viagem?
Pelo visto nada de extraordinário, a não ser visitar a Muralha da China.
‘O Globo’ de ontem informava, na página 16, em uma nota curta, que “o consórcio chinês liderado pela China National Machinery Import & Export Corporation venceu a licitação para a compra de 30 novos trens da SuperVia”.
O negócio, portanto, já foi fechado. Basta que os brasileiros mandem a ordem depagamento, que os chineses enviam a encomenda “a partir do final do ano quevem” - estrategicamente nas proximidades das eleições de 2010.
E a prefeita de São João da Barra?
Ela poderia ser uma incógnita, mas as fontes da coluna de Ancelmo Góis mataram acharada na edição de quarta-feira, dia 24. É em São João que fica o porto de Açu, de Eike Batista – sempre ele. Como existe a possibilidade dos chineses seinstalarem por ali, a prefeita Carla Machado, assinou “um convênio com a Câmara Brasil-China, para que o idioma mandarim seja ensinado em seis escolasmunicipais”.
Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria eServiços quase 30% da população local é analfabeta, mas será uma maravilha vera meninada de São João da Barra, antes famosa apenas pelo seu Conhaque de Alcatrão, trocar idéias com a turma do Lig-lig-lig-lé.
E Cabral o que fará?
Irá apoiar incondicionalmente os pedidos que Eike fizer aos chineses.
E projeto é o que não falta.
Segundo informou Ancelmo, na primeira nota de sua coluna do dia 14 de junho, Eike está em busca de “um parceiro estratégico na Ásia, para o projeto deinstalação de um estaleiro, que irá fabricar plataformas e navios próprios destinados à exploração de petróleo.
O investimento previsto é uns US$ 600 milhões”.
Se é assim, a missão está cumprida.
Quanto mais dinheiro vier para o Rio, melhor. Serão mais postos de trabalho,mais negócios, e mais impostos que ficam no Estado.
Só que o estaleiro que Eike está planejando, tema da conversa dele com os chineses, fica a 1.180km de distância de Niterói – berço natural da indústrianaval no Estado. O projeto é em Florianópolis, e a população do Rio pagará aviagem de 20 pessoas a China, para que Santa Catarina fature a obra.
E assim passaremos a ter um governador cuja missão, no momento, é agradar um milionário.
Até agora, a única ligação conhecida de Eike com os chineses era o restaurante Mr. Lam, de sua propriedade, que funciona em uma bela casa da Lagoa, com uma comida ruim e cara.
Já a ligação de Cabral, ou melhor, do Rio de Janeiro com a China, só mesmo o termo pagode. Só que lá, não tem cavaquinho, nem tantan. Pagode chinês é o nome que eles dão aos templos com torres, aparentemente sobrepostas, e com múltiplas beiradas.
E pensar que Cabral estava louco para cantar um pagode para o amigo Eike…
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORNEL BARBONO
Um comentário:
Será que é um daqueles 447 ? tomará...pois ja acabou todo o combustivel para fazerem novas buscas...
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