Em uma entrevista sobre pesquisa realizada pela fundação Getúlio Vargas e publicada no blog, destacamos o seguinte trecho "Mostramos que a educação tem um papel muito importante no processo de construção de um sistema de segurança mais eficaz e imune à corrupção", dizem os coordenadores da pesquisa, os professores Marco Aurélio Ruediger e Vicente Riccio.
A pesquisa aponta um dado importante, mas que precisa de aprofundamento para podermos avançar, naquilo que os pesquisadores constataram, que é tão somente a ponta do gargalo que sufoca e elitiza o processo de educação profissional nas instituições militares.
Nas instituições militares, temos um processo de formação/educação dicotômico, que de um lado estabelece diretrizes para o curso de formação dos executores, ou seja cabos, soldados e sargentos, que em Minas recebe o clamoroso nome de curso técnico de segurança pública e curso de formação de sargentos respectivamente, mas na maioria dos estados brasileiros, de curso de formação de soldados, mas de outro lado temos o curso de formação de oficiais, em que se forma os executivos, por assim dizer, já que estes atuam quase que exclusivamente nas esferas de planejamento estratégico, mesmo que muita vezes sem nunca ter assentado em uma viatura policial.
Assim se originam os homens que cuidarão da segurança pública dos cidadãos, já discriminado dentro de sua própria organização, pois se de um lado lhe é outorgado poder, de outro muita mais responsabilidade, pois diariamente lida com leis, direitos e deveres, obrigações, etc, sem contudo, receber uma formação consistente, principalmente na área do direito, que deveria ser mais extensa, possibilitando compreender mais de direito do que de lei, vez que essa traz em seu bojo quase sempre, alguma proibição ou dever para a sociedade.
Nos curso de formação de soldados, temos 09 (nove) meses de duração, enquanto o curso de formação de oficiais, tem duração de 04 (quatro) anos, mas com doutrina, como afirmei anteriormente, de executivos, ou seja os homens que mandarão, para usar um português mais claro.
Este distanciamento, mais do que dividir a organização, acaba por ser uma elitização que predominantemente, resulta em desagregação em todas as instâncias organizacionais, com prejuízos incalculáveis para a proteção e promoção da cidadania, que deveria ser a tônica na estrutura de poder da instituição, alimentando sub valores como a dissimulação, hiprocrisia, bajulação, sentimento de menos valia, entre muitos outros.
Para os que não sabem, é só perguntar para o praças, que obterão a resposta, há inegávelmente duas polícias, a dos praças e a dos oficiais, começando pela própria formação que é um viés de manutenção do poder e da dominação, pois até hoje muitos são penalizados, por buscarem melhorar sua formação intelectual e escolar, ou se começarem a se sobressair, muito rapidamente são cerceados e até transferidos para unidades, em que não possam “perturbar”.
Penso que a pesquisa que foi realizada é muito importante, mas se queremos respostas capazes de colaborar para a melhoria da segurança pública, devemos implementar estudos mais profundos, sobre a educação nas instituições militares, pois é certamente na origem que os problemas começam a ser construídos, e não no dia-a-dia da rua, onde o policial, além de cumprir seu dever luta também para sobreviver e conseguir sair ileso, de sindicâncias, comunicações disciplinares e IPMs, e o pior do linchamento moral sumário da imprensa, quando tudo que era para dar certo acabou dando errado.
No fim e como resultado de todo o processo de educação profissional, acaba-se por encarcerar o saber, em que poucos sabem muito e muitos sabem quase nada.
A pesquisa aponta um dado importante, mas que precisa de aprofundamento para podermos avançar, naquilo que os pesquisadores constataram, que é tão somente a ponta do gargalo que sufoca e elitiza o processo de educação profissional nas instituições militares.
Nas instituições militares, temos um processo de formação/educação dicotômico, que de um lado estabelece diretrizes para o curso de formação dos executores, ou seja cabos, soldados e sargentos, que em Minas recebe o clamoroso nome de curso técnico de segurança pública e curso de formação de sargentos respectivamente, mas na maioria dos estados brasileiros, de curso de formação de soldados, mas de outro lado temos o curso de formação de oficiais, em que se forma os executivos, por assim dizer, já que estes atuam quase que exclusivamente nas esferas de planejamento estratégico, mesmo que muita vezes sem nunca ter assentado em uma viatura policial.
Assim se originam os homens que cuidarão da segurança pública dos cidadãos, já discriminado dentro de sua própria organização, pois se de um lado lhe é outorgado poder, de outro muita mais responsabilidade, pois diariamente lida com leis, direitos e deveres, obrigações, etc, sem contudo, receber uma formação consistente, principalmente na área do direito, que deveria ser mais extensa, possibilitando compreender mais de direito do que de lei, vez que essa traz em seu bojo quase sempre, alguma proibição ou dever para a sociedade.
Nos curso de formação de soldados, temos 09 (nove) meses de duração, enquanto o curso de formação de oficiais, tem duração de 04 (quatro) anos, mas com doutrina, como afirmei anteriormente, de executivos, ou seja os homens que mandarão, para usar um português mais claro.
Este distanciamento, mais do que dividir a organização, acaba por ser uma elitização que predominantemente, resulta em desagregação em todas as instâncias organizacionais, com prejuízos incalculáveis para a proteção e promoção da cidadania, que deveria ser a tônica na estrutura de poder da instituição, alimentando sub valores como a dissimulação, hiprocrisia, bajulação, sentimento de menos valia, entre muitos outros.
Para os que não sabem, é só perguntar para o praças, que obterão a resposta, há inegávelmente duas polícias, a dos praças e a dos oficiais, começando pela própria formação que é um viés de manutenção do poder e da dominação, pois até hoje muitos são penalizados, por buscarem melhorar sua formação intelectual e escolar, ou se começarem a se sobressair, muito rapidamente são cerceados e até transferidos para unidades, em que não possam “perturbar”.
Penso que a pesquisa que foi realizada é muito importante, mas se queremos respostas capazes de colaborar para a melhoria da segurança pública, devemos implementar estudos mais profundos, sobre a educação nas instituições militares, pois é certamente na origem que os problemas começam a ser construídos, e não no dia-a-dia da rua, onde o policial, além de cumprir seu dever luta também para sobreviver e conseguir sair ileso, de sindicâncias, comunicações disciplinares e IPMs, e o pior do linchamento moral sumário da imprensa, quando tudo que era para dar certo acabou dando errado.
No fim e como resultado de todo o processo de educação profissional, acaba-se por encarcerar o saber, em que poucos sabem muito e muitos sabem quase nada.
JOSÉ LUIZ BARBOSA, Sgt PM.
Presidente Associação Cidadania e Dignidade.
acesse nosso site: www.cidadaniaedignidade.com.br
E-mail: cidadaniaedignidade@yahoo.com.br
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PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO