O Tenente Coronel Reformado Anaíde - Presidente da Associação dos Militares Estaduais - informou nesse momento ao autor desse blog que devido à reunião agendada para o dia 11 de fevereiro de 2.008, às 19:00 horas, a AME/RJ não terá expediente nessa quinta e sexta-feira, objetivando a conclusão de obras em andamento.
Em conseqüência, a reunião prosseguirá em outro local e oportunamente, informarei nesse blog.
A seguir, transcrevo um texto da lavra do Coronel de Polícia ESTEVES, no uso dos seus direitos contitucionais e que transcrevo devidamente autorizado pelo autor:
A OXIGENAÇÃO
Nosso Governador promete oxigenar a Policia Militar, sinceramente gostaria de acreditar, espero que não seja mais uma das muitas promessas que fêz e faz.
Vamos dar um crédito de confiança. Merece?
Bem, por onde será que ele vai começar?
Será que assinando os inúmeros processos de passagem para a inatividade que se acumulam nos escaninhos palacianos?
Se isso ocorrer, com toda certeza mais de cinqüenta oficiais terão sua situação regularizada e serão inativados senão “oxigenando” a corporação, certamente corrigindo uma irregularidade governamental.
Ah! Vai ver que vai começar dando o exemplo e exonerando seu Coordenador Militar da Casa Civil, que é reformado por ser incapaz para o serviço Policial Militar.
Ué!
Mas vocês perguntarão: Pode?
A Coordenadoria Militar não é um serviço Policial Militar?
Direi: era até o inicio desse governo.
Não, irá começar mandando para o "pijama" o subchefe da Coordenadoria que também possui mais de seis anos no último posto. Será?
Claro que não, começará transferindo para a reserva o coordenador militar do líder do governo na Assembléia que também possui mais de seis anos e por um simples acaso foi Comandante Geral no governo passado.
Pode simplesmente desengavetar o projeto apresentado pelo Coronel Ubiratan, que após ler, o Governador achou ótimo, mas que até a presente data não colocou para frente.
Já sei, descobri, vai começar pelos “BARBONOS” .
Ih! Mais nenhum deles tem mais de quatro anos. Tiro no pé?
Não, ele vai mudar a lei e diminuir para três anos, assim ele consegue pegar pelo menos um.
Mas só um?
Pode ainda reduzir um pouco mais ou mudar a lei de modo a que todos aqueles que contrariem o “rei” sejam decapitados.
Viva o Rei.
Acorda, fala sério.
Será que não está na hora de deixar de lado o mimo e começar a agir como homem público?
A quem está tentando enganar, o Coronel quando completa quatro anos passa a condição de não numerado, gerando assim à vaga necessária a oxigenação do quadro.
O máximo que vai conseguir, além de fazer mídia e tentar “inventar a roda” é buscar uma caça as bruxas, que mesmo assim a curto prazo não ocorrerá.
O governador ainda não entendeu que estes Coronéis não são como as pessoas que ele está acostumado a lidar, abrem mão de seus cargos e gratificações de quase quarenta por cento de seus irrisórios salários em troca de melhorar as condições de trabalho para seus subordinados.
Que alguns, independente do tempo que lhes resta, já estão pedindo inativação por desgosto para com este governo.
Que a reserva não os calará, talvez ocorra justamente o inverso, já que não mais se preocuparão com as conseqüências disciplinares que poderão ser aplicadas aos seus subordinados diretos.
Ouvir os assessores é um princípio, claro, auxiliares que saibam outras respostas que não o balançar de cabeça em concordância.
Ouvir os assessores é um princípio, claro, auxiliares que saibam outras respostas que não o balançar de cabeça em concordância.
A crise na Segurança Pública está aí, é inegável.
Não pode aproveitar os ensinamentos que a vida está oferecendo?
CORONEL ESTEVES – BARBONO
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO
10 comentários:
É sempre um prazer ouvir o Cel Esteves falar. Falar com propriedade, falar com respeito, falar com precisão cirúrgica, acertando, como sempre, o cerne da ferida...
Das pessoas com quem tive o prazer de trabalhar nesta Corporação, certamente o Cel Esteves é um dos melhores, companheiro com quem tive oportunidade de aurir muitos ensinamentos... E continuo até hoje, mesmo à distância...
De fato, o tempo nos dirá como procederá nosso "Governante", que parece convenientemente "esquecer" as promessas de campanha, olvidando compromissos assumidos perante toda uma Corporação, talvez mal-assessorado, talvez compromissado com outras "políticas"... Enfim, o tempo dirá; de qualquer modo, podemos nos amparar na certeza de que enquanto SOMOS POLICIAIS DE CARREIRA, concursados, certas pessoas ora no poder apenas "estão no cargo", felizmente, por tempo definido e determinado...
Juntos somos Fortes!!!
Asp/88 - Turma Cel Montezuma
Esta tal "oxigenação", nos moldes divulgados, está mais para "asfixia". E asfixia mata! Isto é inexorável.
Turma 76
Esteves, você é um homem honrado e ninguém pode dizer ao contrário. Você é equilibrado, sensato e altivo sem perder a segurança que o posto de coronel deve carregar. Por isso deixa eu te dizer uma coisa pra você não se passar por desinformado.
As mudanças serão maiores do que o anunciado e a situação de "não numerado" passará para dois anos.
REFLEXÕES SOBRE MAIS UM CIDADÃO MORTO NO RIO DE JANEIRO
Os pedidos quando feitos por pessoas certas e por motivos nobres, devem ser sempre encarados como uma ordem.
Motivo pelo qual passo a redigir o seguinte texto, que quero deixar claro, nenhum militar colaborou com o
mesmo.
Imaginemos a seguinte coisa:
- Você é cidadão de uma República Federativa, igualzinha como reza a teoria geral do Estado brasileiro, que possui
status perante o mundo de nação não-beligerante, ou seja, em tempos de paz;
- Você, após sair do trabalho, oferece carona no seu veículo aos seus amigos de trabalho, pois você goza do direito
à propriedade, bem como goza do direito de ir e vir, ambos inalienáveis no direito brasileiro;
- Você, no deslocamento do trabalho para a residência, acompanhado de 2 ou 3 amigos, observa que após sair do seu
local de labuta, existe um outro veículo, que aparentemente segue seu carro;
- Você, quando está há um pouco mais de 500 metros de seu local de trabalho, observa que o veículo a sua espreita
está perto demais de seu automóvel;
- Você é ultrapassado por um veículo, que impede repentinamente o seu direito de ir e vir, bem como de seus amigos
de trabalho, que estavam no interior do seu carro, quando após a ultrapassagem, o veículo interrompe a sua passagem
e "o fecha".
- Você vê cidadãos da mesma República Federativa que você vive, desembarcarem do veículo que "o fechou", e
procederem na direção de seu veículo, estando os elementos do carro fortemente armados, inclusive com armas de fogo
exatamente iguais as usadas pelo exército soviético, americano e alemão na segunda guerra mundial, na segunda guerra
do Iraque, no conflito entre Afeganistão e Estados Unidos e por outras nações em tempos de guerra, ou em estado de
guerra civil, considerando que na república Federativa em que você vive, tal armamento tem o uso proibido em
território nacional, quando utilizado por civis;
- Você, provavelmente acoado com o que vê, ouve dos cidadãos armados que é para você e para seus amigos entregarem
as armas, porém você não possui arma e não tem o que entregar. Motivo pelo qual inconscientemente, instintivamente e
acreditando que mais do que qualquer outra coisa, você e seus amigos, possuem o direito assegurado e inelienável à
VIDA, e ausente todo e qualquer braço do Estado Constituído para lhe proteger e proteger seus amigos, sente-se
totalmente sem saber o que fazer diante de tal situação, fato que faz com que desesperadamente todos, você e seus
amigos, seguindo a ordem aleatória da vida, tomem rumos diversos, simplesmente por um motivo: PARA NÃO MORRER no
meio da rua, há 500 metros de seu local de trabalho.
- Você tem sorte! Houve sons ensurdecedores do armamento utilizado por quem proibiu seu direito de ir e vir. Mas um
de seus amigos, na roda da fortuna não tem o mesmo destino do que você! E um dos estampidos acerta este seu amigo
que deu azar. Acerta na cabeça. Você consegue se homiziar, como ratos, junto de seu outro sortudo amigo, e saem do
campo de visão dos cidadãos armados. Mas seu amigo alvejado, não consegue prosseguir, ele cai, e não satisfeito
recebe mais alguns disparos em corpo, como se necessário fosse para retirá-lo de uma coisa que já possuía mais, a
vida.
- Os cidadãos armados, agora considerados pela legislação vigente como marginais da lei, criminosos ou infratores
tomam destino ignorado, foge.
- Membros do braço armado do Estado Constituído chega. E vamos atribuir a estes membros um nome aleatório, digamos,
policiais e dentre estes policiais, estavam os do chamado "serviço reservado", que também vamos atribuir nomes
aleatórios, agora, digamos, PM-2;
- Quando você vê os policiais chegarem, você espera que eles já tenham alguma resposta do ocorrido. Espera algum
alento, algum conforto. Ou qualquer segurança que uma pessoa que perdeu abruptamente seu direito de ir e vir, bem
como viu seu amigo de trabalho perder seu direito inalienável a vida, esperaria. Momento que, esta tal de PM-2, o
tal do serviço reservado, passa a indagar algumas questões a você, que, cabe lembrar, é dono do veículo, o pagou com
esforço próprio, bem como todos os impostos regulamentares. Digamos que seu veículo em tela seja, aleatoriamente, um
Renault Clio. Questões essas que você acredita: SÃO ÓBVIAS PARA ELUCIDAÇÃO DOS FATOS. Mas você fica perplexo com o
teor das perguntas. Quais sejam?
"QUAL A ORIGEM DO CARRO?"
"QUAL A SITUAÇÃO DO VEÍCULO? ESTÁ PAGO?"
"OS IMPOSTOS ESTÃO PAGOS?"
"VOCÊ É HABILITADO?"
"ONDE VOCÊ MORA?"
"O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?"
- E aí você pensa, pois pelo menos os pensamentos são livres: Será que a PM-2 está achando que eu que sou o marginal
da lei? Será que algumas destas perguntas, sendo positivas, ou sendo negativas, interferiria no ocorrido?
Elucidariam os fatos? Habilitariam os transgressores da lei a executar um amigo de trabalho há menos de 500 metros
dele?
- E o pior:
- Imaginemos agora que você é Policial Militar, mas não qualquer policial, você é aluno. Você é cadete;
- Que seus amigos no veículo são Policiais Militares, iguais a você;
- Que você trabalha na Academia da Polícia Militar, local onde se formam os Oficiais da Corporação.
- Que o Cadete, seja no primeiro, segundo ou terceiro ano de seu curso de formação não possui, por força de
regulamento interno, autorização para o porte de armas.
- E que no deslocamento para delegacia, você ouve um Oficial dialogando, através de um aparelho de comunicação por
rádio, a seguinte conversa: "essa historia está muito mal contada, ninguém mata polícia assim".
Será que alguém, algum cidadão qualquer, é obrigado a ouvir isso? é obrigado a passar por um constrangimento
igual a esse? É como se a tábua dos valores, a tábua do certo e do errado. Do homem da lei e do marginal. Do bem e
do mal. Da verdade e da mentira, hovesse sido virada, tivesse sofrido uma guinada de 180º.
É preciso que alguma coisa seja feita. Seja feita energicamente contra esses marginais. Todos eles. Mas
principalmente contra aqueles que permitem que marginais armados com fuzis perambulem pela rua, sob qualquer motivo,
seja para defender facções, seja por milícias, seja para roubar carros, seja para roubar armas, seja por qualquer
motivo. Algo está errado. Muito errado no local em que moramos.
Necessário se faz prender os verdadeiros marginais, aqueles que dão a guinada na tábua dos valores. Esses
sim. Esses sim devem ser os primeiros a serem subjugados pela lei e ser presos. E acabam por subverter a ordem
social, permitindo que cidadãos de bem, alunos de uma escola de formação de oficiais, sejam tratados como se fossem
bandidos, simplesmente por ter um carro e simplesmente por ter sido abordado por marginais armados, e simplesmente
por ter o amigo morto. Morto com um tiro na cara. Um tiro que não permitiu nem que seus familiares vissem seu rosto
no caixão.
Necessários se faz prender esses verdadeiros insurgentes à legislação vigente, esses reais traidores, esses
verdadeiros insubordinados à legislação vigente, que simplesmente retiram policiamento das ruas, a fim de divulgar e
lucrar com sua máfia de "segurança particular", através da necessidade de uma população desesperada.
Isso é que a PM-2 deveria estar apurando no momento em que um futuro Oficial, guardião da lei, que um dia
ergueu uma arma que continha a seguinte inscrição: PRO LEGE VIGILANDA, havia sido executado próximo à sua escola de
formação.
"O BRASIL É UMA REPÚBLICA CHEIA DE ÁRVORES E PESSOAS DIZENDO ADEUS" (Carlos Drumond de Andrade)
Prezados Cel PM Paul e Cel PM Esteves:
Parabéns pelo execelente texto, aproveitando o ensejo , solidarizando-me com os nobres companheiros.
CEL PM REF WELLINGTON TAVARES
Gentileza, gostaria de saber se o site do TEN Melquisedec, "Militar Legal", consta como site reomendado em seu blog? Obrigado.
Mudar uma LEI ESTADUAL não depende apenas da "vontade" de um governador.
Acontece que a maioria dos deputados dizem "amém" às iniciativas do chefe do executivo. É uma vergonha, mas tem sido assim.
Cel Paúl: A propósito da falta de profissionalismo de parte da Imprensa contra o exercício de cidadania dos PMs do RJ, há um artigo de um jornalista (Américo Corrêa) no "site" Consultor Jurídico, 06FEV08, tratando das mazelas daqueles profissionais....Se o Sr puder lê-lo!!!
Depende: político vive de voto, ou não?
Postar um comentário