Beltrame: bom policial, mau gestor
Cesar Maia*
A qualificação técnica de um profissional, em qualquer área, por melhor que seja, não o credencia, necessariamente, para posições superiores como executivo. É o que esses 4 anos e dois meses demonstram do secretário de segurança do RJ, Mariano Beltrame. Isso, especialmente, nos dias de hoje, onde as organizações operam em sistemas abertos pela generalização da eletrônica. Abertos para dentro e para fora.
Mais do que nunca, se exige dos gestores capacidade de formar equipes, de trabalhar em rede, de construir canais adequados de informação, de desenvolver sistemas de controle sofisticados que alertem em tempo real, de processos permanentes de análise funcional e de resultados, de decidir operacionalmente e também por visão estratégia, gestão simultânea e cruzada de vários subsistemas técnicos, de ver a comunicação como função associada às demais… Enfim, tudo isso faz parte da Gestão, nos dias de hoje, privada e, especialmente, Pública. Esta, pela consequência social dos erros cometidos.
Mas esses quatro anos vêm mostrando que Beltrame não tem esta habilitação. Isso não seria problema se ele, como bom policial que tem demonstrado, desse à sua chefia de gabinete, assessoria ou afim, responsabilidades que permitissem operar de forma binária. A Operação Guilhotina deu, mais uma vez, transparência à ausência de gestão na secretaria de segurança.
Em 4 anos, foram 4 os comandantes da PM, 3 os delegados chefes de Polícia, 3 os subsecretários, para não falar no zig-zag dos órgãos operacionais, justificado num primeiro ano, mas problemático depois disso. Beltrame não consegue gerir em mais de um foco. E, mesmo nesse caso, o foco tem mudado e a UPP como foco é sua terceira tentativa. A primeira foi a ilusão de identificar depósitos de drogas e paióis via inteligência policial. Isso poderia até ser feito 20 anos atrás, hoje não. Depois, veio a política repressiva tradicional, com ações violentas e televisivas em várias comunidades para acuar os bandidos. Não deu certo. Finalmente, o foco nas UPPs, que vai bem como política, e com problemas por falta de modelo de operação combinada de vários serviços públicos.
Isso se faz sentir, hoje, por falta de gestão simultânea e cruzada nos diversos subsistemas técnicos. O policiamento ostensivo e o policiamento de trânsito são exemplos de abandono por concentração de foco em um só vetor, ou dois. As transferências da Draco, de subordinação à polícia civil e ao gabinete do secretário é outro exemplo. As duplicidades entre o comando da PM e seu estado maior é outro exemplo. O isolamento do ISP, sem interação com BPMs e Delegacias é outro, embora o processo de georreferenciamento, até por rua, esteja disponível, mais um exemplo. O atraso de dois meses no processamento de informações -delegacias-ISP- mostra a distância que se encontra de Bogotá ou Nova York. Etc.
A nomeação da delegada Marta Rocha é um exemplo. Seu perfil não repressivo, em suas trajetórias profissionais e políticas, não combina com os perfis que vêm sendo usados na chefia e primeiro escalão da Polícia Civil. Políticas específicas exigem profissionais específicos. Goleiro não é atacante, embora os dois sejam fundamentais. Cada um em sua função, com sua experiência, com seu perfil. “Mudou a política?”, se perguntam alguns delegados.
Como um novo período começa, há tempo de sobra para o bom policial dar qualidade, que ainda não tem, à sua gestão.
*Cesar Maia, ex-prefeito do Rio.
Mais do que nunca, se exige dos gestores capacidade de formar equipes, de trabalhar em rede, de construir canais adequados de informação, de desenvolver sistemas de controle sofisticados que alertem em tempo real, de processos permanentes de análise funcional e de resultados, de decidir operacionalmente e também por visão estratégia, gestão simultânea e cruzada de vários subsistemas técnicos, de ver a comunicação como função associada às demais… Enfim, tudo isso faz parte da Gestão, nos dias de hoje, privada e, especialmente, Pública. Esta, pela consequência social dos erros cometidos.
Mas esses quatro anos vêm mostrando que Beltrame não tem esta habilitação. Isso não seria problema se ele, como bom policial que tem demonstrado, desse à sua chefia de gabinete, assessoria ou afim, responsabilidades que permitissem operar de forma binária. A Operação Guilhotina deu, mais uma vez, transparência à ausência de gestão na secretaria de segurança.
Em 4 anos, foram 4 os comandantes da PM, 3 os delegados chefes de Polícia, 3 os subsecretários, para não falar no zig-zag dos órgãos operacionais, justificado num primeiro ano, mas problemático depois disso. Beltrame não consegue gerir em mais de um foco. E, mesmo nesse caso, o foco tem mudado e a UPP como foco é sua terceira tentativa. A primeira foi a ilusão de identificar depósitos de drogas e paióis via inteligência policial. Isso poderia até ser feito 20 anos atrás, hoje não. Depois, veio a política repressiva tradicional, com ações violentas e televisivas em várias comunidades para acuar os bandidos. Não deu certo. Finalmente, o foco nas UPPs, que vai bem como política, e com problemas por falta de modelo de operação combinada de vários serviços públicos.
Isso se faz sentir, hoje, por falta de gestão simultânea e cruzada nos diversos subsistemas técnicos. O policiamento ostensivo e o policiamento de trânsito são exemplos de abandono por concentração de foco em um só vetor, ou dois. As transferências da Draco, de subordinação à polícia civil e ao gabinete do secretário é outro exemplo. As duplicidades entre o comando da PM e seu estado maior é outro exemplo. O isolamento do ISP, sem interação com BPMs e Delegacias é outro, embora o processo de georreferenciamento, até por rua, esteja disponível, mais um exemplo. O atraso de dois meses no processamento de informações -delegacias-ISP- mostra a distância que se encontra de Bogotá ou Nova York. Etc.
A nomeação da delegada Marta Rocha é um exemplo. Seu perfil não repressivo, em suas trajetórias profissionais e políticas, não combina com os perfis que vêm sendo usados na chefia e primeiro escalão da Polícia Civil. Políticas específicas exigem profissionais específicos. Goleiro não é atacante, embora os dois sejam fundamentais. Cada um em sua função, com sua experiência, com seu perfil. “Mudou a política?”, se perguntam alguns delegados.
Como um novo período começa, há tempo de sobra para o bom policial dar qualidade, que ainda não tem, à sua gestão.
*Cesar Maia, ex-prefeito do Rio.
COMENTO:
Ratifico:
Por que os delegados e os coronéis ainda não solicitaram a exoneração de Beltrame ao governador Sérgio Cabral?
Essa inércia é inexplicável?
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Ratifico:
Por que os delegados e os coronéis ainda não solicitaram a exoneração de Beltrame ao governador Sérgio Cabral?
Essa inércia é inexplicável?
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO
2 comentários:
Porque o verdadeiro governador do estado é o secretário.
Vc tem lá suas razões...
Juntos Somos Fortes!
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