segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

POLÍCIA MILITAR: POR QUE TROCAR COMANDOS DE BATALHÕES E CPAs NA SEMANA ANTERIOR AO CARNAVAL?

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Hoje acordei indignado, parecendo estar saindo do estado de imobilidade que me acometeu por uns dias após a notícia de troca de comando em algumas unidades da PM. Podendo raciocinar melhor, fiquei me questionando, tentando encontrar respostas para tantas dúvidas que essas notícias trazem, bem como alento para não desanimar de vez com esta Corporação. Minhas questões são: por que trocar comando de batalhões e de CPAs na semana anterior ao Carnaval? Como alguém que não conhece uma área pode passar a comandá-la num período tão complicado como este? Como explicar trocas de comando às vésperas de carnaval? Quem propõe estas trocas tem capacidade e conhecimento para estar nesta função ou são só oficiais de gabinete que nunca foram para as ruas, nunca enfrentaram bandidos, nunca foram operacionais e por isso tomam essas medidas incompreensíveis? Como explicar trocas de comando às vésperas de carnaval? Essas unidades estão sendo inoperantes, não atingindo as metas propostas e por isso é necessário fazer mudanças? Não dá para ser depois do carnaval? Como explicar trocas de comando às vésperas de carnaval? Como nós policiais desses batalhões estamos nos sentindo ! Alguém pensa nisso, ou seja, pensa em nós?
No caso dos policiais de Campos, nos sentimos ainda pior. Como morador do interior e servidor público que sou me pergunto: o que querem com essas mudanças? Por que trocar um excelente comando de CPA, que bateu todas as metas propostas pela Secretaria de Segurança e que trouxe de volta para nossos corações o sentimento de grandeza que devemos ter por nossa farda? Que nos fez sentir novamente seres valorizados, com direitos, com dignidade, com apoio, com proteção e com cobrança na medida certa para com o dever a cumprir? Por que trocar o que está dando certo em segurança pública por algo que só Deus sabe? Ouvindo colegas da minha unidade, e relato de colegas de outras unidades, mais perplexo fiquei e nada entendi! Dá para alguém me explicar!
Penso! Penso! Penso! E nada! Só concluo o óbvio: não representamos nada para o Estado (nem quando o governo descendeu desta cidade); realizam-se ações que satisfazem a vontade de alguém, em detrimento da nossa e da população por nós protegida; que tudo vale mais do que um bom trabalho realizado (no caso do 6º CPA, um excelente trabalho); que não adianta sonhar com a Corporação dando as ordens certas e valorizando seus policiais, pois ela é comando por quem só pensa em...... (em que será que pensa o comando da corporação?!?!?!); será que a segurança pública do Rio, em relação ao interior, tornou-se acéfala e, que de vez em quando, para dizer que existe joga alguns papeizinhos e sorteia uma ação a ser tomada? Se for isso - um caso de acefalia - por favor, procurem ouvir o que têm a dizer os policiais do interior; sim, por que nós pensamos e falamos. Hum..., mas será que vocês sabem ouvir? Se souberem, tento certeza que ficarão surpresos com nossas idéias; querem uma muito boa para vocês: inaugurem logo nossa Policlínica, pronta há mais ou menos oito meses e que está sendo coberta por mato e lixo enquanto nós policiais e familiares precisamos ir até o Rio para fazer um simples tratamento! O que pensarão as pessoas sobre vocês: “nossa, o Estado e a Corporação pensam no bem estar de seus policias!”!. Ponto para vocês.
Mas, volto à questão inicial: o que querem com essas mudanças? Alô, Sr Secretário de Segurança Pública, Beltrame, o senhor tornou-se um ídolo nacional. Qualquer pessoa do bem deseja beijar suas mãos e agradecer o que o Sr fez pelo nosso Estado - lembre-se de que ele é formado por capital e interior e não nos esqueça! E foi além, pois provou a todos os brasileiros que com vontade política, inteligência e honestidade somos capazes de vencer a violência. Por tanto é ao sr a quem eu tenho que me dirigir agora: semana passada assisti a uma entrevista em que pregava que o trabalho policial deve ter o binômio :“lisura e resultado”; concordo plenamente! Por isso peço-lhe humildemente que o senhor analise os resultados obtidos pelo comando do 6º CPA e nos justifique a troca a ser realizada. Como policial, e local, posso garantir-lhe tratar-se de um comando de ação como é de seu desejo: com lisura, resultado e humanidade, que olha para cada policial – do recruta ao de patente de coronel – e vê um ser humano; a quem agradece pelos bons serviços como também adverte e transfere quando não há sintonia com o determinado para que se alcançar o resultado desejado. Peço-lhe que analise os resultados e me explique – e a todos os policiais dos batalhões sob o comando do 6º CPA, principalmente ao de Campos - o que move tal mudança; a quem interessa tirar daqui o Coronel Cezar Vieira – vitorioso em seus comandos e batedor das metas da Secretaria - para colocar outro em seu lugar. Voto a pedir-lhe: analise resultados e se for preciso ouça os policiais. Ou será então que vencer metas, ter lisura e alcançar resultado deixou de ser a bandeira da Secretaria a partir desta semana? Se for, sinto-me enganado e sem saber a quem recorrer para obter resposta à pergunta: o que querem com essas mudanças? Por favor, analise resultados e não nos tire um excelente comandante para colocá-lo à disposição na DGP. É incoerência demais e essa não me parece ser uma característica sua.
Agora triste, desanimado, cansado de tanto pensar acho que entendi: é que somos um bloco de bobos, comandados por um grupo fantasiado de oficiais superiores que querem nos transformar em palhaços e, por isso, a troca de comando se realiza antes do carnaval, período em as agremiações carnavalescas vão para as ruas!
Socorro, Sr Beltrame!
Anônimo
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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