Inicio a série de artigos a respeito da construção de uma nova segurança pública no Brasil, tratando do seu componente mais importante: o ser humano, o cliente e o profissional de segurança pública. Construir uma segurança pública eficaz sem centrar no ser humano é impossível, sendo essa uma das principais causas do fracasso dos governantes brasileiros na área da segurança.
No Brasil, a segurança pública é centrada no combate ao crime e não na preservação da vida, fazendo com que as mortes violentas terminem sendo naturais, tão naturais quanto as mortes evitáveis que ocorrem na nossa rede pública de saúde.
No Rio de Janeiro, a gestão Sérgio Cabral (PMDB) caminha para completar os quatro anos com a assustadora estatística de cem Policiais Militares assassinados em serviço, sendo que o número dos assassinados quando estavam de folga é três vezes maior. Soma-se a isso um número anual de cidadãos assassinados, mortos em confrontos com as polícias ou desaparecidos que supera os 10.000. Obviamente, no Rio não existe política de segurança, a proteção à vida não é a preocupação central dos governantes, os números não mentem.
Além dessas tragédias, no Brasil o ser humano também não é o centro no sistema penitenciário, onde a recuperação não é o objetivo primordial, considerando que os presos são guardados como animais, o que só aumenta a periculosidade dos condenados, animalizados pelo sistema que os devia recuperar para o convívio social.
Por derradeiro, tenho que destacar que nunca construiremos uma segurança pública eficaz enquanto os profissionais de segurança pública forem tratados com descaso pelos governantes, recebendo salários miseráveis e não possuindo as adequadas condições de trabalho. No Rio, um Soldado da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, recebem cerca de R$ 30,00 por dia para arriscarem a própria vida em defesa da população, o pior soldo pago a esses profissionais no Brasil, algo injustificável para o segundo estado em arrecadação no país.
Urge que a população e os governantes aprendam que quem arrisca a própria vida em defesa da sociedade, merece um tratamento correspondente ao risco, não apenas nos salários, mas também nas condições de trabalho e nas garantias para si e seus familiares, que não podem ficar desassistidos no caso da morte do chefe da família defendendo o povo.
Não tenho dúvida, o Brasil nunca proporcionará uma segurança pública de qualidade, enquanto não centrar no ser humano e na defesa da vida, não aceitando as mortes violentas como mortes naturais, como temos feito. Os profissionais de segurança pública (Policiais Militares, Civis e Federais; os Bombeiros Militares e os Guardas Municipais) não podem continuar sendo tratados como “guerreiros” nascidos para morrerem a qualquer instante e para sobreviverem com migalhas, os seus salários miseráveis.
Não existe alternativa, o ser humano deve ser o centro do sistema.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
No Brasil, a segurança pública é centrada no combate ao crime e não na preservação da vida, fazendo com que as mortes violentas terminem sendo naturais, tão naturais quanto as mortes evitáveis que ocorrem na nossa rede pública de saúde.
No Rio de Janeiro, a gestão Sérgio Cabral (PMDB) caminha para completar os quatro anos com a assustadora estatística de cem Policiais Militares assassinados em serviço, sendo que o número dos assassinados quando estavam de folga é três vezes maior. Soma-se a isso um número anual de cidadãos assassinados, mortos em confrontos com as polícias ou desaparecidos que supera os 10.000. Obviamente, no Rio não existe política de segurança, a proteção à vida não é a preocupação central dos governantes, os números não mentem.
Além dessas tragédias, no Brasil o ser humano também não é o centro no sistema penitenciário, onde a recuperação não é o objetivo primordial, considerando que os presos são guardados como animais, o que só aumenta a periculosidade dos condenados, animalizados pelo sistema que os devia recuperar para o convívio social.
Por derradeiro, tenho que destacar que nunca construiremos uma segurança pública eficaz enquanto os profissionais de segurança pública forem tratados com descaso pelos governantes, recebendo salários miseráveis e não possuindo as adequadas condições de trabalho. No Rio, um Soldado da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, recebem cerca de R$ 30,00 por dia para arriscarem a própria vida em defesa da população, o pior soldo pago a esses profissionais no Brasil, algo injustificável para o segundo estado em arrecadação no país.
Urge que a população e os governantes aprendam que quem arrisca a própria vida em defesa da sociedade, merece um tratamento correspondente ao risco, não apenas nos salários, mas também nas condições de trabalho e nas garantias para si e seus familiares, que não podem ficar desassistidos no caso da morte do chefe da família defendendo o povo.
Não tenho dúvida, o Brasil nunca proporcionará uma segurança pública de qualidade, enquanto não centrar no ser humano e na defesa da vida, não aceitando as mortes violentas como mortes naturais, como temos feito. Os profissionais de segurança pública (Policiais Militares, Civis e Federais; os Bombeiros Militares e os Guardas Municipais) não podem continuar sendo tratados como “guerreiros” nascidos para morrerem a qualquer instante e para sobreviverem com migalhas, os seus salários miseráveis.
Não existe alternativa, o ser humano deve ser o centro do sistema.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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