quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA RESPONSABILIDADE DOS GOVERNANTES NA TRAGÉDIA DA REGIÃO SERRANA.

JORNAL O DIA
Jornal francês culpa negligência de autoridades por tragédia na Região Serrana

Rio - As enchentes e deslizamentos de terra que deixaram mais de 740 mortos na Região Serrana do Rio de Janeiro são mais um exemplo da "negligência criminosa" das autoridades brasileiras, segundo afirma um artigo publicado nesta quinta-feira pelo diário francês Le Monde.
"A nova tragédia, como outras no passado, ilustra a negligência criminosa de algumas autoridades eleitas. Por demagogia ou interesses eleitorais, eles deixaram que o concreto tomasse os morros, ou mesmo encorajaram a especulação imobiliária", afirma o artigo.

Foto: Reprodução da Internet
Para o jornal, "a fúria da natureza tropical" pode ter sido a responsável inicial pelo desastre, mas "os céus têm menos culpa que os homens". "Não há fim no inventário das muitas falhas que levaram à tragédia", diz o artigo, citando falta de capacidade para previsões meteorológicas precisas, inexistência de sistemas de alerta e a ocupação irregular em áreas de risco.
Foco em ações imediatas
O diário observa que dados oficiais indicam que 5 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco e que a própria presidente, Dilma Rousseff, admitiu que a situação é "mais a regra do que a exceção". Para o jornal, as responsabilidades pelo problema estão em todos os níveis do Estado. "A prevenção não faz parte dos discursos dos políticos, totalmente focados em ações imediatas, porque isso daria pouco retorno a eles nas eleições", afirma.
O artigo observa ainda que o próprio governo brasileiro havia admitido, em novembro do ano passado, que não havia implementado nenhuma das medidas recomendadas para informar, educar e alertar comunidades sob risco. "Nem mesmo com a criação de um banco de dados ou um site na internet", diz.

 Foto: Divulgação
Região de Vieira, distrito de Teresópolis, alagada pelas chuvas há uma semana | Foto: Divulgação
O jornal cita ainda a consultora da Organização das Nações Unidas (ONU) Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (Cred), de Bruxelas, na Bélgica, para quem é um absurdo que o Brasil, com "apenas um perigo natural para administrar", não consiga fazê-lo. "Este foi o 37º deslizamento de terra no Brasil em menos de dez anos", diz. "Imagine se o País também enfrentasse terremotos, vulcões ou furacões. O Brasil não é Bangladesh, não tem desculpas", afirma.
Região Serrana enfrenta a pior catástrofe de sua história
Castigada por um temporal que fez chover em 24 horas mais do que era esperado para todo o mês, a Região Serrana do Rio enfrenta desde a noite da terça-feira 11 de janeiro a pior catástrofe natural do Brasil. Com o número de mortos, desabrigados, desalojados, feridos e desaparecidos, a tragédia já superou o registrado em janeiro do ano passado, em Angra dos Reis e, em abril, na capital e Niterói.
Localidades inteiras foram soterradas por lama no município de Teresópolis. No bairro Caleme, uma represa da Cedae transbordou por causa da tromba d’água, provocando o deslizamento de encostas sobre casas e carros. Em Nova Friburgo, três bombeiros que seguiam para resgatar vítimas quando o carro onde estavam foi soterrado por uma avalanche.
Petrópolis também sofreu devastação em diferentes pontos. O Distrito de Itaipava foi o mais atingido. O soterramento de uma casa na localidade Vale do Cuiabá matou 12 pessoas de uma mesma família. Corpos foram recolhidos por moradores e depositados às margens de um rio à espera de resgate. Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, também cidades da região, também contabilizam mortos.
Com informações do Terra
COMENTO:
O silêncio do Ministério Público é preocupante, assim como, a inércia da ALERJ.
As investigações para apurar as responsabilidades já deveriam ter sido iniciadas formalmente.
A punição aos governantes será a melhor PREVENÇÃO.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

2 comentários:

Ricardo Oscar Vilete Chudo disse...

Se por aqui todos se calam, façamos com que as cobranças venham do exterior. Ser omisso é ser conivente.

EDIVAL ANCHIETA disse...

o preocupante!!, e que, as pessoas, não mais acreditem na justiça, e as façam por meio próprios.