A Segurança Pública ocupa atualmente um grande espaço no cotidiano do povo brasileiro e ganha importância ainda mais incisiva entre os que residem ou trabalham nas grandes cidades. O tema passou a ser debatido nas rodas de amigos, nas praias, nos bares e aparece com destaque na agenda de todos os candidatos aos cargos executivos nas eleições que se avinzinham, contudo, o axioma futebolístico de que todo brasileiro é um técnico não deve ser aplicado de forma análoga na questão.
As análises de todos os segmentos e as opiniões e sugestões de qualquer cidadão devem ser consideradas e são importantes para a percepção dos anseios sociais e para o direcionamento da atividade policial, porém, nem todos são especialistas em segurança pública, mesmo assim, aqueles que integram as instituições Policiais não podem prescindir das experiências individuais daqueles que as adquirem ao longo dos anos de labuta e, muitas vezes, as pessoas e até governantes têm uma visão limitada do problema.
As populações das metrópoles conservam-se em pânico; no lugar do sentimento de segurança, são tomadas por uma atmosfera de pavor, comumente potencializada pela midiatização promovida pelos meios de comunicação, acostumados a focalizar somente os aspectos abjetos da sociedade.
Criou-se um maniqueísmo perverso de que a criminalidade e a violência são decorrentes, única e exclusivamente, da atuação, positiva ou negativa, da Polícia Militar, talvez em razão da Instituição personificar o Poder Público ao ser o órgão cujos agentes estão mais próximos da população, que pode ter seus préstimos solicitados por um simples aceno de mão ou através de um telefone público.
É remansoso o entendimento de que as causas da violência urbana estão no desordenamento das cidades; na desagregação familiar; na miséria e sua exploração política; no completo abandono pela administração pública da infra-estrutura de saneamento, habitação, educação e saúde; e, na falta de uma política pública de segurança efetiva, que prime pela soma de esforços dos diversos poderes e esferas de governos, por conseguinte, observa-se que a Polícia Militar constitui apenas uma das engrenagens que movem a máquina social.
A idéia, por vezes hipócrita, de que os Policiais Militares são responsáveis pelos fracassos na área de Segurança Pública é injusta e encobre a real face do problema; as crises, por conta de pressões da opinião pública, de forças políticas ou de exploração da mídia, são tratadas por intermédio de medidas anódinas e temporárias, que não dão solução adequada ao problema mas satisfazem às cobranças, usando recursos de aplicação imediata e boa visibilidade, que não demandam esforços mais complexos, estes sim adequados e profícuos, mas que revelariam o âmago da questão e imporiam a assunção de papéis que tanto assusta a alguns.
A PMERJ trabalha arduamente para cumprir seu mister, combatendo a criminalidade e a violência sem debater suas causas e origens e, não raramente, preenchendo a grosso modo o espaço deixado por outros setores, pois quem tem a missão de servir e proteger não pode afastar-se de suas obrigações, tampouco justificar o crime posando de mero expectador.
As análises de todos os segmentos e as opiniões e sugestões de qualquer cidadão devem ser consideradas e são importantes para a percepção dos anseios sociais e para o direcionamento da atividade policial, porém, nem todos são especialistas em segurança pública, mesmo assim, aqueles que integram as instituições Policiais não podem prescindir das experiências individuais daqueles que as adquirem ao longo dos anos de labuta e, muitas vezes, as pessoas e até governantes têm uma visão limitada do problema.
As populações das metrópoles conservam-se em pânico; no lugar do sentimento de segurança, são tomadas por uma atmosfera de pavor, comumente potencializada pela midiatização promovida pelos meios de comunicação, acostumados a focalizar somente os aspectos abjetos da sociedade.
Criou-se um maniqueísmo perverso de que a criminalidade e a violência são decorrentes, única e exclusivamente, da atuação, positiva ou negativa, da Polícia Militar, talvez em razão da Instituição personificar o Poder Público ao ser o órgão cujos agentes estão mais próximos da população, que pode ter seus préstimos solicitados por um simples aceno de mão ou através de um telefone público.
É remansoso o entendimento de que as causas da violência urbana estão no desordenamento das cidades; na desagregação familiar; na miséria e sua exploração política; no completo abandono pela administração pública da infra-estrutura de saneamento, habitação, educação e saúde; e, na falta de uma política pública de segurança efetiva, que prime pela soma de esforços dos diversos poderes e esferas de governos, por conseguinte, observa-se que a Polícia Militar constitui apenas uma das engrenagens que movem a máquina social.
A idéia, por vezes hipócrita, de que os Policiais Militares são responsáveis pelos fracassos na área de Segurança Pública é injusta e encobre a real face do problema; as crises, por conta de pressões da opinião pública, de forças políticas ou de exploração da mídia, são tratadas por intermédio de medidas anódinas e temporárias, que não dão solução adequada ao problema mas satisfazem às cobranças, usando recursos de aplicação imediata e boa visibilidade, que não demandam esforços mais complexos, estes sim adequados e profícuos, mas que revelariam o âmago da questão e imporiam a assunção de papéis que tanto assusta a alguns.
A PMERJ trabalha arduamente para cumprir seu mister, combatendo a criminalidade e a violência sem debater suas causas e origens e, não raramente, preenchendo a grosso modo o espaço deixado por outros setores, pois quem tem a missão de servir e proteger não pode afastar-se de suas obrigações, tampouco justificar o crime posando de mero expectador.
RONALDO ANTONIO DE MENEZES
CORONEL DE POLÍCIA
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO
2 comentários:
Parabéns pelo artigo, Cel Menezes!
Gostaria de vê-lo publicado num jornal de grande circulação.
Se não conseguir em nenhum do RJ, tente enviá-lo para o Estadão ou a Folha SP.
Vale a pena.
Turma 76
O coronel tem razão. A violência hoje vista em todos os cantos do Brasil é fruto de anos e anos (séculos?) de desprezo social. A cada dia a população é empurrada para as periferias emporcalhadas e sem uma mínima condição estrutural. Falta tudo. O Estado é e sempre foi ausente, mas quer a preservação da ordem e o respeito às leis.
Mas o que dizer dessa gente espremida nas favelas ou apinhada nos morros? Será que exsite respeito ou amor nestes corações? Mas o Estado, omisso, quer a ordem pública. Para isso se utiliza dos praças da PM para "colocar ordenamento na casa".
O policial (praça), muitas vezes oriundos das mesmas periferias, se vê obrigado a combater aqueles que, como ele, nunca tiveram o mínimo. Enquanto isso, no andar superior dos gabinetes arejados e limpos, os oficiais, muitos cruéis e fiéis cumpridores do regulamento disciplinar medieval e desumano, preparam a planilha de punição disciplinar ou mesmo o documento de expulsão ou demissão sob a menor transgressão. Pronto! foi dado uma resposta à altura à sociedade do asfalto.
E a ciranda continua. Aqueles (praças) que derem sorte continuarão a enxugar o gelo fabricado dia-a-dia pelos governos e empurrados à periferia.
Os autores dessa desordem estão no poder ou gozam de benesses do poder. Moram nas cobrturas ou prédios luxuosos. Estão fora do raio da ação funcional dos praças da PM. Para estes, só devem atuar nas favelas. A PF efetuou uma série de prisões de poderosos. Muito dinheiro público(?) deixou de ser ganho de forma fácil. Muitos perderam a gorjeta do orçamento mensal. Ecoam indignações por todos os cantos e nos setores mais altos da pirâmide social. A justiça brasileira mostrou a sua tibieza.
O praça sempre foi mal remunerado. Maltratado dentro dos quartéis. Humilhado pelos déspotas do alto escalão da cadeia hierárquica.
O coronel tem razão. A polícia não vai resolver a problemática da violência. É preciso a união de todos, avançar em todas as frentes, diminuir a desigualdade sócio/cultural/econômica. Cobrar e punir o governante omisso e corrupto. Mas e a justiça? Dar dignidade e oportunidade a todos os cidadãos. Aí, sim, cobrar desses cidadãos.
Aos praças. Só o aumento salarial não basta. Não será dado nada substancial. É preciso e imperioso que se desvincule as polícias militares do regime militar cruel. Em um país democrático não pode haver uma força que atenda e sirva ao cidadão, que cerceia direitos e impõe limites, vinculada a uma doutrina militarizada. É um contrasenso.
Enfim, coronel, as reivindicações dos policiais, capitaneadas pelos oficiais, são justas, mas estão incompletas.
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