UM ESCLARECIMENTO

Infelizmente, eu não tido tempo de responder aos questionamentos postados através dos comentários moderados por mim.
Eu gostaria de criar uma interação ainda maior com cada um dos leitores desses blogs, sobretudo nesse momento especial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Os e-mails também estão atrasados.
Estou dedicando muito do tempo tentando buscar algumas respostas, aqui e acolá, interagindo com muitos cidadãos fluminenses para desvendar os poucos mistérios que ainda existem por trás das cortinas.
E devo destacar que é impressionante a mobilização popular apoiando a nossa causa, o resgate da cidadania do Policial Militar através da concessão de salários dignos e das adequadas condições de trabalho.
A cada instante chegam novidades e idéias, o engajamento é total.
Nunca a tropa esteve tão unida e acreditando nos seus líderes.
Nunca a população apoiou tanto a Polícia Militar e isso aconteceu quando começamos a dar visibilidade ao movimento e quando informamos ao cidadão fluminense que um Policial Militar e um Bombeiro Militar arriscam a vida por menos de R$ 30,00 (trinta reais) por dia, metade do que ganha uma diarista.
Nos nossos quartéis sempre pregaram que só receberíamos salários dignos quando fizéssemos greves, operações padrão e operações tolerância zero.
Sempre afirmaram que isso deveria ser feito antes de um carnaval, antes de uma passagem de ano, antes do PAN, etc.
Eu respeito a todos que pensam dessa forma, porém nunca concordei com essa estratégia e deixei isso claro ao longo de toda nossa mobilização.
Sinceramente, optamos pelo caminho certo, ir às ruas, ordeira e pacificamente, desarmados e de folga, para mostrar a nossa penúria ao cidadão fluminense – o cliente da segurança pública.
O resultado foi imediato – apoio e indignação.
Não tenho dúvida que com a capacidade de mobilização dos jovens, com a participação de todos – Oficiais e Praças – Ativos e Inativos – a nossa grande marcha democrática terá o apoio de todos os segmentos da sociedade fluminense.
A regra deve ser só uma, não prejudicar nenhum cidadão fluminense.
E volto a afirmar, senhores Oficiais, a nossa mobilização não tem muros – você está de um lado ou está do outro – as desculpas não serão aceitas, pois é a honra institucional, a honra de cada um de nós e a honra de nossos familiares, que tanto tem sofrido nesses momentos.
E o esclarecimento ao comentário:
Os Barbonos não poderiam ir ao sepultamento, criariam um fato midiático, que certamente seria muito inconveniente naquele momento de dor profunda.
A maior dor que um pai e uma mãe podem sentir é sepultar um filho, isso violenta a regra natural, os filhos enterram os pais.
A minha avó paterna nunca se conformou em ter enterrado meu pai, que morreu aos 63 (sessenta e três) anos.
Ele viveu muito anos ainda amargando essa dor, na sua lucidez que a acompanhou até o último dia.
Os Barbonos não poderiam ir.
O momento era da família, a mídia só iria atrapalhar.
E a mídia estará conosco, sem dúvida, na quinta-feira, no Quartel General, quando voltamos ao trabalho.
Não se preocupem, a mobilização estará na mídia diariamente, cada vez com mais amplitude.
A mobilização estará nas ruas do Rio de Janeiro, no coração de cada cidadão que sonha com uma cidade segura, onde todos nós possamos usufruir dessa cidade maravilhosa.
Nós temos que ter muito cuidado para que a nossa mobilização não sirva de trampolim político para ninguém!
Na nossa marcha democrática, por exemplo, teve "policial militar" que condenou o ato, não o divulgou em nenhum momento e depois, diante do sucesso, apareceu do nada na marcha para tirar retratos.
A nossa mobilização é institucional, quem quiser ser político, que busque um palanque.
Aliás, os Deputados Estaduais e o Deputado Federal que nos acompanharam nas reuniões e nas marchas, fizeram questão de não tirar proveito da situação.
Prestaram-nos solidariedade e orientação – nada exigindo em troca – foram éticos e isso não é muito comum na política.

JUNTOS SOMOS FORTES!

PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO