RIO DE JANEIRO: MOBILIZAÇÕES DO FUNCIONALISMO NA LUTA POR CONQUISTAS JUNTO AO GOVERNO - COMENTÁRIOS.

Eu tenho participado de mobilizações do funcionalismo estadual desde 2008. Em algumas tive participação muito importante, como no caso dos Coronéis Barbonos, em outras sou apenas um participante, como ocorreu nas mobilizações do funcionalismo da saúde e da educação. Atualmente tenho participado da mobilização dos valorosos Bombeiros Militares, inaugurando uma nova maneira de interagir, pois na maioria das vezes sou apenas um participante, que se preocupa também com a divulgação dos fatos, e em alguns momentos acabo funcionando como um irmão mais velho, alguém mais experiente, para esclarecer um ponto ou outro. O certo é que não faço parte da comissão organizadora e nem tenho poder de voto, pois sempre entendi a minha posição de Policial Militar, apoiando uma mobilização de Bombeiros Militares.

Longe de ser um sindicalista, penso que consegui alguma experiência no assunto mobilizações do funcionalismo na busca de conquistas junto ao governo estadual, o que me permite dizer que o grande problema de TODAS as mobilizações que participei ou que assisti, tem sido a FALTA DE CONTINUIDADE.

Penso que a falta de continuidade tem sido o caminho para as derrotas do funcionalismo, sobretudo no governo Sérgio Cabral, que tem um grande trunfo na manga: a imprensa amiga.
Sem o apoio da mídia para divulgar a luta, o funcionalismo não consegue promover o desgaste político indispensável para a obtenção das conquistas.
Não é fácil dobrar um governo para obter conquistas para o funcionalismo público, quando esse governo pauta a mídia e determina quando a mídia divulga um assunto e quando a mídia deve esquecê-lo.

Outro erro comum é o fato de alguns pensam que o importante é encher as ruas, gritando palavras de ordem contra o governo.
Isso é muito pouco ou quase nada, quando ocorre esporadicamente.

Eu já caminhei com 2.000 Policiais e Bombeiros Militares, com mais de 1.000 funcionários da educação e com centenas da área da saúde, nada adiantou, pois FALTOU A CONTINUIDADE, as pessoas se cansam, pensam que a vitória seria rápida e desistem.
Não se vence um governo apoiado pela mídia com um soco no queixo no primeiro round.
Aliás, anotem: não se nocauteia um governador.

Para vencer um governador (prefeito) são necessários muitos golpes no fígado ao longo de vários assaltos, pois a luta é longa e cansativa.
Agindo assim, batendo com frequência, as ações na rua funcionam como socos no fígado, minando a resistência e tais ações devem ter a CONTINUIDADE necessária para que o governador, após longo desgaste público, procure as cordas e aceite ceder.
Repito, não se nocauteia um governador, sobretudo um governador vaidoso como Sérgio Cabral (PMDB).

Um governador se vence com PERSISTÊNCIA.
Batendo, batendo e batendo.
Não se precisa de milhares em vários momentos, mas sim de um grande grupo disposto a dividir tarefas para que em pequenos subgrupos, através de rodízios, possam bater sem parar, em vários pontos, não desgastando o grande grupo como um todo.
O grupo descansa, mas todo dia o governador apanha, esse é o caminho.

Eu tenho falando para os Bombeiros que o Comando do CBMERJ gastou toda munição (represálias) no início da guerra, praticamente não tem mais como atirar e que diante de tal realidade, as únicas esperanças do governo residem na imprensa amordaçada e no CANSAÇO natural dos mobilizados. Falei que se eles se organizassem para impedir tal cansaço, mais cedo ou mais tarde, o governo cederia diante da CONTINUIDADE dos golpes.

Prezado leitor, posso estar completamente errado, esse pode não ser o caminho, mas todas as DERROTAS que assisti do funcionalismo, que não foram poucas diga-se de passagem, tiveram na falta de continuidade uma característica comum.
Qual a sua opinião?
Voltarei ao tema quando avaliar os resultados das ações desta quinta-feira.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO