segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

SITE G1 - MARCHA DEMOCRÁTICA - 17/02/2008

17/02/2008 - 13h41 - Atualizado em 18/02/2008 - 08h38
‘Pede pra sair’, diz ex-corregedor a governador
Frase encerrou protesto de policiais, que reuniu cerca de 700 policiais no Rio. Cerca de 30 PMs em serviço fecharam a rua de Cabral para evitar aproximação do protesto.
Alícia Uchôa Do G1, no Rio.
O protesto de policiais e bombeiros militares por melhores salários, que aconteceu na manhã deste domingo (17), terminou com uma citação ao Capitão Nascimento do filme ‘Tropa de Elite’. Parafraseando o polêmico protagonista, o ex-corregedor da Polícia Militar, coronel Paulo Ricardo Paúl, encerrou a manifestação, que reuniu, segundo ele, cerca de 700 pessoas, dando um recado ao governador Sérgio Cabral. “Prometeu na campanha, tem que cumprir. Se não tem como cumprir, pede pra sair”, disse ele, aplaudido pelos colegas de profissão e suas famílias. A passeata, que começou na praia de Ipanema, no posto 10, terminou no posto 12, no Leblon, ambas na Zona Sul da cidade, a cerca de 100 m da residência de Cabral.

Procurado pelo G1, o governador Sérgio Cabral, informou por meio de sua assessoria que não vai comentar o assunto.E se muitos policiais sem farda estavam na orla protestando, na rua do governador, cerca de 30 deles em serviço, incluindo o comantande do 23º BPM (Leblon), foram deslocados para fechar a quadra do prédio em que Cabral mora e garantir sua segurança. O movimento começou com um minuto de silêncio em homenagem aos policiais e bombeiros mortos em serviço e teve execução do hino nacional e das canções oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Cabral de Pinóquio
No meio do protesto, entre folhetos distribuídos, um irritou os organizadores. Ele trazia uma montagem de Sérgio Cabral com nariz de Pinóquio e, entre outras coisas, dizia: “Ele promete e não cumpre”. “Isso é infiltração. É gente querendo fazer bagunça”, afirmou Paúl, que recolheu os papéis.

G1
Segundo a organização, cerca de 700 pessoas participaram do protesto
Cartazes
Além de folhetos, muitos cartazes e camisetas com frases como “Que produção se espera de um policial que ganha R$ 30 por dia?” marcaram o evento. Reivindicando equiparação salarial com a polícia civil, o grupo teve nessa segunda manifestação o apoio de quatro Organizações Não-Governamentais. “Isso é a sociedade aderindo ao movimento”, disse o coronel Paulo Ricardo Paúl, ex-corregedor geral da PM, exonerado no mês passado.
Primeira passeata causou polêmica
A primeira passeata, ocorrida em janeiro, serviu de estopim para a exoneração de oficiais, entre eles o ex-comandante geral da PM, Ubiratan Ângelo. Desta vez, segundo a organização, uma orientação superior desencorajava praças e oficiais, inclusive comandantes de batalhões, a não participarem do evento. De acordo com os organizadores, isso pode ter diminuído a presença de policiais em até 30%.

“Os policiais e bombeiros que estão aqui estão de folga, desarmados e sem farda. O estatuto da PM não pode proibir uma coisa que a Constituição permite, que é exercer nossa cidadania”, diz Paúl. Mesmo assim, dois comandantes que compareceram foram aconselhados pelos próprios colegas do protesto a não ficar para não sofrerem represálias. Para poupá-los, a organização preferiu não divulgar seus nomes.

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PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

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