A mobilização acabou ...
Essa afirmativa tem sido a tônica de insistentes comentários postados nesse blog.
Comentários anônimos, obviamente.
Sinceramente, eu entendo o interesse dos autores desses comentários sobre o final da mobilização, entretanto eles acabam por demonstrar uma inocência, um amadorismo estratégico inapropriado para profissionais de segurança pública.
E justifico essa afirmativa convidando a todos para uma reflexão:
O que aconteceu até o momento no curso da nossa mobilização cívica por melhores salários - nosso objetivo principal - que não era plenamente previsível, diante da postura do governo estadual de não valorizar os Policiais Militares e diante da continuidade da mobilização?
A exoneração do Comando que não reprimiu a mobilização?
O não esclarecimento das causas motivadoras dessa exoneração?
A nomeação de um Comando que reprimisse a mobilização?
A violação de compromissos assumidos ao longo do processo?
A não aceitação dos pedidos de exoneração de Comandantes, Chefes e Diretores?
A diminuição do número de participantes, quer seja nas reuniões, quer seja nos atos cívicos, diante das medidas repressivas?
O oportunismo de alguns Oficiais?
O silêncio do novo Comando?
O silêncio da mídia?
O silêncio do governo estadual?
Apenas para citar alguns fatos, o que não era previsível?
Individualmente, a postura de um ou de outro Oficial surpreendeu, porém os fatos subsequentes ao prosseguimento da mobilização, aconteceram dentro de uma lógica previsível, inclusive da "lógica política" que vivenciamos no Rio de Janeiro.
Portanto, tudo segue o seu curso normal, inclusive a mobilização, que deve se adaptar a cada fato novo que surge e deve tentar antecipar os próximos acontecimentos.
E os mobilizados têm agido dessa forma.
No cenário atual qual é a situação no que diz respeito ao nosso pleito de aumento salarial?
Segundo a mídia, o governo estadual alegou que não tem condições de conceder qualquer aumento salarial no momento, o que paradoxalmente vai de encontro a própria proposta inicial desse mesmo governo, apresentada em 2007, que previa um reajuste em 2008 de 12% (doze por cento), ao longo do ano.
E qual a posição da Polícia Militar diante dessa notícia?
Essa pergunta deve ser feita ao atual Comando da Polícia Militar.
Qual a nossa pretensão atual, segundo o Comando da Polícia Militar?
Os 12% (doze por cento) da proposta original do governo; a equiparação com a Polícia Civil; o salário mínimo regional como base para o soldo do Soldado; a equiparação com a Polícia Militar do Distrito Federal ou aceitar como definitiva a impossibilidade do governo conceder qualquer aumento, conforme a mídia noticiou e não tocar mais nesse tema?
O silêncio nesse aspecto precisa ser "quebrado", pelo menos nesse, considerando que salário é fundamental ou deixou de ser?
E voltando à mobilização.
Salvo melhor juízo e respeitando todas as opiniões em contrário, o silêncio sobre a nossa mobilização demonstra exatamente que a mobilização não terminou!
A tática é "não falar", para não dar dimensão à mobilização, que assim parece "muda", pelo simples fato de estar "amordaçada", mesmo que parcialmente.
E caros leitores, imaginem o quadro caso a mobilização cívica terminasse, o que seria de nós, sem outra alternativa conhecida, diante do silêncio reinante.
O fim da mobilização significaria que só nos restariam as perdas.
Perderiam todos os Policiais Militares e os Bombeiros MIlitares que não teriam as suas pretensões salariais atendidas.
Perderiam os Coronéis Barbonos.
Perderiam os Coronéis que apoiaram publicamente os Coronéis Barbonos.
Perderiam os Oficiais e os Praças que integram os "40 da Evaristo".
Perderiam todos os que foram às reuniões.
Perderiam todos os que foram aos atos cívicos.
Perderiam os Coronéis exonerados.
Perderiam os Tenentes Coronéis exonerados.
Perderiam os Oficiais transferidos.
Perderiam as Organizações Não Governamentais que nos apoiam.
Perderiam os cidadãos fluminenses que nos apoiam.
Só sobrariam perdas depois de tamanho desgaste pessoal e Institucional.
E quem teria algum saldo positivo?
Na minha opinião, apenas os não mobilizados verdadeiramente e os que são contrários à mobilização cívica.
Esses seriam os únicos vitoriosos.
Todavia, a mobilização cívica não terminou e nunca poderá terminar, pois essa é a única maneira de revertermos a nossa situação atual.
Ela precisa continuar avançando nos planos estrutural e conjuntural.
Cada Policial Militar e cada Bombeiro Militar precisa aprender essa lição, a qual não nos foi ensinada nos cursos de formação.
Nos ensinaram o silêncio!
Não somos e não precisamos ser "sindicalistas", porém temos o direito constitucional de manifestar as nossas opiniões e os nossos anseios.
As nossas fardas não nos tornam cidadãos de segunda classe, com deveres extremados e direitos cerceados.
O Policial Militar e o Bombeiro Militar são heróis sociais e devem ser reconhecidos e tratados como tal, recebendo salários dignos e tendo adequadas condições de trabalho.
O silêncio de todos e o silêncio que tentam nos impor, nada mais é do que a prova mais evidente que incomodamos o "status quo" e que estamos no caminho certo para alcançarmos o nosso reconhecimento.
O JUNTOS SOMOS FORTES é uma verdade, todos sabem disso.
E afinal, não podemos esquecer que a nossa mobilização cívica parece ser o único caminho para a consecução dos nossos objetivos, pois se existe um outro caminho, ele é mantido em segredo através do silêncio de todos.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO
6 comentários:
Tenho participado da maioria das manifestações realizadas até hoje, e vou continuar participando, mas tenho um amigo dentro do Palácio Guanabara que me disse o seguinte: Que certas autoridades falaram assim " É mais uma passeata, daqui a pouco ela acaba e não tem resultado nenhum, deixa eles brincarem de revolucionários", ou seja, será que estamos no caminho certo? Teremos que mudar nossa estratégia? Seja qual for jamais abandonarei a causa.
Cel Paúl.
"A mobilização acabou..." é o que os covardes e omissos gostariam que tivesse acontecido.
Ao contrário, apenas não divulgamos mais os próximos passos e eles serão surpreendidos com as próximas ações.
JUNTOS SOMOS FORTES!
Cel. hoje vendo os tele-jornais, me deu um sentimento que misturava agonia e raiva, ao ver pessoas levando seu familiares,principalmente crianças, pra os hospitais e não serem atendidas, chegou a hora de nós do "juntos somos fortes" rompermos as bareiras da Polícia Militar e comprarmos a luta de todo um povo, chega de ver nossos governantes enrriquecerem as custa de roubos e falcatruas, chegar de colocar ladrões com batedores desfilando em nossas vias públicas, chega de bancar prostitutas para essa turma de gravata importada, chega... vamos revolucionar vamos transformar o nosso país, pediremos a direção de Deus e colocaremos todos esses demônios engravatados no seu devido lugar...Deus está no comendo.
Sr. Cel. Paúl:
Acredito que na realidade existe uma parte dos integrantes das Instituições Militares Estaduais e também da Sociedade, que ficam quietinhos. Não se mobilizam, não procuram nem tampouco se posicionar contra ou a favor.
Ficam inertes...
Mas ao observarem alguma modificação no quadro, apontam o dedo indicador com o já conhecido "eu sabia que não daria certo!".
Pena que estes ao apontarem o indicador, esquecem dos dedos que apontam para sua inércia, sua baixa estima e o seu preconceito com o novo.
Não creio que devamos achar que o Movimento por Salários Dignos e Melhores Condições de Trabalho tenha que ser visto com grande euforia por todos, afinal cada um tem seu livre arbítrio. Sabemos que existem pessoas que não se intusiasmam nem com a própria vida..
Mas existe uma atitude que não custa nada a ninguém: fazer o cérebro trabalhar.
Pensar...Refletir...Ver todas as possibilidades existentes...
Ao fazer isto o Militar ou o Cidadão Civil, terá condições de avaliar e não deixar de dar sua opinião, mesmo divergindo, de maneira polida e educada, tal qual faz quem apoia o Movimento.
"Estamos em Movimento".
Acredito que ele não acabará nunca, enquanto existirem pessoas dispostas a ver um Rio de Janeiro melhor.
Somos muitos?
Somos poucos?
Somos loucos?
Somos de tudo um pouco, porém principalmente somos: amantes da PMERJ e CBMERJ.
Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
SOU UM BM E TENHO MINHAS CONVICÇÕES,
ACREDITO PIAMENTE NO "JUNTOS SOMOS FORTES" NO ENTANTO SE FAZ NECESSÁRIO MAIS OUSADIA, PRECISAMOS LEVAR A MARCHA ATÉ A CASA DO GOVERNADOR, IMPRETERIVELMENTE TEMOS QUE ABRAÇAR O QUARTEL GENERAL, ESTAMOS CEDENDO AOS APELOS DA OPOSIÇÃO COM A DESCULPA DO BOM CENSO.
QUEM QUER MUDAR E ENTRAR PARA A HISTÓRIA PRECISA OUSAR, POIS NOS CONFRONTOS DE IDEOLOGIAS QUEM RETROCEDE NUNCA VENCE!
V. DE VINGANÇA.
Acho que todos os PPMM ativos e inativos, pensionistas, etc, perderemos caso essa mobilização acabe!!!!
Até os PPMM que aparentemente trabalham contra a mobilização torcem para que ela não acabe, eles sabem que é a única voz que possuem e que o governo e os políticos ouvem.
TODOS APOIAM A MOBILIZAÇÃO, ATÉ OS QUE APARENTEMENTE SE BENEFICIARAM COM ELA.
A resposta virá nas urnas......
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