domingo, 11 de outubro de 2009

AS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA, UM SUCESSO DE MÍDIA.

JORNAL EXTRA:
Na contramão das UPPs, aumentam os assaltos em áreas as unidades pacificadoras.
Camilo Coelho e Paulo Carvalho.
"O bairro é o mesmo, mas a sensação de segurança dos moradores do morro Dona Marta e do asfalto de Botafogo é muito diferente. De um lado, a comunidade comemora o modelo da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que praticamente acabou com a violência na favela. De outro, moradores e comerciantes vivenciam uma rotina de crimes que já refletem nas estatísticas de roubo a estabelecimento comercial e a residências. No primeiro delito, a 10ª DP (Botafogo) registrou 36 casos nos seis primeiros meses de 2009, dez a mais se comparado ao mesmo período do ano passado. No segundo, foram sete roubos a mais este ano, chegando a 11.
A delegacia é responsável pela área do Dona Marta. Apesar de a estatística do Instituto de Segurança Pública (ISP) comprovar o aumento desses mesmos delitos em áreas de delegacias onde há comunidades com UPPs - como Chapéu Mangueira e Babilônia, em Copacabana, e Cidade de Deus, em Jacarepaguá - estudiosos afirmam que não há relação entre os crimes de rua e a expulsão de marginais dessas regiões.
- Tráfico é um negócio, se não ganham lá em cima, precisam fazer dinheiro aqui em baixo. Não quero, com isso, criticar as UPPs, acho que é preciso pacificar as favelas. O problema é que, com o pouco efetivo, o policiamento está pequeno aqui em baixo. O Dona Marta, hoje, é mais bem policiado que o bairro de Botafogo. São 122 homens lá em cima, sobrando apenas 400 policiais para cinco bairros - reclama Regina Chiaradia, presidente da Associação de Moradores de Botafogo (Amab).
Os números das delegacias onde existem ocupações com as UPPs da Polícia Militar ajudam a entender o que a população dessas regiões sente. Na área da 32ª DP (Taquara), onde fica a Cidade de Deus, foram registrados mais nove casos de roubo a residência no mesmo período. Já os registros de roubo a comércio aumentaram em quatro casos este ano na área da 12ª DP (Copacabana). Traficantes mudam de lugar
A presença da polícia nas favelas ocupadas fez com que os traficantes mudassem de endereço. Segundo policiais de setores de inteligência das delegacias, bandidos do Dona Marta foram para a Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. Os traficantes que deixaram a Cidade de Deus estariam escondidos na Favela Vila Cruzeiro, na Penha.
A Favela da Rocinha recebeu os comparsas do Chapéu Mangueira e Babilônia. Inclusive José Ricardo Ribeiro Rosa, o Cágado, acusado de participação em assaltos na Zona Sul. Mas para o delegado Ronaldo Oliveira, esse aumento de casos não tem relação com uma possível movimentação da "mancha criminal".
- Não acredito que esse aumento da violência na Zona Sul tenha relação com o movimento de sanfona criminal. Muitos bandidos que praticam esse tipo de crime saíram da cadeia e voltaram para as ruas. Há locais que estão ocupados pela PM e os números diminuíram, como na Cidade de Deus, onde o roubo de carros diminuiu mais de 100% - disse ele, o único autorizado a falar.
Para as vítimas da violência, essa relação está clara. O comerciante Daniel Campos, gerente de uma loja na Praia de Botafogo acha que a violência aumentou.
- Parece que a bandidagem está descendo para o asfalto - disse ele, que ficou na mira de uma arma.
A jovem Paloma Teixeira, de 20 anos, que teve o celular e documentos roubados na Rua Mapendi, na Taquara, também reclama.
- Aqui já foi calmo, mas está piorando. Tenho medo de andar aqui, mesmo sendo perto da delegacia - reclamou a moradora".
Um sucesso de mídia que demonstra o quanto se planeja mal na área da segurança pública no Rio de Janeiro, o estado mais atrasado do Brasil nessa importante área.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO

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