Na manhã do domingo, dia 17 de abril de 2011, mais de 130 Bombeiros Militares do CBMERJ, a maioria dos Grupamentos Marítimos, protestaram em Copacabana de maneira ordeira, pacífica, em trajes civis, desarmados e de folga. Esses homens pediam dignidade, melhores salários e condições de trabalho. Enquanto se manifestavam foram fotografados por outros Bombeiros, do serviço reservado (B/2), uma forma de tentar coagi-los e identifica-los para uma posterior retaliação. Durante a manifestação, um avião fretado pelos Bombeiros sobrevoou a orla carioca, ele trazia uma faixa com o texto: “BOMBEIROS PEDEM SOCORRO! POPULAÇÃO CARIOCA PRECISAMOS DE VOCÊS!” Esse foi o segundo avião, o primeiro foi impedido de voar e a faixa foi confiscada. O objetivo dos manifestantes era levar as reinvindicações através de audiência ao Comando Geral do CBMERJ ou ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. Caso não fossem ouvidos até o dia 18 de abril, prometeram uma passeata, no dia 20, do Largo do Machado até o Palácio da Guanabara, na tentativa de serem ouvidos.
CAPÍTULO II
Na manhã de terça-feira, dia 19 de abril de 2011, os militares dos Grupamentos Marítimos receberam memorandos informativos, para responderem se estiveram presentes ou não na manifestação de Copacabana. Na noite do mesmo dia, após não serem atendidos para exporem suas reinvindicações, mais de 100 Bombeiros se reuniram no Arpoador, para deliberarem os próximos passos do movimento e organizarem a passeata do dia seguinte. Na mesma noite, tiveram a notícia que 36 Bombeiros dos Grupamentos Marítimos foram transferidos para quartéis de fogo. A lista de transferidos que saiu no boletim do mesmo dia trazia majoritariamente militares que estiveram presentes na manifestação em Copacabana dia 17 de abril. Alguns militares, exceções, não tiveram presentes na manifestação, mas tinham a fisionomia muito parecida com algum outro militar que lá estava, ou o mesmo nome de guerra.
CAPÍTULO III
Na manhã de quarta-feira, dia 20 de abril de 2011, os militares dos Grupamentos Marítimos receberam novamente os memorandos. Foram informados de maneira a coagir, intimidar e dissuadir o movimento, que não podem se manifestar de nenhuma maneira por serem militares, e que os presentes na passeata do mesmo dia sairiam de lá presos. No Largo do Machado, às 13h se iniciou a concentração da passeata, com cerca de 200 Bombeiros. Após uma assembleia, explanação do Deputado Estadual Flávio Bolsonaro, e entoarem o Hino do Soldado do Fogo, se deslocaram até o Palácio da Guanabara, na intenção de serem recebidos pelo Governador. Não foram recebidos por nenhum representante do Governo. Encaminharam-se então a ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), onde foram recebidos e tiveram suas vozes ouvidas, e receberam apoio dos parlamentares presentes. Os Deputados marcaram uma reunião entre a comissão de Bombeiros, o comando do CBMERJ e uma comissão de Deputados, para o dia 28 de abril, 10h, no 1º GMar. Em decorrência das transferências e na falta de um diálogo com o Comando Geral e o Governo, decidiram-se pelo aquartelamento imediato.
CAPÍTULO IV
Na manhã de quinta-feira, dia 21 de abril de 2011, os Bombeiros tentaram o aquartelamento, iriam permanecer em seus quartéis mesmo de folga, efetuando os serviços normalmente. Os militares do 2º GMar, 3º GMar e 18º GBM, foram impedidos de entrar em seus quartéis de origem, um direito que lhes cabe. Fora o direito de se alimentarem todos os dias do mês em suas OBM’s, que também lhes foi negado. Os Bombeiros do 1º GMar e do 4º GMar não foram impedidos de aquartelarem. Logo, os que foram proibidos de aquartelarem se deslocaram e permaneceram em frente ao 2º GMar e 18º GBM. Chegada à noite, cerca de 200 Bombeiros cantaram o Hino do Soldado do Fogo e dormiram acampados, em cadeiras de praia, barracas, pedaços de papelão e até mesmo no chão, com suas famílias, em frente ao 2º GMar. O mesmo ocorreu no 18º GBM, os Bombeiros “aquartelaram” do lado de fora do quartel.
CAPÍTULO V
Na manhã de sexta-feira, dia 22 de abril de 2011, os militares agrupados no 2º GMar se deslocaram ao 3º GMar, onde permaneceram o dia inteiro “aquartelados”, do lado de fora do quartel. Na noite do mesmo dia, cerca de 200 Bombeiros se concentraram na porta do 3º GMar, de onde partiram até o 17º GBM. Lá chegando, entoaram o Hino do Soldado do Fogo e permaneceram em silêncio, pois já eram 22h. Em frente ao 17º GBM, os Bombeiros e suas famílias, se preparam para mais uma noite ao relento, com barracas, cadeiras de praia, papelões, colchões... Enquanto isso, no 18º GBM, os Bombeiros também foram às ruas e fizeram uma manifestação pacífica e ordeira. Nesse dia, o a avião foi impedido novamente de voar.
CAPÍTULO VI
Na manhã do sábado, dia 23 de abril de 2011, todos se deslocaram do 17º GBM ao posto 12, no Leblon. Continuaram a manifestação, panfletando por todo dia, à noite se reuniram novamente e decidiram os próximos passos. Realizaram uma homenagem aos três Bombeiros que morreram soterrados em Nova Friburgo, que não tinham recebido nenhuma homenagem da própria corporação, entoaram o Hino do Soldado do Fogo serenamente. Decidiram encerrar o ciclo de manifestações, atos e protestos, em respeito à Páscoa e as famílias mobilizadas. Resolveram marchar segunda-feira dia 25 de abril de 2011, da Candelária até o Quartel Central do CBMERJ, onde provavelmente passariam a noite acampados.
CAPÍTULO VII
No dia 25 de abril, mais de 800 Bombeiros Militares reuniram-se na Candelária como fora combinado. A intenção era marcharem até o Quartel Central, na Praça da República, e acamparem frente ao QC. Porém, nesse mesmo dia, o Rio de Janeiro foi assolado por uma chuva torrencial, um verdadeiro dilúvio. Nada que fosse esmorecer a determinação desses bravos homens, que marcharam mesmo sob uma chuva que nenhum radar detectou, caiu o previsto para 40 dias em uma só noite. Esses homens e mulheres cantaram o Hino do Soldado do Fogo completamente encharcados. Pediram socorro, dignidade, melhores condições de trabalho. Deixaram claro que nenhum passo atrás será dado. O acampamento que fariam na porta do QC se tornou inviável devido à chuva descomunal, resolveram marcar para o dia seguinte, concentrando-se no mesmo local e horário.
CAPÍTULO VIII
Conforme o combinado na noite anterior, os Bombeiros começaram a se concentrar na Candelária. Em número menor, devido ao desgaste ocasionado pela chuva da noite anterior, muitos ficaram ilhados em pontos diversos da cidade até o amanhecer. Até um homem morreu afogado em plena Praça da Bandeira. O plano era acampar em frente ao QC, mas resolveram se deslocar ao Theatro Municipal, onde era realizada a entrega do prêmio Atitude Carioca, da Rede Record. Lá dentro do Theatro, encontrava-se o Governador, que finalmente pode ouvir os Bombeiros, indiretamente, pois as vozes dos mais de 300 Bombeiros ecoaram dentro do Theatro. Os Bombeiros cantam o Hino do Soldado do Fogo, e pediram socorro mais uma vez. A presença de aparato repressivo era grande, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo, armas de efeito moral, escudos e cassetes eram empunhados por membros da tropa de choque da Polícia Militar. A PM se fez presente de maneira ostensiva, mas não precisou entrar em ação. Como todos atos anteriores, esse também foi pacífico, ordeiro, disciplinado, dentro de total legalidade. Os Bombeiros finalizaram o ato às 22h, respeitando a lei de silêncio.
CAPÍTULO IX
Como foi combinado no dia 20 de abril de 2011, a comissão de Bombeiros tinha uma reunião marcada com o Comandante Geral e uma comissão de Deputados da ALERJ, dia 28 de abril, no 1º GMar, às 10h. O comando não apareceu, causando um enorme constrangimento aos Deputados que se faziam presentes, eles tomaram como desrespeito à ALERJ essa ausência, pois a reunião foi marcada pela casa do povo com antecedência. Sendo assim, cerca de 300 Bombeiros decidiram ir à ALERJ, onde os Deputados os esperavam à tarde. Nas escadarias da ALERJ, deram continuidade as manifestações pacíficas, até ocuparem as galerias. No plenário, os discursos foram favoráveis, em defesa dos Bombeiros. A causa dos militares foi taxada como muita mais que justa. Uma comissão de Deputados se reuniu com uma comissão de Bombeiros. Os Deputados reivindicam que as punições e as transferências sejam canceladas, assim como extintos os IPMs para apurar as manifestações pacíficas. Caso o que os Deputados pleiteiam não vigore, ombrearam com os Bombeiros nas manifestações. Um novo ato foi marcado para o dia 3 de maio. Será uma caminhada, com concentração no Largo do Machado às 13h, o destino é o Palácio da Guanabara.
COMENTO:
Bombeiros e Policiais Militares venham fazer parte dessa história gloriosa do Corpo de Bombeiros Militar e de todos os militares estaduais do Rio de Janeiro. Eu estou fazendo parte e posso garantir é emocionante e revigorante, uma força que faz com que um velho Coronel se sinta como um jovem Aspirante.
A luta é de todos nós e para todos nós.
Visite o site www.sosbombeiros.com
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Bombeiros e Policiais Militares venham fazer parte dessa história gloriosa do Corpo de Bombeiros Militar e de todos os militares estaduais do Rio de Janeiro. Eu estou fazendo parte e posso garantir é emocionante e revigorante, uma força que faz com que um velho Coronel se sinta como um jovem Aspirante.
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PAULO RICARDO PAÚL
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