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MANIFESTO DA FENEME SOBRE EPISÓDIO DA TROCA DE COMANDO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
O dia 29 de janeiro de 2008 ficará, com certeza, marcado na história brasileira pela hipocrisia oficial.
O Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, utilizando-se da “grande mídia” declarou: “O Comandante-Geral da Polícia Militar está exonerado e também serão exonerados todos os policiais militares que participaram (dias antes) de manifestação por melhores salários”.
Será que realmente pensa o referido secretário (ou quem lhe determinou que o fizesse) que com tal decisão tudo se resolverá ?
Sabemos e defendemos fortemente o respeito a hierarquia e a disciplina militar, no entanto, uma crise como esta não se resolve assim.
Parece desconhecer, o secretário, ou quem lhe determinou assim proceder, os princípios constitucionais reinantes no Brasil no que concerne aos Militares dos Estados, pois quem nomeia e exonera o Comandante-Geral é o Governador do Estado e não o secretário, e mais, é exonerado da função, porém, continua Oficial da Polícia Militar com o posto de Coronel, o qual não se pode ser retirado, em nenhuma hipótese, sumariamente.
Equivoca-se profundamente o secretário quando fala em exonerar os demais policiais militares que participaram da dita passeata, pois, todos possuem o direito da “ampla defesa” e do “contraditório”, direito estendido a qualquer “bandido” os quais diuturnamente os policiais militares se arriscam perseguindo. Até parece que os militares são “cidadãos pela metade”, não é assim, deve haver o devido processo legal.
Um fator relevante a ser levado em conta no episódio (e pouco considerado) é que a Polícia Militar do Rio de Janeiro, figura no rol daquelas instituições militares estaduais com os piores salários pagos a toda a tropa.
Aproveitamos para fazer um desafio ao digno secretário, que é Delegado da Polícia Federal, com um muito bom e merecido salário, para que venha a desempenhar a função de Comandante-Geral ou qualquer outra de Oficial da Instituição, com as responsabilidades que são inerentes e riscos do cotidiano, recebendo mensalmente um terço ou até um sexto de seu salário, e, ainda assim, estar motivado sem questionar ou reivindicar.
Não é possível ter uma tropa em condições de atuar quando um soldado (que é a grande maioria) percebe mensalmente parcos pouco mais de mil reais (brutos) numa cidade como a do Rio de Janeiro. Nesta situação só lhe resta reivindicar melhoria salarial, procurar emprego paralelo prejudicando a atividade policial militar ou, o que é pior, inaceitável e injustificável, se corromper.
Quisera que os Policiais Militares, aí não só do Estado do Rio de Janeiro mas de todo o Brasil, tivessem os salários percebidos pelos policiais federais (que os merecem), aí sim teríamos uma Polícia Militar muito melhor com seus integrantes imensamente motivados, o que não ocorre atualmente, pois o desespero acaba batendo à porta desses profissionais que não vêem outra saída senão ordeiramente manifestarem-se publicamente.
A tropa responde conforme a importância que lhe é dada, e nos parece que isto ainda está faltando especialmente no Estado do Rio de Janeiro.
Nos parece haver por parte de algumas autoridades uma certa hipocrisia e amadorismo em lidar com esta delicada questão. O que os militares do Estado do Rio de Janeiro desejam unicamente é tratamento adequado, a começar por um salário digno.
Como preservar a ordem pública, missão constitucional das Polícias Militares, arriscando a vida se nas suas vidas não há ordem nem dignidade por falta de condições mínimas de prover suas necessidades ?
Esperamos que as autoridades constituídas do Estado do Rio de Janeiro resolvam a situação, não se limitando a troca sumária de Comandantes, mas sim, dando dignidade aos seus militares e que estes não percam de vista os princípios da hierarquia e disciplina militares, mesmo nas manifestações públicas.
Somente com dignidade os militares desempenharão bem seu mister, garantindo, em conseqüência, a ordem pública no seio de toda a sociedade.
É fácil as autoridades proferirem palavras de ordem e bradarem discursos eloqüentes, o difícil, nos parece, é o encaminhamento de soluções, porém, todos não nos esqueçamos que novas eleições estão “batendo à porta” e nós, militares, também votamos.
