MAURO BRAGA
Ontem, mais uma vez, cerca de 300 policiais, entre oficiais e praças da Polícia Militar do Rio, deixaram as diferenças hierárquicas de lado e, juntos, realizaramuma marcha, em Ipanema, na Zona Sul, em reivindicação por melhores saláriose condições de trabalho.
E não estavam sozinhos.
Moradores do bairro e parentes e amigos acompanharam toda a manifestação. Mesmo correndo o risco de serem punidos e até expulsos da instituição, os policiais marcharam.
O estado-maior da corporação procurou minimizar a influência dos Barbonos junto aos quartéis, como se fosse possível apagar as demandas que não são restritas somente ao grupo.
É a realidade de toda a classe.
Hoje, o policial vive temeroso, sem saber se volta no fim do dia para casa. Aliás, a maioroa dos cidadãos vive tal medo, mas eles ainda mais.
E pior do que a exposição é a realidade financeira que os policiais tentam driblar diariamente.
O orgulho de ser um PM, hoje, deu lugar ao temor de ser descoberto e morto por bandidos.
O poder público tenta continuar com a política do "faça o que eu mando", mudando os comandos da Polícia Militar, com dirigentes ligados à linha dura.
Mas o desconforto que envolve a corporação, desde o soldado até os coronéis, existe e se expande a cada dia.
Antes do cumprimento da ordem, impera o atendimento às necessidades pelas quais passam os agentes da lei. A começar dos seus ganhos e as condições quase miseráveis com as quais trabalham. Calar o direito da corporação em clamar seus direitos pode até ser feito. Mas interromper a inspiração, não tem como. E os reflexos serão inevitáveis.
É preciso diálogo e cumprimento das promessas de campanha.
Ou será que o governador já esqueceu o que tanto propagou antes de ser eleito? Na época, o policial valoroso era tema constante de debates. Hoje, é tratado com desdém e punição.
Contraditória democracia.
Greve
Policiais rodoviários federais preparam mais uma greve. A categoria reivindica 44% de aumento, que representaria um "upgrade" salarial de R$ 5.400 para R$ 7.400. Acham pouco os ganhos atuais. Agora, que muito trabalhador estaria rindo à toa se recebesse isso por mês, é certo. Mas o Brasil é mesmo o lugar dos contrastes, nada parece fazer muito sentido mesmo. Não é aqui que um chefe de garagem da Assembléia Legislativa reivindica benefícios na ordemde R$ 25 mil? Não desmerecendo o profissional, algo deve estar muito errado.
A banda não está tocando no mesmo tom para todos."
E nunca é demais lembrar que na POLÍCIA FEDERAL também existe HIERARQUIA E DISCIPLINA!
Obviamente, não é a hierarquia e a disciplina militares, sendo a hierarquia e disciplina que existe em todas instituições públicas ou privadas.
Hierarquia e Disciplina são próprios da vida de relação interpessoal, em qualquer ambiente de trabalho.
O que não pode continuar acontecendo é cercear os direitos dos militares, que devem se calar e não podem postular publicamente os seus anseios de melhorias de salário e de condições de trabalho, em face de uma disciplina militar.
Isso é violar direitos constitucionais.
Isso faz com que o militar perca a sua voz na sociedade e mudo, assista passivamente o sucateamento das Forças Armadas e das Polícias Militares do Brasil.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO
Um comentário:
"Ganhamos muito aquém do que merecemos pois de uns trinta anos prá cá, ser MILITAR foi confundido com "SER SUBSERVIENTE", "SER DE SEGUNDA CATEGORIA", "SER CAPACHO". Dá UM NOJO ver sempre atrás de políticos (vide esfera federal)um Oficial "carregando malas". Esse inclusive ganha mais do que algum colega de Academia que serve na fronteira, no norte inóspito do país e por ai afora. Mas aquela cena, tão em voga hoje em dia (basta assistir à TV à noite)quando o Chefe do Executivo federal está em viagens é a idéia que se tem hoje do MILITAR....um "capacho" e subserviente...Isso não é a esência de sr MILITAR. Ser MILITAR é antes de mais nada ser de "caráter firme", honesto tal e qual diz nossas canções.... Vamos resgatar o "que é ser MILITAR"!!!!!!!!!!!!!
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