domingo, 30 de março de 2008

OXIGENAÇÃO OU ASFIXIA? - TENENTE CORONEL ARY LAGE

Este foi o comentário do Tenente Coronel Ary Lage ao artigo do Jornalista Gustavo de Almeida:
Oxigenação ou Asfixia?
"Senhores, não convém confundir oxigenação com asfixia. É exatamente este o propósito do projeto de lei. Não sejamos tolos o bastante parai maginar que coronéis PM na faixa de idade em que estão os atualmente na ativa precisam ser substituídos para oxigenar o último posto da corporação. Esse projeto de lei vai atingir coronéis com uma qualificação profissional nunca antes observada, quase todos com não mais que 54 anos de idade e contando em média 32 anos de serviço público.
O que ocorre é que eles QUEREM UMA POLÍCIA MILITAR MELHOR E ISSO NÃOFAZ PARTE DOS PROJETOS POLÍTICOS QUE DETERMINAM OS DESTINOS DA CORPORAÇÃO, AO MENOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Além disso, a PM é uma instituição militar que, por expressa vedação constitucional, não pode fazer greve ou constituir sindicatos, ao contrário do que é permitido para a Polícia Federal e as Polícias Civis dos Estados, ambas com salários e condições de trabalho consideravelmente melhores que a maioria das Polícias Militares.
Resta-nos indagar se nós cidadãos, alvos diretos da criminalidade violenta que assola o país do futebol e das mulatas requebrantes, queremos ou não ter Polícias Militares melhores estruturadas e prestando serviços de qualidade a nós cidadãos.
Lembremo-nos que o fato de ser uma instituição militar não a desqualifica para o exercício de tão importantes misteres na prevenção e preservação da ordem pública. Existem organizações de segurança pública existentes na Europa que são Forças Militares, como é o caso da Gendarmerie National (França), Carabinieri (Itália), Guarda Nacional Republicana (Portugal), Guarda Civil (Espanha) entre outras. Estas instituições, respeitadíssimas pelo conceito de serviço público de qualidade, também passaram por crises institucionais como passa hoje a Polícia Militar do Rio de Janeiro. No entanto, a política de Estado(e não de governo, que é transitória e depende da vontade política do chefe de Poder do momento), concluiu por conferir dignidade aos cidadãos que defendem o patrimônio e a vida de seus semelhantes, isso é claro com grandes investimentos em infraestrutura de apoio e em ensino e qualificação profissionais.
Não é a viatura policial nova ou os novos terminais de teleatendimento(190) que vão melhorar a qualidade do serviço policial. São a qualificação profissional e a motivacional os principais fatores quei mpulsionam um serviço público tão essencial como este. Ninguém consegue se sentir motivado para por em risco a sua vida por "30dinheiros" diários e escalas de serviço desumanas.
NÃO EXISTEM POLICIAIS COMO O RAMBO E O ROBOCOP. ELES FRUTO DO IMAGINÁRIO, MERA FICÇÃO. É O CIDADÃO COMUM, COMO EU E VOCÊ, QUEM ENVERGA UM UNIFORME DA PM E VAI PARA AS RUAS GARANTIR A NOSSA SOBREVIVÊNCIA PORTANDO UMA ARMA E SABENDO QUE O BANDIDO PODE ALVEJÁ-LO A QUALQUER MOMENTO PORQUE ELE É FACILMENTE IDENTIFICADO PELO UNIFORME, ENQUANTO QUE O MARGINAL NÃO TEM LETREIRO NA TESTA...
Acorda Rio de Janeiro!
Chega de sandices e perda de tempo. O Crime não para nunca para descansar!
Ary J. Lage de O. (arylage@yahoo.com.br)
Dom, 30 Mar 2008 10:15:28 GMT"
Salvo melhor juízo, o que anda precisando de oxigenação urgente é a política nacional!
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

3 comentários:

Anônimo disse...

Trincheiras cariocas é o nome de ótima série que o jornal Correio Brasiliense, da capital federal, está realizando há alguns dias. Na série, abordaram as conseqüências graves da pressão a que são submetidos os profissionais de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Vale a pena ler:

TRINCHEIRAS CARIOCAS
Rotina perturbadora
O convívio diário com a violência do Rio de Janeiro faz policiais civis e militares acumularem sérios problemas de saúde. Distúrbios psicológicos já são a segunda maior causa de afastamentos na PM
Ricardo Miranda
Da equipe do Correio
Rio de Janeiro — Uma das radiografias mais completas feitas sobre os policiais civis e militares fluminenses mostra duas corporações doentes, com homens desmotivados e salários achatados, arriscando suas vidas com equipamentos defasados, estresse acima do suportável e taxas de mortalidade consideradas “absurdas”. O estudo do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra um impressionante aumento das taxas de vitimização de policiais nos últimos 10 anos, decorrentes da falta de planejamento, das precárias condições de trabalho e até mesmo das cargas horárias excessivas provocadas pelo duplo emprego.

Chefe da pesquisa, intitulada “Estudo comparativo sobre riscos profissionais, segurança e saúde ocupacional dos policiais civis e militares do estado do Rio de Janeiro”, Maria Cecília Minayo diz que os policiais também são vítimas da violência, tantos são os danos psicológicos sofridos com o convívio diário com a morte. A chamada “naturalização da violência” tem ainda outro efeito colateral perverso: faz os policiais enxergarem-na como algo comum à realidade, quase irreversível. Isso diminui a capacidade do policial de atender a sociedade.

A “guerra” diária travada no combate à criminalidade já deixa seu exército de mortos e feridos. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) do governo do estado, 144 policiais militares foram mortos em 2006, sendo apenas 19% (27) em serviço. Nesse período, 337 policiais foram feridos em serviço e 363 quando estavam de folga. Entre 2002 e 2006, o número de policiais mortos chega a 776. Nesse período, o número de feridos chega a quase 4 mil.

A mãe do Soldado Darvan Jefferson Pereira das Chagas, 25 anos, assassinado em 5 de agosto de 2004, enquanto patrulhava uma rua, é dura: - “Policial vive pior que qualquer cidadão. A escolha dele pela farda foi para não ter que ficar na fila de emprego. Ele escolheu a PM para ter uma segurança”, conta Tânia Braveza, 47 anos, desempregada, moradora de Vilar dos Teles, na Zona Norte do Rio. Ela lembra o dia em que perdeu o filho. Darvan saiu de casa com R$ 25 na carteira. - “A sociedade tem que saber que eles (os PMs) são gente. As pessoas olham para eles como se fossem bichos”, desabafa.
Segundo a pesquisa, entre as principais lesões físicas permanentes estão deformidades no pé, perna, coluna, dedos, mãos ou braços. No aspecto psicológico, quase 40% dos policiais militares afirmam ter problemas durante o sono, contra 53,5% dos policiais civis. Quase metade de ambas as categorias alegam problemas como nervosismo ou tensão, reflexo do cotidiano estafante nas ruas do Rio.
Além disso, 13% dos policiais militares alegaram fazer uso de algum tipo de tranqüilizante para relaxar, contra 10% dos civis. Não existe, apesar disso, qualquer tipo de apoio ou serviço especializado para tratar esses males. Os problemas psicológicos já são a segunda maior causa de afastamento na corporação da Polícia Militar, informação praticamente desconhecida pela opinião pública. Em 2007, foram 1.161 casos, número só superado pelas lesões traumáticas, segundo estatísticas do Departamento Geral de Saúde da PM.

Postado por Gustavo de Almeida às 10:06

Anônimo disse...

Um comentário "cirúrgico", que toca no ponto certo da questão. Resta a pergunta: a quem interessa manter policiais militares desmotivados, mal equipados e mal remunerados?
A quem mesmo, hein?


Turma 76

Anônimo disse...

TODOS OS MILITARES ESTADUAIS MOBILIZADOS AGUARDAM A CONVOCAÇÃO PARA O PRÓXIMO ATO.

DIVULGUE-O!!!