Rogamos, ao final, que haja uma solução negociada para a crise estabelecida, evitando-se, inclusive, um indesejável “efeito dominó” em outras unidades da federação.
MARLON JORGE TEZA
Coronel PMSC
Presidente da FENEME
O Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, utilizando-se da “grande mídia” declarou: “O Comandante-Geral da Polícia Militar está exonerado e também serão exonerados todos os policiais militares que participaram (dias antes) de manifestação por melhores salários”.
Será que realmente pensa o referido secretário (ou quem lhe determinou que o fizesse) que com tal decisão tudo se resolverá ?
Sabemos e defendemos fortemente o respeito a hierarquia e a disciplina militar, no entanto, uma crise como esta não se resolve assim.
Parece desconhecer, o secretário, ou quem lhe determinou assim proceder, os princípios constitucionais reinantes no Brasil no que concerne aos Militares dos Estados, pois quem nomeia e exonera o Comandante-Geral é o Governador do Estado e não o secretário, e mais, é exonerado da função, porém, continua Oficial da Polícia Militar com o posto de Coronel, o qual não se pode ser retirado, em nenhuma hipótese, sumariamente.
Equivoca-se profundamente o secretário quando fala em exonerar os demais policiais militares que participaram da dita passeata, pois, todos possuem o direito da “ampla defesa” e do “contraditório”, direito estendido a qualquer “bandido” os quais diuturnamente os policiais militares se arriscam perseguindo. Até parece que os militares são “cidadãos pela metade”, não é assim, deve haver o devido processo legal.
Um fator relevante a ser levado em conta no episódio (e pouco considerado) é que a Polícia Militar do Rio de Janeiro, figura no rol daquelas instituições militares estaduais com os piores salários pagos a toda a tropa.
Aproveitamos para fazer um desafio ao digno secretário, que é Delegado da Polícia Federal, com um muito bom e merecido salário, para que venha a desempenhar a função de Comandante-Geral ou qualquer outra de Oficial da Instituição, com as responsabilidades que são inerentes e riscos do cotidiano, recebendo mensalmente um terço ou até um sexto de seu salário, e, ainda assim, estar motivado sem questionar ou reivindicar.
Não é possível ter uma tropa em condições de atuar quando um soldado (que é a grande maioria) percebe mensalmente parcos pouco mais de mil reais (brutos) numa cidade como a do Rio de Janeiro. Nesta situação só lhe resta reivindicar melhoria salarial, procurar emprego paralelo prejudicando a atividade policial militar ou, o que é pior, inaceitável e injustificável, se corromper.
Quisera que os Policiais Militares, aí não só do Estado do Rio de Janeiro mas de todo o Brasil, tivessem os salários percebidos pelos policiais federais (que os merecem), aí sim teríamos uma Polícia Militar muito melhor com seus integrantes imensamente motivados, o que não ocorre atualmente, pois o desespero acaba batendo à porta desses profissionais que não vêem outra saída senão ordeiramente manifestarem-se publicamente.
A tropa responde conforme a importância que lhe é dada, e nos parece que isto ainda está faltando especialmente no Estado do Rio de Janeiro.
Nos parece haver por parte de algumas autoridades uma certa hipocrisia e amadorismo em lidar com esta delicada questão. O que os militares do Estado do Rio de Janeiro desejam unicamente é tratamento adequado, a começar por um salário digno.
Como preservar a ordem pública, missão constitucional das Polícias Militares, arriscando a vida se nas suas vidas não há ordem nem dignidade por falta de condições mínimas de prover suas necessidades ?
Esperamos que as autoridades constituídas do Estado do Rio de Janeiro resolvam a situação, não se limitando a troca sumária de Comandantes, mas sim, dando dignidade aos seus militares e que estes não percam de vista os princípios da hierarquia e disciplina militares, mesmo nas manifestações públicas.
Somente com dignidade os militares desempenharão bem seu mister, garantindo, em conseqüência, a ordem pública no seio de toda a sociedade.
É fácil as autoridades proferirem palavras de ordem e bradarem discursos eloqüentes, o difícil, nos parece, é o encaminhamento de soluções, porém, todos não nos esqueçamos que novas eleições estão “batendo à porta” e nós, militares, também votamos.
