quarta-feira, 24 de junho de 2009

UM CHEFE MILITAR DE JOELHOS, NÃO PODE OLHAR NOS OLHOS DOS SEUS COMANDADOS.

O militarismo é cercado de simbolismos e o conjunto deles constitui uma verdadeira liturgia militar.
Os símbolos estão inseridos em toda vida na caserna, nos menores atos e nas mais complexas operações militares.
Somos assim, a nossa continência individual é um brado de coragem e, ao mesmo tempo, uma forma educada de cumprimentar um civil.
A nossa farda é uma segunda alma, uma alma que se soma as almas dos nossos companheiros, formando a grande alma da Instituição Militar.
Manchar a nossa farda é o mesmo que ofender a nossa honra pessoal.
Empunhamos bandeiras, inclusive a que representa o Brasil, que simbolizam o nosso amor pela pátria e pela Instituição.
Nós, militares, ao longo de nossas carreiras, fazemos vários juramentos de amor à pátria e aos seus valores.
Somos diferentes, pois juramos arriscar a própria vida e somos os únicos que fazemos tão elevado e desprendido juramento.
Somos idealistas, destemidos por natureza, enfrentar a morte é a nossa missão.
Logo, os nossos Chefes Militares precisam ser pessoas muito especiais, pessoas que seguiremos em qualquer missão, mesmo diante da morte.
Portanto, a honradez é a condição sem a qual não se admite a definir alguém como um Chefe Militar, seja qual for o seu posto ou graduação.
Assim sendo, as Instituições Militares, cultuam a sua data de criação, seus chefes do passado, seus feitos históricos, seus heróis e suas datas comemorativas.
Esse culto é cercado de todo um ritualismo próprio, que identifica a Instituição Militar, atribui a ela uma identidade própria.
No Rio de Janeiro, as duas Instituições Militares Estaduais, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, parecem que estão se afastando cada vez mais desse militarismo, do militarismo positivo, aquele que cultua a honra, o idealismo e o destemor.
A Polícia Militar caiu de joelhos diante de um governante civil temporário, quando permitiu a exoneração do Coronel de Polícia Ubiratan, em janeiro de 2008. Ajoelhou-se mais ainda, quando permitiu uma solenidade de passagem do Comando Geral sem a presença da tropa, feita no interior do gabinete.
Isso nunca tinha ocorrido nos 200 anos de história da Polícia Militar.
Nunca fomos tão humilhados.
Agora, o Corpo de Bombeiros Militar, que já tinha amargurado momentos muito tristes, diante da omissão de seus Coronéis, na defesa da tropa, também em janeiro de 2008, volta a se envergonhar, mudando uma data histórica apenas para atender a agenda do governante civil temporário.
A Solenidade do Espadim, que se realiza no dia 2 de julho, data da criação da Instituição Militar, foi alterada para o dia 8 de julho, para atender a agenda do Governador Sérgio Cabral (PMDB).
Quem é mais importante: a Polícia Militar ou o governador Sérgio Cabral?
Quem é mais importante: o Corpo de Bombeiros Militar ou o governador Sérgio Cabral?
Um Chefe Militar de joelhos é algo inimaginável, pois ele não pode olhar nos olhos dos seus comandados, mas no Rio de Janeiro está virando rotina.
Deus salve a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, que verdadeiros líderes surjam antes que seja tarde demais.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO

4 comentários:

Paulo Barros disse...

Caro Amigo, ao ler este rico texto, me trouxe a memória os meus tempos na ativa no Corpo de Fuzileiros Navais.Para vestir uma farda,temos que ter a plena certeza do que queremos e do amor pela Pátria.Pois nela estará a renuncia de nossas próprias vidas.Tomei para nós Militares das Forças Armadas,belissímo texto que conta a nossa História mais inflizmente retrata a nossa realidade. Pois assim como vocês sofrem com um governo de descaso, nós também enfrentamos a mesma batalha. Mais como já te falei, " somos Bravos Guerreiros, forjados pelo amor a esta Pátria". Forte abraço.
A D S U M U S

Paulo Barros
Fuzileiro Naval

CHRISTINA ANTUNES FREITAS disse...

Sr.Cel. Paúl:

Isso é só o começo...

Não temos mais no dois últimos postos, um grupo de Ten. Coronéis e Coronéis que possam intervir neste disparate!

E PENSAR QUE OFICIAIS JÁ TIVERAM MORAL PARA CERCAR O PALÁCIO GUANABARA...

Creio que o Hino do CBMERJ só será cantado por alguns, na parte que diz:
"RIQUEZAS A SALVAR" e só!

Então 2 de Julho não é mais...2 de Julho???

Acho melhor ficarmos atentos, antes que "deus" resolva mudar o Natal!

Abraço Fraterno,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

Dias, Cel BM R/R disse...

Cel Paul
Concordo, 02 de julho não é tão somente a entrega de Espadins da ABMDPII, mais ainda, é a data nacional do "Dia Nacional do Bombeiro" e essa data é imutável em nossos corações, eternos combatentes.Jamais haverá chefe militar ou governador que consiga nos fazer esquecer o nosso dia.

Anônimo disse...

A PMERJ sempre caindo de joelhos...