domingo, 6 de fevereiro de 2011

A COMPLACÊNCIA QUE COMEÇA A VIRAR CUMPLICIDADE.

A mídia é um comércio, apesar da sua relevante função social de informar e de auxiliar na formação a opinião pública, a mídia é um comércio como outro qualquer, que precisa lucrar para sobreviver, essa é a verdade.
A tal realidade devemos somar o fato de que no Rio os governos federal, estadual e municipal são excelentes anunciantes, quem sabe os melhores, o que deixa o dono do negócio em dificuldades quando a notícia a ser veiculada não agrada ao cliente (governo). Portanto, o posicionamento chapa branca de parte da mídia fluminense chega a ser compreensível, embora totalmente condenável em virtude da função social.
É uma decisão difícil, sem dúvida, falar ou escrever contra os governos (clientes), entretanto, ela precisa ser adotada em alguns momentos, caso contrário a complacência pode virar cumplicidade.
No Rio de Janeiro, alguns acontecimentos na área da segurança pública que se iniciaram em 2008, começam a apresentar um cheiro estranho, desagradável para narinas mais treinadas na área. O mau cheiro só tem aumentado, o que determina que algo está apodrecendo nos bastidores.
É bom que a mídia melhore o seu olfato.
Hoje os gestores da segurança pública realizaram mais uma operação para ocupação de comunidades e não evitaram a saída tranqüila dos traficantes de drogas e de seus fuzis, novamente, uma ineficácia inexplicável.
Isso é um fato.
Ouvido a respeito o secretário de segurança, o gestor maior da segurança pública faz a seguinte declaração:
SITE G1:
"Prefiro que os traficantes saiam (das comunidades) a entrar à custa da vida de um inocente", disse o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, para justificar o fato de a operação de ocupação das favelas de Catumbi, Estácio, Santa Teresa, no Centro, ter sido amplamente divulgada com quase uma semana de antecedência” (leiam).
E a mídia se cala, não questiona um tamanho absurdo.
Como aceitar placidamente que o secretário de segurança minta de forma tão descarada.
Sim, ele mentiu. Essa não é uma preocupação da secretaria de segurança, evitar vítimas inocentes, aliás, nunca foi. Será que a mídia já esqueceu da primeira batalha do Alemão, por exemplo.
As Polícias Civil e Militar fazem incursões diariamente em comunidades carentes usando desde o início do governo Sérgio Cabral (2007) a tática do “tiro, porrada e bomba”, sem qualquer preocupação com as vítimas inocentes.
Há pouco tempo um Policial Militar do BOPE matou uma vítima inocente em razão de confundir uma furadeira com uma arma, será que já esqueceram?
Quer dizer que só existem vítimas inocentes nas comunidades onde serão realizadas ocupações?
Nas outras comunidades, as quais representam 95% do total, não existem inocentes que podem ser feridos ou mortos?
Pelo amor de Deus, respeitem a população fluminense, não somos estúpidos, embora muitos pareçam.
O cheiro de podridão é forte, a mídia fluminense caminha para ser cúmplice.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

3 comentários:

Ricardo Oscar Vilete Chudo disse...

Perfeitamente visível que esta ocupação tem efeito meramente político, pois as UPPs dos complexos do Alemão e da Penha, ainda não estão definitivamente implantados, estando as comunidades ocupadas por força que não as da Segurança Pública. O Governo do Estado do Rio de Janeiro precisava de algo que escondesse o desgaste provocado pela omissão deste na tragédia ocorrida na Região Serrana. Se diz preocupado com a morte de inocentes, mas não há a mesma preocupação sobre as milhares de vitimas de sua omissão e criminoso desvio de verbas.

Anônimo disse...

Extraído do Blog.

Revista Veja - Blog Reinaldo Azevedo.

07/02/2011 às 14:44
Imitem Cabral, senhores governadores, e espalhem bandidos! Vocês também merecem reportagens elogiosas na TV!