Rogamos, ao final, que haja uma solução negociada para a crise estabelecida, evitando-se, inclusive, um indesejável “efeito dominó” em outras unidades da federação.
MARLON JORGE TEZA
Coronel PMSC
Presidente da FENEME
A solução é simples, para começar, basta um comando de voz, próprio da ordem unida:
"ÚLTIMA FORMA"!
E iniciar todas as mudanças que precisam ser implementadas com urgência na Segurança Pública do Rio de Janeiro, começando com os salários dignos e incluindo ainda a extinção da Secretaria de Segurança Pública, com a criação (recriação) da Secretaria Estadual de Polícia Militar e da Secretaria Estadual de Polícia Civil.
A extinção da Secretaria de Segurança Pública enxugaria a pesada máquina burocrática estatal, permitiria o retorno dos servidores aos seus órgãos de origem e ainda, aumentaria a interação entre as duas Instituições Policiais Estaduais.
A extinção só traria vantagens!
Insistir em um erro, um modelo que nunca deu certo, nem com General de Exército, nem com Delegado da Polícia Federal e nem com Coronel de Polícia.
"JUNTOS SOMOS FORTES"!
Vamos mudar, o povo merece um novo modelo, urgentemente!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORREGEDOR INTERNO
3 comentários:
Boa tarde homem digno de ter a tropa ao seu lado....essa manhã ao sair da Academia de Policia Militar do Estado do Rio de Jadeiro, em Sulacap veio a falecer mais um de nossos policias( Sangue novo que nem chegou a ver como é realmente a funcinabilidade da PMERJ na pratica....cercado em seu carro por homens de fuzis, veio a falecer sem poder se defender ... eles querem que nós façamos o mesmo ... que fiquemos calados e não exerça o direito de cidadão....ESSA É A POLICIA QUE QUEREMOS ?
JUNTO SOMOS FORTES
Caro Cel Marlon!
Congratulo-me com suas palavras. Tenho 25 anos de serviços prestados à Policia Militar do Rio de Janeiro, sendo alguns deles dedicados à sua Corregedotia Interna. Nesse período estive sob as ordens do Cel Paúl e pude observar seu desejo de valorizar a Corporação e de seus integrantes, sem distinção. Pude também conhecer a filosofia dos Coronéis Barbonos e saber de sua seriedade. Concordo pelenamente que já está na hora de descentralizar a Segurança Pública devolvendo a cada segmento, sua própria administração, seria o ideal. Porém, é necessário cautela. Primeiro precisamos separar "política" de "polícia", pois são heterogêneas. Nâo podemos incorrer nos erros do passado. Essa influência sempre foi perniciosa por criar os "compromissos", as "dívidas de favor", se é que estou sendo claro. Precisaríamos de pessoas, comprometidas unicamente com a Corporação, que não se curvassem diante da força política e seus "favorecimentos". Pessoas que estivessem, assim como os Coronéis Barbonos, comprometidos pelo seu próprio ideal de vida e não político. Um passo de cada vez. Primeiro a nossa valorização, depois a nossa independência.
Atenciosamente!!!
Cel Paúl! Peço desculpas, porém esse artigo não irei assinar, como aos demais. Ainda não acredito na liberdade plena de expressão!!!! Isso foi, muito bem comprovado pelo ocorrido com o Senhor.
Saudações!!!
Solidarizo-me com as palavras da corporação e da instituição Polícia Militar do RJ. Já fui militar do Exército Brasileiro, e hoje, sou Policial Civil do DF, então, eu sei bem, o que é um salário digno no contracheque no fim do mês. Agora, não posso deixar de mencionar, que há 15 anos a PF estava sucateada, com salários também irrisórios e alto índice de corrupção, e foi, com passeatas, sindicato forte, greves, que a gloriosa PF resgatou sua honra e hoje, merecidamente tem um dos melhores salários do Brasil. Não poderia deixar de mencionar, porque o secretário de segurança que chamou os manifestantes de insubordinados tambem passou por isso, mas no caso da sua PF, conseguiram sair do buraco................e então fica a pergunta, a PMERJ tem que ficar escrava dessa situação para sempre????
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