O GLOBO
Após ordem de silêncio, general fica à vontade entre comando do Exército
Após ordem de silêncio, general fica à vontade entre comando do Exército
Otium cum dignitate
Sat, 02 Apr 2011 06:40:46 -0300
Com direito a risadas e uísque, Heleno conversou animadamente com Jobim e Peri
Evandro Éboli
BRASÍLIA. O clima de constrangimento era zero. Um dia após levar um cala-boca do Comando do exército e suspender a palestra "A contrarrevolução que salvou o Brasil", sobre o 31 de março, o general Augusto Heleno estava muito à vontade ao lado de quem ordenou o seu silêncio, o comandante do exército, general Enzo Peri, e do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O encontro festivo ocorreu ontem de manhã após uma cerimônia militar, no 4º andar do Quartel-General.
Heleno, Peri e Jobim conversaram animadamente, descontraídos, e riram várias vezes. A conversa durou mais de uma hora, com direito a uísque servido pelo cerimonial e poses para fotos com parentes de militares presentes ao evento.
Popular entre os oficiais, o general Heleno circulava bem à vontade pelo salão. Em conversa com O GLOBO, o militar se mostrou resignado por não ter feito seu discurso. Mas fez questão de enfatizar que todo ano sempre o fez. Sem citar nomes, sugeriu que a proibição de se manifestar no dia em que se comemora o golpe militar partiu da presidente Dilma Rousseff.
- Sempre fiz (discurso nesta data). E nunca houve isso (proibição). Órdi é órdi (ordem é ordem) - brincou Heleno.
Perguntado sobre de quem partiu a determinação para não falar, respondeu:
- Você não vai arrancar isso de mim. É trabalho para vocês, que analisam cenários e tal - afirmou.
A palestra do general estava marcada para anteontem, mas foi suspensa quarta-feira, após determinação de Peri.
- Mesmo se a suspensão fosse a poucos minutos da palestra, eu a suspenderia. Estou tranquilo. Vida que segue - disse Heleno, ontem.
No discurso que fez em 2010, no Quartel-General, Heleno reverenciou os militares que atuaram contra militantes de esquerda e, segundo ele, ajudaram a impedir que o país seguisse o exemplo de Cuba, Coreia do Norte, Albânia e União Soviética. Disse que, fora do contexto, é fácil falar sobre abusos na luta contra a subversão e que, entre os que condenam os militares, há muitos ex-guerrilheiros que ocupam altos postos da República.
Heleno está na reserva, mas continua à frente do Departamento de Ciência e Tecnologia do exército. Ele deixará o cargo em maio. A solenidade de ontem foi de transmissão de cargos dos novos chefe de Gabinete do Comando do exército, general Mauro César Cid, e do general Edson Leal Pujol, novo chefe do Centro de Informações do exército (CIE).
COMENTO:
Não gostei desses últimos episódios.
Prefiro não repetir os motivos que fizeram com que eu não seja um saudosista dos governos militares, embora sendo uma criança de sete anos na época, vivenciei equívocos do início dos governos que marcaram a minha alma, mas também nunca escondi que identifico acertos no período, portanto, penso que tenha uma visão equilibrada sobre o tema.
Obviamente, não concordo com qualquer ilegalidade que tenha sido praticada por esses governos ou seus representantes na ponta da linha, todavia, com o mesmo ardor condeno todas as ilegalidades praticadas pelo lado dos que queriam transformar o Brasil em uma grande Cuba com suas misérias.
Na minha concepção se o tortutador deve ser responsabilizado, os que praticaram homicídios em nome de uma luta armada também devem sentar no banco dos réus, assim a anistia seja restrita para ambos os lados.
Isso é uma questão de justiça.
Diante do exposto, confesso que não me calaria diante de uma ordem oriunda de pessoas que representam apenas um lado da história, eu contaria a minha versão, como não me calo na defesa da banda boa da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, aliás, vou além, falo e escrevo até demais contra as bandas podres, pego qualquer oportunidade que surja para colocá-los contra a parede, inclusive os que integram a banda podre da política fluminense e da política nacional.
Eu uso a tática que Beltrame emprega no Rio de Janeiro há quatro anos como "política" de segurança pública: o "tiro, porrada e bomba".
Na minha trincheira - nosso blog - abro fogo à vontade contra esses bandidos. Se tivesse um artefado nuclear jogaria neles, não tenham dúvidas sobre isso.
Não abro mão da minha condição de Coronel - último posto da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar - como representante da minha instituição e responsável pelos seus destinos.
Posso estar errado, talvez devesse estar cuidando dos meus interesses e aproveitando as maravilhas que uma aposentadoria precoce aos 53 anos pode proporcionar, mas continuo lutando, eles não vencerão a guerra, embora ganhem muitas batalhas.
Recentemente no curso de uma reunião dei a ideia de que o grupo mobilizado deveria criar uma comissão e abrir um canal de negociação com o governo do Rio de Janeiro com o objetivo de avançarmos nos nossos principais objetivos no âmbito estadual:
- a redução das parcelas do reajuste de 48 para 24 vezes, como foi concedido aos delegados da Polícia Civil;
- o fim de todas as gratificações, transformando os valores gastos nelas em acréscimos salariais (por menores que sejam) para todos (ativos e inativos); e
- aprovação da PEC 24/2009, que determina que o soldo do Soldado da PMERJ e do CBMERJ não podem ser inferiores ao salário mínimo.
Naquele momento fui muito claro, apesar de ser o autor da ideia, esclareci que não participaria de tal comissão, pois não me reuno com inimigos da minha corporação, embora entenda que alguém tem que cumprir essa tarefa ingrata.
Eu sou radical em alguns pontos que considero inegociáveis, se fosse General, penso que seria mais radical ainda.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Sat, 02 Apr 2011 06:40:46 -0300
Com direito a risadas e uísque, Heleno conversou animadamente com Jobim e Peri
Evandro Éboli
BRASÍLIA. O clima de constrangimento era zero. Um dia após levar um cala-boca do Comando do exército e suspender a palestra "A contrarrevolução que salvou o Brasil", sobre o 31 de março, o general Augusto Heleno estava muito à vontade ao lado de quem ordenou o seu silêncio, o comandante do exército, general Enzo Peri, e do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O encontro festivo ocorreu ontem de manhã após uma cerimônia militar, no 4º andar do Quartel-General.
Heleno, Peri e Jobim conversaram animadamente, descontraídos, e riram várias vezes. A conversa durou mais de uma hora, com direito a uísque servido pelo cerimonial e poses para fotos com parentes de militares presentes ao evento.
Popular entre os oficiais, o general Heleno circulava bem à vontade pelo salão. Em conversa com O GLOBO, o militar se mostrou resignado por não ter feito seu discurso. Mas fez questão de enfatizar que todo ano sempre o fez. Sem citar nomes, sugeriu que a proibição de se manifestar no dia em que se comemora o golpe militar partiu da presidente Dilma Rousseff.
- Sempre fiz (discurso nesta data). E nunca houve isso (proibição). Órdi é órdi (ordem é ordem) - brincou Heleno.
Perguntado sobre de quem partiu a determinação para não falar, respondeu:
- Você não vai arrancar isso de mim. É trabalho para vocês, que analisam cenários e tal - afirmou.
A palestra do general estava marcada para anteontem, mas foi suspensa quarta-feira, após determinação de Peri.
- Mesmo se a suspensão fosse a poucos minutos da palestra, eu a suspenderia. Estou tranquilo. Vida que segue - disse Heleno, ontem.
No discurso que fez em 2010, no Quartel-General, Heleno reverenciou os militares que atuaram contra militantes de esquerda e, segundo ele, ajudaram a impedir que o país seguisse o exemplo de Cuba, Coreia do Norte, Albânia e União Soviética. Disse que, fora do contexto, é fácil falar sobre abusos na luta contra a subversão e que, entre os que condenam os militares, há muitos ex-guerrilheiros que ocupam altos postos da República.
Heleno está na reserva, mas continua à frente do Departamento de Ciência e Tecnologia do exército. Ele deixará o cargo em maio. A solenidade de ontem foi de transmissão de cargos dos novos chefe de Gabinete do Comando do exército, general Mauro César Cid, e do general Edson Leal Pujol, novo chefe do Centro de Informações do exército (CIE).
COMENTO:
Não gostei desses últimos episódios.
Prefiro não repetir os motivos que fizeram com que eu não seja um saudosista dos governos militares, embora sendo uma criança de sete anos na época, vivenciei equívocos do início dos governos que marcaram a minha alma, mas também nunca escondi que identifico acertos no período, portanto, penso que tenha uma visão equilibrada sobre o tema.
Obviamente, não concordo com qualquer ilegalidade que tenha sido praticada por esses governos ou seus representantes na ponta da linha, todavia, com o mesmo ardor condeno todas as ilegalidades praticadas pelo lado dos que queriam transformar o Brasil em uma grande Cuba com suas misérias.
Na minha concepção se o tortutador deve ser responsabilizado, os que praticaram homicídios em nome de uma luta armada também devem sentar no banco dos réus, assim a anistia seja restrita para ambos os lados.
Isso é uma questão de justiça.
Diante do exposto, confesso que não me calaria diante de uma ordem oriunda de pessoas que representam apenas um lado da história, eu contaria a minha versão, como não me calo na defesa da banda boa da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, aliás, vou além, falo e escrevo até demais contra as bandas podres, pego qualquer oportunidade que surja para colocá-los contra a parede, inclusive os que integram a banda podre da política fluminense e da política nacional.
Eu uso a tática que Beltrame emprega no Rio de Janeiro há quatro anos como "política" de segurança pública: o "tiro, porrada e bomba".
Na minha trincheira - nosso blog - abro fogo à vontade contra esses bandidos. Se tivesse um artefado nuclear jogaria neles, não tenham dúvidas sobre isso.
Não abro mão da minha condição de Coronel - último posto da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar - como representante da minha instituição e responsável pelos seus destinos.
Posso estar errado, talvez devesse estar cuidando dos meus interesses e aproveitando as maravilhas que uma aposentadoria precoce aos 53 anos pode proporcionar, mas continuo lutando, eles não vencerão a guerra, embora ganhem muitas batalhas.
Recentemente no curso de uma reunião dei a ideia de que o grupo mobilizado deveria criar uma comissão e abrir um canal de negociação com o governo do Rio de Janeiro com o objetivo de avançarmos nos nossos principais objetivos no âmbito estadual:
- a redução das parcelas do reajuste de 48 para 24 vezes, como foi concedido aos delegados da Polícia Civil;
- o fim de todas as gratificações, transformando os valores gastos nelas em acréscimos salariais (por menores que sejam) para todos (ativos e inativos); e
- aprovação da PEC 24/2009, que determina que o soldo do Soldado da PMERJ e do CBMERJ não podem ser inferiores ao salário mínimo.
Naquele momento fui muito claro, apesar de ser o autor da ideia, esclareci que não participaria de tal comissão, pois não me reuno com inimigos da minha corporação, embora entenda que alguém tem que cumprir essa tarefa ingrata.
Eu sou radical em alguns pontos que considero inegociáveis, se fosse General, penso que seria mais radical ainda.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
5 comentários:
Caro Coronel Paúl.
Gostaria que o senhor criasse um tópico sobre o seguinte assunto.
Porque o policial militar tem a patente de soldado e cabo?
Ora, se não tem de general, sei lá porque motivos, também pode deixar de ter outras patentes.
Digo isso porque o cidadão não vê o policial militar como soldado. Soldado é coisa de FFAA, e o que é um soldado ou cabo nas FFAA?
Então, o policial militar é algo totalmente diferente dessa classificação. O policial militar patrulha o cidadão de bem. Evita conflito entre os cidadãos de bem. Atende senhoras, crianças...
Um policial militar antes de tudo é um POLICIAL. E o cidadão civil precisa confiar em seu policial, estimá-lo e tê-lo como amigo.
Veja essa hipotética situação. O sujeito comenta com os amigos que sua filha irá se casar com um policial. Logo perguntarão, Civil ou militar? Se for com o civil não haverá críticas, mas se for com o soldado PM. Podes ter certeza de que haverá críticas.
Culpa, para mim, dessa patente que não diz na realidade a grandeza do serviço que o policial presta.
Não sei se o senhor discorda. Tanto faz. O que eu quero é provocá-lo a emitir a sua opinião. Devemos acabar com as patentes de soldado e cabo?
E ficaria dessa forma: Policial, Sargento policial, Tenente...
Qual a sociedade que deseja ser policiada por soldado?
Será que a falta de respeito com os salários é derivada deste equivoco?
Avante Cel Paúl!!!
Cel Paúl,é Pedra no Sapato do Desgovernador Sergio Cabral.Ass.PM NA M.
Cel paul,porque a lei 4848 Funciona no Corpo de Bombeiros e não na polícia militar.
Gostei mesmo foi do "órdi é órdi". Para bom entendedor o recado foi dado.
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