sábado, 29 de janeiro de 2011

POLÍCIA MILITAR: O CAO E O CSP, A QUALIFICAÇÃO DOS OFICIAIS.

As instituições organizadas militarmente promovem cursos de especialização e de aperfeiçoamento para seus Oficiais e Praças, alguns deles são condições indispensáveis para a continuidade da evolução na carreira.
No caso dos Oficiais das Polícias Militares, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO) e o Curso Superior de Polícia (CSP) são imprescindíveis para as promoções aos postos de Major (CAO) e de Coronel (CSP).
O objetivo primordial dos cursos é preparar os Oficiais para as novas funções no círculo dos Oficiais Superiores: as funções de Estado Maior e de Comandante. É um treinamento direcionado especificamente para assessorar o comando (funções de Estado Maior) e para comandar as Organizações Policiais Militares.
Os cursos são precedidos de exames seletivos que reprovam muitos pretendentes e têm uma duração que tem variado ao longo do tempo de um semestre a um ano, dependendo da orientação do Comando Geral.
Na prática da vida Policial Militar, os Oficiais acabam exercendo funções de Estado Maior sem possuírem o CAO e alguns chegam a comandar sem terem freqüentado o CSP. O fato de não terem freqüentado os cursos não os condena ao fracasso, mas certamente eles não estão habilitados como deveriam estar para o exercício de tais funções, isso é um fato incontestável, caso contrário, o CAO e o CSP perderiam a razão para existirem apenas como um obstáculo para a promoção.
Diante desses fatos, nomear para comandar Oficiais que não possuem o CSP significa nomear Oficiais que não foram treinados pela própria Polícia Militar para o exercício do comando, algo que beira o absurdo, considerando que existem Oficiais possuidores do CSP sem comando.
Além desse problema que reputo grave, pois pode sinalizar para o compadrio, a situação ganha maior dimensão quando esses Oficiais sem CSP são nomeados para o comando de batalhões da Polícia Militar que devem ser comandados por Coronéis de Polícia.
Na PMERJ temos batalhões que a função de comando é própria de Tenente Coronel e outros que a função é de Coronel. Assim sendo, como o Oficial não pode ser promovido a Coronel sem CSP, ao nomear um Tenente Coronel sem CSP para o comando de um desses batalhões, o comando geral contraria na essência a organização básica da Polícia Militar.
A instituição determina que o comando seja de um Oficial que tenha obrigatoriamente o CSP, um Coronel de Polícia, mas apesar disso o comando geral nomeia segundo seus próprios interesses um Oficial sem CSP.
Sinceramente, penso que o compadrio demonstrado algumas vezes na gestão da modernidade, novamente está presente.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

5 comentários:

Anônimo disse...

caro cel paul isto acontece na pm há muito tempo,desde o tempo q o sr era da ativa,mas somente agora isto incomoda o sr.
estranho eu diria que o senhor tem recalque
um gde abraço

Alexandre, The Great disse...

Essa certamente NÃO é a Polícia Militar do terceiro milênio, idealizada por grandes e letrados Comandantes como Carlos Magno Nazareth Cerqueira, por exemplo.

Alexandre, The Great disse...

Está mais para a "polícia do boi"...

Paulo Ricardo Paúl disse...

Alexandre, eles estão destruindo a Polícia Militar.
Caro anônimo, sem dúvida, isso ocorreu antes. Aliás, cite um caso concreto que tenha ocorrido antes. É fácil. Cite um caso.
Juntos Somos Fortes!

Anônimo disse...

O perfil ideal do Policial Militar

O Policial Militar tem o poder-dever concedido pelo Estado para restringir direitos individuais que atentem contra os direitos coletivos. Portanto, o conhecimento da lei é importante para que sua atuação não seja pautada pela ilegalidade. O PM ideal é aquele que sabe aplicar a lei, dispõe de inteligência emocional para agir em situações adversas, possui perícia no manuseio dos armamentos, está sempre pronto para agir.

Embora a profissão seja imprescindível para manter a paz e a ordem, o que se percebe é que a sociedade brasileira pouco investe na Polícia Militar, atribuindo-lhe um fardo além das suas possibilidades, sendo implacável quanto aos erros. A profissão é desvalorizada, quando deveria ser admirada por ter o dever de proteger a todos.

O policial militar brasileiro ideal nasce à medida que o processo de seleção seja mais rigoroso, o curso de formação mais qualificado e o aperfeiçoamento constante, à medida que se investe em melhores salários para atrair bons profissionais e se investe na saúde mental da corporação, dessa forma teremos servidores públicos satisfeitos e preparados para oferecer a segurança que a sociedade tanto almeja.

A PMERJ deveria exigir o Bacharelado em Direito para ingresso no CFO (Curso de Formação de Oficiais) e Nível Superior (3º Grau) completo para ingresso no CFS (Curso de Formação de Sargentos).