segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

BELTRAME, ELIO GASPARI, GILBERTO VELHO E O ESTADO PARTIDO..

Ontem o jornal O Globo publicou artigo de Elio Gaspari do qual extraio a parte relacionada com os números da criminalidade do Rio de Janeiro:
"O pacificador.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, quer pacificar a pesquisa acadêmica do economista Daniel Cerqueira, do Ipea. Ela mostrou que, pela base de dados do Ministério da Saúde, enquanto os homicídios na cidade caíram de 13 para dez mortos para cada 100 mil habitantes entre 2007 e 2009, deu-se um aumento de mortes atribuídas a "causas indeterminadas", de 20 para 22 no mesmo grupo. Beltrame disse que estuda a possibilidade de processar o economista. Nas suas palavras: "O documento fala em escamoteamento de informações, má-fé e ocultação".
Não fica bem para um secretário de Segurança dizer que "estuda" a possibilidade de abrir um processo. Parece ameaça. Se o número de homicídios registrados caiu e aumentaram os mortos por "causas indeterminada", alguma coisa oculta havia. Quanto ao uso da expressão "má-fé", quem está sendo falsamente acusado é Cerqueira, pois em seu trabalho não escreveu essas duas palavras. É ele quem pode processar Beltrame.
Uma verificação estatística divulgada há dias pelo Instituto de Segurança Pública do governo do Rio jogou luz na discussão. Revelou que 91,6% dos "indeterminados" de 2009 eram casos de homicídio. Com isso, a taxa pacificada de assassinatos, que teria caído em 28,6%, caíra apenas 3,6%.
O doutor Beltrame confirmou sua presença numa audiência pública que se realizará amanhã na Assembleia do Rio. Cerqueira também".
Manipulação de dados estatísticos, isso é o que parece.
Hoje, o jornal O Globo publica artigo do antropólogo Gilberto Velho sob o título "Insegurança nas ruas". Eu recomendo a leitura e vou tentar publicar na íntegra no nosso espaço democrático. Nesse momento, destaco:
(...)
Os progressos obtidos no RJ, através de uma política de segurança que focaliza as áreas antes dominadas pelo tráfico, não podem obscurecer a permanência e mesmo o agravamento da insegurança no asfalto da metrópole.
(...)
Prezados leitores, sonho com o dia que alguém escreverá sobre o fato de que o governo estadual dividiu o estado, aumentando o conceito de cidade partida, ao optar por desenvolver uma tática (me recuso a considerar uma política) que privilegia claramente o município do Rio de Janeiro com um policiamento maciço em comunidades carentes e distribui os traficantes com seus fuzis para outros municípios. Sonho com alguém que escreva que Beltrame é secretário municipal de segurança pública, pois só desenvolve ações no município, dando prioridade à Zona Sul, como ficou claro com as UPPs. Você sabia que foram instaladas UPPs em todas as comunidades carentes do bairro de Copacabana? Em contrapartida, quantas foram instaladas na Baixada Fluminense? Nenhuma. Quantas foram instaladas na Zona Oeste? Uma.
Uma vergonha esse policiamento privilegiado, algo que fere de morte os princípios básicos de igualdade entre as pessoas.
Juntos Somos Fortes!

2 comentários:

Anônimo disse...

O segundo emprego é a principal fonte de sustento da maioria dos Policiais Militares da "banda boa".

Seria muito interessante vincular o SOLDO do Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro ao SALÁRIO MÍNIMO vigente, que no ano que vem (2012) irá para R$ 622,73.

O salário mínimo NECESSÁRIO foi calculado, no mês de novembro, em R$ 2.349,26, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada pelo DIEESE em 17 capitais, em conformidade com o disposto no artigo 7º, inciso IV, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Não adianta a tropa receber Gratificações e o SOLDO permanecer abaixo do SALÁRIO MÍNIMO em vigor, lembrando que inativos e pensionistas não são beneficiados com tais bonificações.

O GOVERNO ESTADUAL DESVALORIZA O PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA. O ESTADO ESTÁ CONDENANDO PMs E BMs A RECEBEREM MAL PARA SEMPRE.

SOLDO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO É ILEGAL, INCONSTITUICIONAL...

CORRER RISCO DE VIDA, NO BRASIL, NÃO TEM NENHUM VALOR!

Anônimo disse...

A PMERJ AGONIZA

Por que temos QUANTIDADE, mas não temos QUALIDADE nos serviços prestados pela PMERJ? Quem escolhe a profissão são os cidadãos menos qualificados, que não conseguiram conquistar um emprego melhor. O Policial Militar, que em nível de escolaridade deveria estar acima da média do cidadão comum, está abaixo!

De acordo com o Guia de Salários-base do mercado de trabalho, verifica-se que um Policial Militar, em início de carreira, deveria ganhar no mínimo R$ 4.651,00 no menor grau hierárquico, ou seja, na graduação de Soldado. Já na graduação de Cabo, o PM deveria receber pelo menos R$ 5.909,00, e como 3º Sargento o valor teria que estar na faixa de R$ 7.591,00.

A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO TEM OS MENORES SOLDOS, OS PIORES SALÁRIOS DO BRASIL PAGOS À CATEGORIA, APESAR DO GOVERNO FLUMINENSE RECEBER A SEGUNDA MAIOR ARRECADAÇÃO DO PAÍS! INFELIZMENTE, É O BOM SALÁRIO QUE ATRAI OS MELHORES PROFISSIONAIS.

O RIO DE JANEIRO É A CIDADE MAIS CARA DO CONTINENTE. COMO VIVER NUMA CIDADE CARÍSSIMA COM UM SOLDO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE? O SOLDO É O SALÁRIO DO PM E DO BM.

O ABANDONO GOVERNAMENTAL NÃO PODE CONTINUAR!

É preciso transformar o policial militar em cidadão brasileiro pleno, algo que ainda está longe de ocorrer no país.

A PMERJ tem que ter uma única porta de entrada (base), e o concurso público para ingresso na corporação deve exigir nível superior completo. O piso salarial deve ser de R$ 4.651,00 para o primeiro grau hierárquico.

A CIDADE MAIS CARA DAS AMÉRICAS PAGA O PIOR SALÁRIO DO BRASIL AOS SEUS GUARDIÕES, OS HERÓIS SOCIAIS!

O que aconteceu com a PEC 24/2008 de autoria do deputado estadual Paulo Ramos (PDT)? Por que ela não entra na pauta?

Atualmente, o emprego do Policial Militar do RJ é o "bico". É o "bico" que sustenta o PM do Rio!