Deputado faz representação ao Ministério Público pedindo providências contra provimento irregular de oficial da PM
"O deputado estadual Flavio Bolsonaro (PP-RJ) não se satisfez com a providência do secretário de Segurança em relação ao fato de um coronel da PM ganhar auxílio-moradia mesmo vivendo em imóvel do Estado. Como se sabe, em audiência pública terça-feira passada Beltrame disse que iria cancelar.
A Bolsonaro, porém, a medida cheira a impunidade. De fato, infeliz é da sociedade que admite que o castigo termina quando acaba o crime.
Ora, tráfico de drogas?
É só parar.
Matança?
Parar de matar absolve o sujeito.
Roubalheira?
O cara rouba cinco milhões, depois pára, e está tudo bem.
Sendo assim, Bolsonaro entrou com representação ao MP para que sejam tomadas as providências legais cabíveis.
Segue trecho da representação:
1. Chegou ao conhecimento deste gabinete parlamentar, via documento apócrifo, denúncia contra o Coronel PM ANTÔNIO CARLOS SUAREZ DAVID, Chefe do Estado Maior-Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ.
2. A acusação refere-se ao recebimento de parcelas mensais referentes à indenização de “auxílio-moradia”, cada uma no valor de R$ 942, 13 (novecentos e quarenta e dois reais e treze centavos), mesmo residindo o coronel em imóvel de propriedade do Estado do Rio de Janeiro, sito à Rua XXXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXX
3. Trata-se da segunda pessoa na pirâmide hierárquica da Corporação, cuja conduta deve se basear na legalidade, na moralidade, na honestidade, correção, na transparência e no respeito à res pública, posto que é o exemplo a ser seguido dentro da Corporação por todos os seus subordinados e a possível imagem de mau gestor público e militar indigno do oficialato não deve se refletir para a tropa.
4. Destarte, solicita o requerente minuciosa e urgente verificação da existência do fato supra descrito, bem como sobre seu conhecimento por parte do Comandante-Geral da PMERJ - até para que não pairem dúvidas acerca da idoneidade destes militares.
5. Contudo, confirmada a denúncia, requer sejam tomadas as medidas legais cabíveis no sentido do ressarcimento aos cofres públicos do montante indevidamente pago e para a responsabilização dos agentes da administração pública envolvidos por eventuais infrações penais praticadas.
De fato, Bolsonaro tem razão: o regime disciplinar seria implacável se um soldado recebesse auxílio-moradia morando em imóvel do Estado. Já quanto a um coronel, é só parar de receber? É uma ética curiosa".
GUSTAVO DE ALMEIDA - JORNALISTA.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO