O GLOBO - 19/02/2.008 - LUIZ GARCIA - HOMENS E ARMAS - LITTLE BROTHER

Caro jornalista Luiz Garcia:

Antecipadamente, aceite as minhas desculpas, porém eu não resisti, foi mais forte do que eu.

Ao ler o seu artigo publicado no Globo, fui dominado por uma nova forma de interpretar textos, a qual chamei de forma global de interpretação.

E fiz com o seu artigo, o que a Rede Globo fez com o meu artigo, postado nesse blog, quando transformou um parágrafo em uma frase, montada de forma tendenciosa, criando um link com o caso dos Policiais Militares que foram fotografados recolhendo refrigerantes e cerveja.

Porém, fui mais ético.

Não remontei a sua frase, apenas extraí do seu artigo apenas a frase que me interessava diretamente.

"NESSA GUERRA, A COMBINAÇÃO POUCO SALÁRIO/MUITAS ARMAS É BOMBA COM PAVIO PERMANENTEMENTE ACESO".

Finalmente, alguém das organizações globo fez eco com o meu parágrafo, quando afirmei que o Policial Militar era "presa fácil" para os corruptos ativos em razão dos baixissimos salários.

Os meus sinceros e penhorados agradecimentos pela concordância, embora deva reconhecer que não guardo ressentimento com a alteração tendenciosa, pois quando a TV Globo alterou o meu parágrafo e divulgou o meu blog repetidas vezes, a minha audiência aumentou sensivelmente.

E como é interessante esse fenômeno da audiência.

Apesar da seriedade da crise que vivenciamos na área da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro, vou me permitir contar um "caso".

No carnaval, a minha família ficou responsável por cuidar de um ratinho de estimação, cujos cuidados nos foram confiados, em razão da família ter viajado no carnaval.

Ele mora em uma gaiola, conforme a foto que ilustra o final desse artigo.

Eu não sabia o nome do ratinho e resolvi chamá-lo de "little brother".

Vez por outra, para aliviar o estresse desses últimos dias, passava alguns minutos observando o animal.

Ele não se mostrava incomodado com a minha presença, aliás ele é meio exibido, quando isso lhe interessa, pois algumas vezes se recolhia ao seu quarto e não aparecia por um bom tempo.

Bastava eu me aproximar para ele correr para a roda e ficar fazendo a roda girar, correndo dentro dela - uma verdadeira academia de ginástica.

O bebedouro funcionava também como uma piscina, contribuindo para a forma física.

Sinceramente, o ratinho é um desavergonhado, fazia as suas necessidades fisiológicas sem qualquer constrangimento, na minha presença, isso sem falar nas suas exibições de barriga para cima.

Fiquei imaginando, se ao invés de um ratinho, morasse na gaiola um casal de ratinhos, sem duvida, eu assistiria cenas de sexo explícito!

E se fossem três ratinhos, talvez rolasse um sexo grupal ou uma luta pelo (a) parceiro (a).

E se fossem quatro, cinco, seis, sete,...

Rolaria o maior clima, as brigas seriam constantes, as disputas ocorreriam a toda hora e haveria uma batalha pela liderança.

Porém, a comida ficaria escassa e poderiam ocorrer até cenas de canibalismo.

O carnaval acabou e o ratinho voltou para os seus donos, são e salvo, sendo recebido em festa pelos seus familiares.

Uma experiência interessante, o "little brother" parecia um artista e gostou da minha audiência.

Afinal, ele é só um ratinho exibido, nada conhece de propaganda, pois nem mesmo fez propaganda da marca da gaiola ou da ração que se alimentava.

E nem pensa em posar para uma revista ou fazer parte de um documentário do Mundo Animal.

Era só um ratinho, temperamental, pois quando resolvi tirar uma foto, ele se escondeu da câmera.

Se fosse um ser humano...

PAULO RICARDO PAÚL

CORONEL DE POLÍCIA

CIDADÃO BRASILEIRO PLENO