sábado, 24 de outubro de 2009

FOLHA DE SÃO PAULO: O QUE EU DIGO, EU ASSINO!

FOLHA DE SÃO PAULO:
Policiais suspeitam de elo entre assassinos e PMs.
DA SUCURSAL DO RIO.
Policiais ouvidos pela Folha avaliaram que há indícios de que os PMs Denis Bizarro e Carlos de Oliveira Salles tinham algum tipo de combinação com os assassinos do diretor do AfroReggae.O delegado Alexandre Neto, que sofreu atentado em Copacabana em 2007 tramado por policiais militares, afirma que, pelos indícios iniciais do crime, é muito provável que exista essa ligação."Eles [policiais militares] resolveram tudo de forma muito rápida e amistosa para um problema que era para ser levado para a delegacia. É provável também que roubaram uma camisa e um tênis para mascarar um homicídio encomendado", afirmou Neto.O comandante da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, reconheceu que "havia uma proximidade de tempo, de segundos" entre o assassinato e a abordagem dos policiais aos criminosos.Para o ex-corregedor da PM Paulo Ricardo Paúl, isso significa que os policiais militares ouviram o disparo, embora não tenham socorrido a vítima nem apreendido nenhuma arma.
Inexperientes.
Policiais do Rio apontaram que a renovação do comando em batalhões do Rio pode ter levado a uma geração de oficiais inexperientes, sem capacidade de conter as tropas.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), tirou comandantes antigos do serviço ativo para modernizar a corporação. Só que há muitas unidades para preencher, então o comando da PM teve que colocar pessoas sem experiência no cargo, avaliaram policiais que não quiseram se identificar, por estarem sujeitos a punição.
O 13º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento na região onde ocorreu a morte de Evandro, abrange uma área pequena e considerada tranquila pelas autoridades do setor de segurança pública -não engloba nenhuma favela e tem, em sua maioria, casos de roubo e furto a pedestres e automóveis".
Devo esclarecer que concedi essa entrevista e que a afirmativa atribuída a mim é verdadeira, todavia eu esclareci que essa era uma das hipóteses a serem investigadas. Inclusive comentei sobre o caso do atentado ao Alexandre Neto, quando na condição de Corregedor Interno tive que procurar o Ministério Público em razão das imagens cedidas à Rede Globo inicialmente representarem trechos da filmagem e não a filmagem como um todo, que revelava outra realidade. Desse modo, a guranição que foi acusada de estar escoltando os criminosos, estaria sendo acusada sem qualquer comprovação fática. Foi mais um desgaste que tive que enfrentar e os Policiais Militares acusados (19o BPM) sabem muito bem disso.
Também comentei sobre a tranquilidade da área do 13o BPM.
Eu fui um desses Oficiais que afirmei que Cabral perseguiu os Coronéis de Polícia mobilizados em 2008 e que Mário Sérgio acabou de afastar da Polícia Militar os mais experientes, em nome dessa modernidade que tem se revelado incapaz em vários momentos.
Ser moderno significa ser moderno, essa modernidade não carrega consigo nem competência e nem incompetência, assim como, a antiguidade, que deveria ter sido respeitada por Cabral, Beltrame e Mário Sérgio.
Agora temos o caos!
O que eu digo, eu assino!
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO APÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO.

7 comentários:

Anônimo disse...

Mostra-se imperativo destacar que a modernidade de que se tem falado tanto, significa, via de regra, mais de 20 (vinte anos) de serviço (são desprezíveis os indices de exceção).
Os oficiais que hj estão exercendo os comandos dos btl trazem em sua bagagem profissional a maturidade de terem vencido as etapas de suas carreiras, através do exercício das diversas funções de cunho administrativo e operacional, inclusive subcomandos de unidades, o que no caso de muitos oficiais "antigos" não se verifica.
No que tange ao relato do Alexandre Neto, me nego a perder meu tempo em analisar, pois a PC é uma caixa de pandora, podemos dela esperar tudo, experiência é algo que tem sua valoração sob critérios que não se pode entender, à medida que vemos delegados chegarem ao topo da carreira em ínfimos 03 (três) anos e, pior, alcançando a chefia da corporação.
É a vida segue!

Paulo Ricardo Paúl disse...

