sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

JORNAL EXTRA - 15/02/2008 - A FROTA É NOVINHA, MAS O SALÁRIO... - TÁIS MENDES

Artigo da jornalista Taís Mendes - tais-mendes@oglobo.com.br
Segundo a matéria, o governador teria se referido aos Oficiais mobilizados pelo resgate da cidadania do Policial Militar e do Bombeiro Militar, através da concessão de salários dignos e de adequadas condições de trabalho:
" ESSA TURMA É MUITO CHATA, MUITO IRRESPONSÁVEL, MUITO SINDICALISTA. A PM ESTÁ QUERENDO TRABALHAR E ESSA TURMA NÃO ESTÁ QUERENDO".
Respeitosamente, esclareço ponto a ponto da frase:
- "ESSA TURMA É MUITO CHATA" - O Governador recebeu em 2 (duas) oportunidades no seu gabinete no Palácio Guanabara - ESSA TURMA MUITO CHATA - quando conversamos demoradamente. O Governador "gostou tanto do encontro" que afirmou que deveriam ocorrer encontros bimestrais com - ESSA TURMA MUITO CHATA. Obviamente, não tendo atendido nenhum dos 12 (doze) itens da CARTA DOS BARBONOS, as reuniões bimestrais nunca aconteceram.
- "MUITO IRRESPONSÁVEL" - Essa é uma acusação muito grave, sobretudo partindo de um Chefe do Executivo Estadual.
No meu caso específico, que exerci por quase 3(três) anos a função de Corregedor Interno da Polícia Militar, assessorando os 2 (dois) últimos Comandantes Gerais, quando foi dobrado o número de Delegacias de Polícia Judiciária Militar; foram publicadas mais de 8.000 (oito mil) soluções nos Boletins da Polícia Militar; foi criado o Gabinete Geral de Assuntos Internos (no atual governo estadual); foi criado o Primeiro Curso de Assuntos Internos (no atual governo estadual e inédito em Polícias Militares) e foi criado o Programa de Controle dos Disparos de Arma de Fogo efetuados por Policiais Militares em Serviço (inédito em Polícias Militares), apenas para citar alguns exemplos - parece carecer de qualquer sentido, sendo uma declaração ofensiva a minha dignidade profissional e a minha honra pessoal.
- "A PM ESTÁ QUERENDO TRABALHAR E ESTÁ TUMA NÃO ESTÁ QUERENDO" - Mais uma grave acusação, inteiramente infundada.
Esquece o Chefe do Executivo Estadual que eu tinha sido nomeado Diretor Geral de Ensino da Polícia Militar pelo Comandante Geral- Coronel Ubiratan de Oliveira Angelo - sendo exonerado pelo Coronel Pitta, nomeado pelo atual Chefe do Executivo Estadual e transferido para a Diretoria Geral de Pessoal - DGP, onde estou sem função.
Portanto, quem não me deixa trabalhar é o Coronel Pitta e eu nunca saí da Polícia Militar para trabalhar em qualquer outro órgão, a minha dedicação foi integral à Polícia Militar, nesses quase 32 (trinta e dois) anos de serviço.
Pior, eu fui transferido para a DGP, contrariando o DECRETO ESTADUAL Nº 41,140 DE 23 DE JANEIRO DE 2008, assinado atual pelo Chefe do Executivo Estadual - especificamente o Artigo 3º:
"QUANDO DO SEU DESLIGAMENTO, AINDA QUE POR INTERESSE DO SERVIÇO, SERÁ GARANTIDA AO SERVIDOR A POSSIBILIDADE DE ESCOLHA DE SUA NOVA LOTAÇÃO, ONDE FICARÁ LOTADO POR PERÍODO MÍNIMO DE 01 (UM) ANO."
Administrativamente, protocolei um "PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DE ATO", em 07 de fevereiro de 2008 e ainda não fui informado da solução exarada pelo Coronel Pitta.
E comuniquei ao Ministério Público Militar Estadual a violação desse direito, no dia 11 de fevereiro de 2008.
Por derradeiro, informo que já protocolei as seguintes ações no Juizado Especial Cível:
- 2008.208.002992-1 - Requerido: Editora Abril.
- 2008.208.002989-1 - Requerido: Três Editorial Ltda.
- 2008.208.002990-8 - Requerido: Editora Globo S/A.
E hoje, protocolarei a ação em desfavor do senhor José Mariano Benicá Beltrame.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

5 comentários:

Anônimo disse...

Deve ser uma situação muito incômoda esta de ser confrontado por suas próprias palavras.
O político brasileiro, de maneira geral, não está acostumado a ser cobrado por suas promessas de campanha, isso o incomoda.
O que é desproposital é a reação: truculenta, autoritária, desviante e anti-democrática.


Turma 76

Anônimo disse...

Parece que o mal está vencendo o bem! Não podemos esmorecer! O ato cívico deve estar forte! Nos classificam de chatos, porque cobramos nossos direitos. Os brasileiros estão acostumados a calarem-se diante de seus direitos para não sofrerem discriminações como essa! Não devemos nos calar diante dessa investida. Prefiro a condiçãod e chato e ter salário digno e autonomia para trabalhar do que ser refém de políticos sem palavra e mal intencionados.
Sr. Governador, cumpra com sua palavra: e se as categorias estivessem aceito os 25% em 24x? Como não tem dinheiro? Pare de licitar e contratar obras "lucrativas", contratar serviços que poderiam ser realizados com os recursos humanos existentes no quadro do Estado. Enxugue a folha de pagamento, excluíndo assessores que ganham sem sequer comparecer ao trabalho e pague ao policial o que ele merece! Nem todos estão na rua usando a viatura em benefício próprio. O problema do político é julgar os demais por ele mesmo!!!!

Anônimo disse...

Alguém já informou ao sr Sérgio Cabral que existe algo chamado LEI que é para ser cumprida por todos e não só pelos outros.

Anônimo disse...

Acho que a PMERJ está fazendo história, justamente por cobrar publicamente as promessas de campanha de um político, o que deveria ser regra está sendo encarado como desrespeito, irresponsabilidade, etc.
Por isso que o horário político na TV, não é levado a sério pelos telespectadores, os candidatos nunca falam a verdade.

Anônimo disse...

Prá pensar e confrontar: Se na época da escravidão algum negro ou grupo de negros fosse "reclamar" na CASA-GRANDE da baixa qualidade de "restos de porcos" para sua "feijoada" doados para alimentação precária, o SENHOR BRANCO E MORADOR DA CASA GRANDE iria chamá-los de NEGROS CHATOS!!!!! Se continuassem a reclamar iria partir para o autoritarismo e mandaria o FEITOR açoitá-los com chibatadas!!!!! Não é a toa quer a História e pendular!!!!