sábado, 12 de fevereiro de 2011

CORPO DE BOMBEIROS - UPA - SAMU - DENÚNCIAS.

DENÚNCIA RECEBIDA:
Prezado Cel Paúl,
É a segunda vez que escrevo e aproveito o ensejo para mais uma vez parabenizar o canal de denúncias e o comprometimento com todo o corpo militar do estado do Rio de Janeiro.
Conforme disse em email anterior sou (...) enfermeiro do CBMERJ, atualmente lotado em uma das UPAs e gostaria de aqui denunciar a situação pela qual passam os militares, particularmente os enfermeiros e técnicos de enfermagem, e a situação ridícula de saúde do rio de janeiro.
Primeiramente é preciso apontar além da irregularidade já discutida (inconstitucionalidade da utilização dos Bombeiros em serviços como SAMU e UPA), há a exploração dos mesmos com escalas desumanas e estressantes. Enquanto todos os oficiais (Médicos, Dentistas e Assistentes Sociais) realizam escala de 24h semanais os Enfermeiros são obrigados a cumprir escala de 24x72h uma descriminação injustificável seja pelo critério nível de formação (todas as categorias são nível superior), seja pelo critério militar já que os assistentes sociais possuem a mesma patente e gozam de melhor escala. Essa escala é comparável apenas aos hospitais particulares capitalistas e leoninos que se interessam apenas pelo lucro e não por seus recursos humanos. Não suficiente a SESDEC não assume essa carga horária exigida já que registra junto ao CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) um sítio do Ministério de Saúde onde todos os estabelecimentos de saúde em operação e seus funcionários devem estar cadastrados, a carga horária registrada é de 30h semanais, onde na realidade cumpre-se no mínimo 48h semanais. Apesar das tentativas de melhorias e de dialogo o comando do 2º GSE representado pelo Major Jorge André e Cel Suarez ainda não sensibilizaram e nem mostraram sinais se melhoria das condições de serviço.
Não suficiente, os profissionais civis que hoje também integram as equipes hoje têm escala e vencimentos melhores que nós militares. Trabalham a metade e ganham o dobro.
Convivemos ainda com a pressão diária de funcionários do Governo de Estado de um setor intitulado “SOS Saúde” que visitam as unidades como intuito de melhorar o atendimento das unidades, mas que na verdade são leigos, sem nenhuma formação técnica em saúde e que participam de um grande cabide de empregos.
Aos entusiastas do modelo UPA de assistência, considerem ainda os seguintes fatores: apesar das demonstrações de proximidade entre os governos de estado representado pelo Gov Sergio Cabral e o Governo Municipal representado pelo Prefeito Eduardo Paes, não há diálogo ou melhoria no quesito saúde. O que se vê hoje são hospitais estaduais com emergências fechadas e os postos de saúde do município sem vagas. Não se iludam pelo apelo estético das UPAs com suas estruturas aparentemente novas e o frescor do ar condicionado. Desafio os leitores a conseguir atendimento em qualquer um dos hospitais do estado Getúlio Vargas, Albert Sshweitzer, Pedro II, Rocha Faria ou qualquer outro. Além do sucateamento eles têm em comum a orientação: dirija-se à UPA. Dessa forma é fácil atingir o objetivo apontado pelo Governador de “esvaziar” as emergências dos hospitais, mas sim às custas de sobrecarregar as UPAs que hoje realizam na maioria das vezes mais de 450 atendimentos por dia o que é incompatível com seu porte, sobrecarrega os profissionais e resultam em filas de 6, 8 e por vezes mais de 10 horas de espera. Aliado a isso, os pacientes que são atendidos na UPA não conseguem dar seqüência ao seu atendimento seja por não conseguir marcar sua consulta no posto de saúde mais próximo, seja por não conseguir agendar suas cirurgias nos hospitais, ou mesmo por permanecer em observação na UPA por até 10 dias e às vezes mais por falta de vagas nos hospitais.
Pensem bem: é esse o modelo de saúde que queremos? Que tipo médicos estão atendendo nas UPAs? São os mais qualificados que costumam aceitar esse tipo de situação? O que o Governador vai inventar agora para poder diminuir as filas nas UPAs? Quando poderemos contar com um sistema verdadeiramente ÚNICO de saúde onde o paciente não tenha que peregrinar para conseguir o seu atendimento?
E finalizando, mas não menos importante:
1. todos se lembram das compras superfaturadas da SESDEC e dos escândalos da gaze e dos medicamentos? Pois bem, o que aconteceu com os responsáveis? Pois bem, fiquem sabendo que todas as UPAs são imaginem só alugadas, através de uma empresa chamada NH e que agora começa a prestar seus serviços também às UPPs.
2. não foi divulgado, mas para tentar diminuir a precariedade dos atendimentos pediátricos nas UPAs, que no ano de 2010 passou por inúmeras dificuldades com várias unidades sem a especialidade, o Governo de Estado sensibilizou-se, e depois de deixar os Bombeiros pediatras atendendo de forma sobrecarregada já que poucos civis aceitavam os baixos salários pagos, elevou o preço do plantão para generosos R$12.000,00 aproximadamente. Curiosamente o mesmo só começou a ocorrer quando se aproximou o período eleitoral, por que será?
Mais uma vez aproveito a oportunidade,
Grato
Bombeiro Militar
COMENTO:
Encaminhei essa denúncia aos jornalistas da minha lista de email, na esperança de que a mídia investigativa resolva esclarecer os fatos denunciados.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Anônimo disse...

Espero, que a jornalista, autora da reportagem: A porta do Inferno,faça parte da tua lista de e-mail.

Anônimo disse...

Isso é fácil de investigar, é só pegar as escalas e as testemunhas. Não sei o que falta para o MP acabar com essa farra.