Lamento, você escreve bem, porém insere falácias.
A experiência é muito importante, porém não é tudo, você sabe.
A atual gestão ao abdicar da antiguidade (em razção de Mário Sérgio ser muito moderno), de forma enganosa disse que estava fazendo isso para renovar (modernidade).
Balela o problema é que MS é moderníssimo e não teria como comandar Coronéis que ele nem viu na APM.
A gestão é um desastre completo.
O atual comandante do BOPE possui essa experiência, após ficar mais de 10 anos fora da PM?
As Tenentes Coronéis femininas tem essa experiência, com exceção da Siciliano?
Você considera correto Majores ocuparem funções de Coronéis, gerando gastos para o Estado desnecessários?
E o "nepotismo"?
E o apadrinhamento dos amigos?
E o julgamento do Chefe do EMG e de comandantes de batalhões na AJMERJ, acusados de receberem dinheiro do jogo dos bichos?
E o enfraquecimento da Corregedoria, algo inimaginável nessa PM investada de corruptos?
Sinceramente, a gestão da modernidade FOI o caos.

Anônimo disse...

Cel Paul

Parece que a nossa relação neste blog será de discordância, o que não era a minha intenção. Na verdade tentei mostrar que os "mal ditos" novos comandantes são oficiais que têm uma história profissional, em regra de mais de 20 (vinte) anos.

Contudo, me parece que firmou-se o entendimento que a "hora" deles só poderia chegar quando os "mais antigos" decidissem ir embora.

Agora quem lamenta sou eu, à medida que a experiência vem, em todas as profissões, pelo exercício dos cargos, os quais devem estar vagos, voluntariamente ou imperativamente. Foi o que aconteceu, o novo CmtG decidiu oportunizar a implementação de novos estilos gerenciais.

A respeito das imprecações a mim dirigidas, não sou Collor de Mello (aliás tenho ojeriza de tal figura nacional), mas as refuto com veemência, mas, por elegância, não solicitarei que as digira, pois são venenosas e lhe fariam mal.

(continuo na próxima)

Anônimo disse...

Voltei para continuar nosso papo!

Neste ponto gostaria de externar meus pontos de vista, pontualmente, sobre seus argumentos:

1. MS é moderníssimo e não teria como comandar Coronéis que ele nem viu na APM.

Sua assertiva é corretíssima, haja vista que se os "antigões" fossem mantidos, tudo leva a crer que "remariam para trás" e seu comportamento tem demonstrado isto, a medida que o discurso desenvolvido tem demonstrado que não tem buscado colaborar para que, mesmo não concordando com o nome escolhido, pela sua modernidade ou algo do gênero, a corporação possa sair ganhando desta turbulência, mas não, tem buscado difundir cizânia no corpo da tropa, imagine se estivesse com poder de transitar livremente nas OPM.

2. A gestão é um desastre completo.

Toda herança com patrimônio negativo é dificil de gerir e, no caso da PMERJ, o novo comando herdou a corporação debilitada pelos muitos anos de transmissão de "poder" de um grupo de "antigos" para outro grupo de "antigos", mas com interesses de cunho personalíssimos, lembra Cel dos "Guanabara" lutando pelo poder dos "treme-terra"? Esta herança de patrimônio negativo vem sendo construída há muito tempo e, sempre, com os mais modernos ouvindo, dos antigos, aquela célebre frase: "(...)esta polícia é de vocês (...)". Na tua memória deve estar guardada tal frase, ouvindo e dizendo, não está? (seja sincero!). Assim, ainda que não seja simpático, vamos deixar os herdeiros tentarem salvar a massa falida? Os antigos destruiram (não me diga que não, não seria sincero!), foram entregando aos poucos, por meia dúzia de tostões (lícitos e às vezes ilícitos), então por não tentar deixar a idéia de que a corporação é um feudo e buscar resgatar a idéia de que somos um corpo? Respeitando os mais velhos, mais confiando na vitalidade dos mais novos.

3. O atual comandante do BOPE possui essa experiência, após ficar mais de 10 anos fora da PM?

O seu comando mostrará se possui ou não, certo é que ele possui o curso que o habilita ao comando do BOPE, não ingressou na PMERJ como Ten Cel, tendo pago o preço pelo período que esteve fora da corporação, à medida que foi promovido a tal posto por antiguidade tendo sido ultrapassado por diversos oficiais mais modernos, alguns, assim como ele, estavam fora da corporação e outros dentro, mas como se estivessem fora. Cabe destacar que o TC P. Henrique antes de sair sempre esteve em Unidades operacionais e excelentemente conceituado, por isto foi convidado para sair e no TJ muito bem conceituado.

4. As Tenentes Coronéis femininas tem essa experiência, com exceção da Siciliano?

Elas precisam comandar para mostrar sua capacidade. Só assim poderemos evitar que fatos nefastos como o envolvimento de oficiais que atingem o último posto e só depois mostram sua real personalidade. (O BEP fala por nós)

5. Você considera correto Majores ocuparem funções de Coronéis, gerando gastos para o Estado desnecessários?

Concordaria com a tese, mas tal fato não existe, pois os Maj não possuem CSP, assim não há direito à substituição citada. Ademais, podemos citar o caso do, então, Maj Alcantara que assumiu a DIP e, pela sua vocação foi melhor que quase todos os Cel que ali dirigiram, via de regra, se lixando para os inativos, aos quais nem atendiam.

vai continuar!

Anônimo disse...

Esta é a última parte

6. E o "nepotismo"?

Está se refrindo à Maj Viviane? Não nos esqueçamos que ela é Oficial Superior da PMERJ e, de qualquer forma deveria estar lotada em alguma OPM, quanto a estar dirigindo a DAS demonstra até uma coragem do CmtG, visto que se tudo sair errado será depreciativo para o seu próprio comando.

7. E o apadrinhamento dos amigos?

Todo staf é formado por pessoas amigas, o seu era diferente? O seu próprio livro relata a formação dos barbonos como sendo uma reunião de amigos, bem como o Cmdo do Cel Ubiratan como sendo uma reunião de amigos querendo ajudar.
É lógico que tal postura é legitima quando tais amigos são comprometidos com a causa pública, com a missão a ser cumprida, não seria legitimo para benefícios próprios.

Neste ponto quero lembrar que tal realidade se difunde em todos os níveis, inclusive nas promoções, onde os escolhidos sempre foram escolhidos por fazerem parte do grupo majoritario, profissional ou político. Se assim não for me relacione nomes que chegaram ao último posto, sendo neutros ou "contrários" ao sistema, a sua promoção foi só por mérito?.

8. E o julgamento do Chefe do EMG e de comandantes de batalhões na AJMERJ, acusados de receberem dinheiro do jogo dos bichos?

Este tópico chega a ser risível, pois na minha opinião este processo já deveria ter sido concluído há muito tempo, de preferência com a condenação de todos eles (por omissão ou ação, sei lá!). O meu riso também é porque aqueles que estão lá estiveram sob a sua correição e, pelo que me parece nunca foram apontados como "indignos" para qualquer função, tendo inclusive sido Cmt's com bastante entrosamento com a CIntPM, será que agora é que serão queimados na fogueira? Se for, apesar de não me atingir, vejo um cheiro de "farisaismo" visto que ouve tempo suficiente para que a mascara fosse arrancada e, me perdoe, não foi feito.

9. E o enfraquecimento da Corregedoria, algo inimaginável nessa PM investada de corruptos?

Neste ponto lanço uma pergunta, ela já foi forte?

Se a resposta é positiva, lanço outra pergunta, porque as milícias conseguiram ganhar tanta força e com tantos PM's, inclusive com Of Sup sendo dono de escritório de agiotagem que foi considerado como atividade normal pela CIntPM.

Meu nobre Cel Paul, a hora é de darmos as mãos, sem autofagia, acreditemos nos novos Comandantes pois eles são alunos de sua geração, desprezar as capacidades profissionais deles é desprezar seu próprio potencial de transmissão de valores, façamos uma auto-análise e admitamos que a luta é nossa, nós falhamos e precisamos lutar contra a metastase de nossos erros, somos frutos de nossa leniência profissional.

Me perdoe qualquer coisa e vamos em frente!

Anônimo disse...

Eu sinceramente descordo dos dois ¨ Oficiais¨.
Não é de hoje que as gestões da PMERJ vivem num caos absoluto, onde imperam inúmeros problemas que nós somos conhecedores e culpados: Falta de comando, dignidade a todos, elevada corrupção, condições de trabalho, salários ridículos e tudo mais.
O fato é que somos marionetes políticas. Como pode um governador (04 anos) ser o ¨Dono¨ da Instituição (falado pelo Cel Lopes no seu Blog). Como? Como sofremos tantas influências políticas impedindo decisões técnicas, comprometidas apenas em dissimular a verdade para sociedade, e nos acovardamos por gratificações aqui e acolá, fora os interesses obscuros. Porque ninguém toma um posicionamento, assume uma postura e torna a PMERJ melhor.
Mas esse momento chegará! Nem que demore 20 anos. mas chegará!
ASP 2005.

Anônimo disse...

O anonimo das 1959h além de escrever bem mostrou que conhece profundamente a pm...