sábado, 15 de janeiro de 2011

COBERTOR CURTO - MARCOS ESPÍNOLA.

Marcos Espínola: Cobertor curto
Advogado criminalista

Rio - As mudanças no Rio de Janeiro nos últimos anos vêm despertando um novo olhar não só da população como também de investidores e empresários, o que resgata a tradição da cidade como centro nervoso da economia em inúmeros segmentos. Somado a isso, outro fator positivo é o inegável potencial natural inexistente em qualquer outro lugar do mundo.
Mas, certamente, o ápice dessa euforia recente se deve à bem-sucedida ação na área da segurança pública e à conquista do direito de sediar jogos e a final da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Hoje, os governantes das três esferas gozam do prestígio e reconhecimento de uma gestão baseada na união e atenta a pontos até então desprezados pelo Poder Público.
Porém, o atual cenário nos comprova a tese do cobertor curto, no qual se “cobre a cabeça, mas os pés ficam de fora”, e isso carece de total atenção. A tragédia na Região Serrana, repetindo a catástrofe em Angra dos Reis e Niterói, não nos deixa mentir. Em verdade, episódios como esses são esperados, o que constata a ainda fraca política urbana e de proteção das encostas no estado.
Infelizmente, vivemos uma notória contradição, pois se de um lado atraímos olhares admirados, mas, por outro, a indignação é inevitável, pois estamos falando de centenas de vidas e lares destruídos em todos os verões. Famílias inteiras pagando o preço do velho descaso das autoridades.
Torcemos pelo Rio. Vibramos e reconhecemos cada passo dado em prol de uma cidade e um estado melhor, mas continuamos amargando falhas irreparáveis, evidenciando que, se o assunto é gestão pública, as prioridades devem ser estabelecidas para que um setor não se destaque enquanto outros sofrem as consequências do abandono.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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