sexta-feira, 7 de março de 2008

O DIA ON LINE - 07/03/2008 - A "POLÍTICA" DE SEGURANÇA PÚBLICA EM AÇÃO!

DIA ON LINE
7/3/2008 01:36:00
Moradores da Cidade de Deus acusam PMs de atirar em doméstica
Bartolomeu Brito

"Rio - A morte da doméstica Michele da Silva Lima, de 27 anos — baleada na cabeça por tiro de fuzil, quarta-feira à noite, durante operação policial —, levou moradores da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, a fazer uma série de protestos ontem. Durante quatro horas, a Rua Edgard Werneck foi fechada pelos manifestantes várias vezes. Outras duas vias também foram interditadas na véspera, em ato realizado logo após a vítima morrer. O clima era tão tenso na região que 10 escolas não funcionaram, deixando 6.217 alunos sem aulas. No muro da casa de Michele, a perícia encontrou um projétil que será confrontado com armas de PMs que participaram da ação.A jovem foi baleada dentro de casa, depois que cinco policiais do 18º BPM (Jacarepaguá) entraram na favela para revidar um suposto ataque de traficantes. No entanto, testemunhas afirmam que não houve confronto e acusam policiais pela morte. Os PMs pediram reforço do 9º BPM (Rocha Miranda), 14º BPM (Bangu) e 16º BPM (Olaria), que levou o blindado.
Os protestos começaram ainda na noite de quarta-feira e se estenderam pela madrugada. Cerca de 30 moradores foram para a Estrada do Gabinal e estenderam cartazes com inscrições como “Justiça, mãe de família morta por polícia covarde”. Policiais que foram ao local conter os manifestantes trocaram tiros com traficantes. Blindado do 16º BPM foi atacado a bombas e teve pneu furado.
Também foram fechadas por moradores a Estrada Marechal Miguel Mendes Salazar e a Rua Edgard Werneck, onde dois carros foram incendiados. Às 4h30, rabecão dos bombeiros chegou para retirar o corpo, mas foi impedido porque moradores queriam esperar a realização da perícia. Os bombeiros só conseguiram entrar na favela com a cobertura do Caveirão.
Pela manhã, ainda revoltados, moradores se armaram com paus e pedras e fecharam a Rua Edgard Werneck, acesso à favela. O trânsito ficou congestionado e motoristas assustados fugiram de marcha a ré. A PM pediu reforço e policiais foram recebidos com vaias e xingamentos.
Um tenente pediu a liberação da rua, mas não foi atendido. Com a chegada de viatura da 32ª DP (Jacarepaguá), o grupo liberou a via, imaginando que fossem os peritos. Quando os manifestantes perceberam o engano, a pista foi novamente fechada.
Às 11h30, os peritos chegaram e o trânsito foi liberado. Traficantes soltaram fogos, provocando correria. Para evitar confrontos, o blindado não acompanhou a perícia. Mesmo assim, a Rua Edgard Werneck continuou interditada até as 13h — segundo PMs, por ordem do tráfico.

Parentes afirmam que não houve confronto
Sogro da vítima, Luís Carlos Ramalho, 58 anos, disse que não houve confronto. Segundo ele, um PM teria subido no portão da casa e feito dois disparos após avistar uma sombra. Michele visitou Luís pouco antes de morrer. “Ela disse que ia lavar roupa, mas levou dois tiros. Não tinha operação nenhuma. Era como uma filha para mim”, lamentou Luís, que recolheu três cápsulas no local.
“Não havia ninguém dando tiro. E mesmo que dessem, de onde viriam, não poderiam atingir Michele, pois há outras casas. O tiro que a matou foi da PM. Agora, ela se foi. E minhas filhas, como ficarão?”, questionou o marido da vítima, Luiz Leonardo Ramalho, 30 anos, enquanto beijava a foto da mulher.
As meninas, de 6 e 10 anos, só souberam da morte da mãe durante o dia. Antes, parentes disseram que Michele estava sendo medicada em um hospital.
Indignada, a irmã da jovem, Gisele da Silva Lima, gritava por justiça: “Ela era o amor da nossa vida. Agora, acabou a vida do marido e das filhas. O corpo da minha irmã está no chão, que nem um cachorro, um lixo. Jogaram um pedaço de nós no lixo”. Michele será enterrada hoje no Cemitério de Irajá.
Projétil passará por perícia
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) ficaram 50 minutos na casa de Michele. Dentro do muro, que foi quebrado pelos peritos, encontraram uma cápsula de fuzil. O projétil, que estava amassado, será encaminhado para confronto balístico com as armas dos PMs que participaram da ação, que serão apreendidas. O exame pode determinar de que arma partiu o tiro. O resultado fica pronto um mês.
Os peritos também acharam duas perfurações de balas na porta. Outras duas cápsulas foram encontradas no local. Um policial civil que esteve na casa chegou a dizer que, pela posição dos PMs descrita pelas testemunhas, é provável que o tiro tenha partido dos militares.
DIFERENTES VERSÕES INVESTIGADAS
Dois inquéritos foram abertos para investigar a morte — um civil e outro militar. O delegado da 32ª DP (Taquara), Pedro Paulo Pontes Pinho, disse que há informações de que patrulha do 18º BPM que passava pela Rua Edgard Werneck viu carro suspeito e foi averiguar. Um traficante teria sido baleado no confronto.Pinho vai verificar, através do GPS, a posição de duas patrulhas que os moradores apontaram para identificar os PMs. Uma equipe foi ouvida ontem no batalhão. Outros moradores afirmaram que policiais do 9º BPM teriam atirado em Michele. Eles citaram nomes do sargento Marcos, cabos Alves e Anderson, soldado Telles, além de um capitão, como envolvidos na ação. Testemunhas disseram ainda que os PMs teriam arrancado os nomes da farda ao perceberem que eram fotografados. Os PMs estariam em um Gol e uma Blazer.
Segundo parentes, PMs esconderam-se atrás de postes na esquina e começaram a atirar."
ALGUÉM TEM DÚVIDA SOBRE QUEM IRÁ RESPONDER PERANTE A JUSTIÇA, O POLICIAL MILITAR OU QUEM FOMENTA A POLÍTICA DO "TIRO, PORRADA E BOMBA!"
JUNTOS SOMOS FORTES!
DEUS ESTÁ NO COMANDO!
CONSTRUIR UMA POLÍCIA CIDADÃ, FORMADA POR CIDADÃOS!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que já está demorando para tirar esse SIRI da lata.
JUNTOS SOMOS FORTES!!!!!!!!

Anônimo disse...

Concordo em número, gênero e grau, com as palavras proferidas pelo Sr. Presidente da República LULA quando falou que deveríamos retirar de nosso convívio aquelas pessoas que não prestam, equiparando-as como laranjas podres que deveriam ser retiradas do pé.
Assim como a Administração Pública, na agricultura quando há má administração, tudo o que foi plantado é jogado fora (isso tem me parecido familiar).
A questão é: Quem seriam os agricultores ou citricultores capazes de diferenciar, verdadeiramente, as laranjas podres das laranjas boas? Estaria o Exmo. Sr. Presidente LULA e Governador CABRAL capacitados para tal seleção? Caso sejam, acho que foi puro desperdício de tempo e verbas públicas, pois não se fazia necessário o deslocamento do presidente ao RJ, afinal, assim como a “Cidade Maravilhosa”, lá em Brasília o que mais se tem são laranjas podres, as vezes mais perto do que imaginamos.