Eu não sei onde os demais governadores de Estado estão com a cabeça que não seguem o elogiadíssimo modelo “espalha-bandido” de Sérgio Cabral, do Rio, e de seu impressionante secretário de Segurança — cuja candidatura ao Prêmio Nobel da Paz já tem até publicitário contratado. Eu juro! Não é brincadeira!

Ontem, a polícia do Rio, com a ajuda de helicópteros e blindados da Marinha, ocuparam nove favelas da região central da capital. O anúncio foi feito com antecedência: “Fujam porque estamos chegando; a gente está indo, hein…” Homens do Bope foram adiante, destemidos, enfrentando… ninguém! A bandidagem, que não é burra nem nada, já tinha dado no pé. Apreendeu-se uma quantidade irrisória de droga.

Vejam como Jornal da Dez, da GloboNews, noticiou o evento.

"VÍDEO"

Voltei
Como viram, Beltrame, com a sua apreensão muito particular da língua, explicou:
“Prioritariamente, o mais importante (sic) é obter este território, sem aumentar estatísticas de bala perdida, sem aumentar estatísticas de auto de resistência, sem aumentar estatísticas de homicídio ou de ferimento de qualquer pessoa civil. A nossa preocupação é com a população!”

É um humanista! Ele está dizendo, na prática, que enfrentar e prender bandidos é uma prática que contraria os interesses da… população. O Rio caminha a passos largos para legalizar o crime. Não sou eu que estou dizendo, não! São suas autoridades. Isso que Beltrame chama de “prioritariamente o mais importante” se tornou o objetivo único. Desde que bandido pare de desfilar com arma pelos becos e vielas, tudo bem, o resto pode.

Com a ajuda da reportagem, que traduz a intenção da polícia, o coronel Mário Sérgio Duarte, comandante da Polícia Militar, explica o que vai acontecer com os bandidos:
“Esses criminosos, quando fogem para outras áreas, se tornam forasteiros. Então, a própria população se torna hostil à sua presença. Nós vamos realizar operações nessas áreas, mas principalmente naquelas onde receberão UPP, no futuro, com certeza, nós iremos alcançá-los”.

Ah, bom! Agora está tudo explicado! Uma pergunta: onde está aquele exército de bandidos que fugiu da Vila Cruzeiro para o Alemão e, do Alemão, sabe-se lá para onde?

Um estado como São Paulo, que tem 10,47 homicídios por 100 mil habitantes, tem de aprender que a sua mania de prender bandido vai contra os interesses da população. O certo é adotar a política humanista do Rio, onde há 30 por 100 mil… Por enquanto, é claro! No melhor dos mundos, a bandidagem do Rio migra para outros estados.

Beltrame e Sérgio Cabral mereceriam é o Nobel de Marketing! O interior do Rio e os estados que lhe fazem fronteira que se cuidem. Como os bandidos das favelas da capital não são presos, eles têm de ir para algum lugar, não? E têm de continuar a ganhar a vida. Cabral vai “pacificar” a cidade para a Copa do Mundo. Há algo de muito errado nessa história. O “modelo” Belatrame-Cabral aponta para uma de duas coisas: ou exporta traficante para outros estados ou, então, faz um acordo com eles. Convenham: há uma boa possibilidade de que não tenham fugido. Fez-se um pacto de paz e pronto!

O preço da cocaína no Rio não subiu um centavo. Segundo as leis de mercado, isso significa que o espantoso sucesso da política de segurança de Sérgio Cabral nem arranhou o tráfico. Como dirá Beltrame, “prioritariamente, o mais importante” é maquiar a cidade para a Copa do Mundo.

Sigam o modelo de Cabral, senhores governadores! Vocês também merecem reportagens elogiosas na TV!

Por Reinaldo Azevedo

Anônimo disse...

Creio que a "fumaça" expelida pela verdadeira montanha de DINHEIRO PÚBLICO que está sendo queimado, tenha enevoado e dificultado a visão da imprensa e de "alguns" órgãos fiscalizadores.
E ela, é bastante Mal Cheirosa!!