Acabei de receber a Revista Época e fui ler a reportagem sobre a matéria da capa, intitulada "O RIO EM GUERRA" (páginas 56 a 63).
Uma boa reportagem assinada por Nelito Fernandes, Rafael Pereira e Ruth de Aquino que até nos surpreendeu pelos pontos abordados:
1) Embora não cobre a responsabilidade do governo pelos três Policiais Militares assassinados pelos criminosos e pelo governo estadual, ao citar o jogo dos sete erros evidenciados com o caos atual, cita:
- uma polícia mal equipada usando um helicóptero parcialmente blindado; e
- somente os oficiais vestiam fardas antichamas, porque não há verba para os praças - que morreram carbonizados.
2) Toca no ponto crucial do problema, a vergonhosa remuneração dos Policiais:
" No âmbito estadual, o Rio Também tem limitações: paga aos seus PMs o pior salário da categoria no país".
Abordaremos outros detalhes da reportagem oportunamente.
Por enquanto, destacamos o fenômeno da incorporação da fala do especialista. Como já comentamos nesse espaço a fala de alguém rotulado como "especialista" tem uma força enorme e acaba por formar opiniões concordantes, mesmo que o contido na fala não seja verdadeiro e que o "especialista" seja na verdade um iniciante no estudo da segurança pública.
Isso ocorre normalmente.
Um especialista disse que 150 homens percorreram a cidade para participarem da invasão ao Morro dos Macacos e muita gente já incorporou essa opinião como se fosse verdadeira, o que os verdadeiros conhecedores do tema sabem que não é verdade.
A Polícia Militar está sendo acusada de incompetente ou de corrupta por não ter impedido esse verdadeiro avanço de tropas, porém não existe nada de concreto no tocante ao número de invasores, certamente muito pequeno.
Assim sendo, volto a solicitar aos nossos leitores que abram a visão, não permitam que os seus olhos sejam direcionados para os locais onde existam interesses escusos.
O nosso espaço tem como um dos objetivos trazer a VERDADE sobre a segurança pública fluminense, não podemos esquecer nunca disso.
"Meia dúzia" (expressão de Cabral se referindo aos Policiais Militares e aos Bombeiros Militares mobilizados) de pés de chinelos, com magreza mórbida, mal alimentados, mal vestidos, cheirados e bem armados invadiram o "Macacos".
Por derradeiro, as críticas a inteligência policial contidas na reportagem são pertinentes, logo chegaremos a referenciar o sistema como "burrice policial".
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
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