É controvertida, como se sabe, mesmo entre especialistas, a origem do comportamento corrupto: se congênito, como maldição pré-natal, ou fruto do meio ambiente, social, cultural e familiar. Fico com a segunda teoria, segundo a qual as condições em que se forjou a educação e as adjacências da ambiência do homem (não falo de pobreza e/ou riqueza ou de classes salariais) irão determinar sua pré-disposição a contrair essa doença. Por isso, julgo boa a notícia de fazer parte da estratégia do atual Comando-Geral da PMERJ a abordagem, com participação de renomados especialistas, do tema corrupção e suas implicações nas atividades da Corporação, pelos seus efeitos sobre a eficiência da segurança pública. Parabenizo, também, o Cel. Paúl por ser o primeiro a levantar o tema, pelo menos para aqueles que, como eu, não têm acesso, como não faz sentido ter, a boletins internos da Corporação.
Ocorre que só pela iniciativa do autor desse Blog é que, agora, sabemos que a PM já estaria agindo no mesmo sentido. Fato é que vivemos momento em que, não só pela liberdade da imprensa e velocidade da informação, mas pela crescente percepção de impunidade, aparecem situações, com exponencial freqüência, em todas as esferas e níveis de Governo, que mostram transfigurado o conceito da ética e banalizado o exercício da corrupção, em suas mais diversas formas.
Por isso, é sempre auspicioso que se discuta o assunto sob a visão do quanto esta prática, imposta por, igualmente criminosos, agentes ativos (o corruptos) e agentes passivos (o corrompidos), afronta a sociedade, subtrai recurso dos orçamentos, induz à ineficiência dos serviços públicos e contamina a saúde moral do povo.
Dentre os malefícios da prática da corrupção, sem forte ação corretiva do Estado para estes agentes, sem dúvida se pode alinhar a desesperança e o desestímulo que acabam chegando àqueles que, com reservas moral e ética, lutam como formiginhas, diuturnamente, independentemente de suas funções e posições hierárquicas, por mudanças comportamentais e estruturais que auxiliem no combate ao que se assemelha a uma pandemia.
Seja, ou não, restrita a audiência para os programados ciclos de palestras, considero importante que os mesmos sejam divulgados para a população, bem com as abordagens expostas pelos palestrantes, pois entendo ser um assunto de interessa de toda a sociedade, sobretudo do ponto de vista da perspectiva de que a iniciativa alcance os objetivos visados.
WAGNER MEDEIROS
31 de Julho de 2009 19:45.
JUNTOS SOMOS FORTES!31 de Julho de 2009 19:45.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
2 comentários:
Vamos simplificar todo o blá-blá-blá do Sr. Vagner Medeiros, com todo o respeito que ele merece pelo bom texto, pois
não discuto as motivações da corrupção consideradas, apenas reparo na junção das teorias e não na escolha de uma apenas, bem como acrescentaria as raízes históricas de nosso país (apesar de poder englobá-la com boa vontade no meio cultural).
Mesmo nas nações antigas, desenvolvidas e/ou com tradição de honradez, a corrupção ocorre o que, para mim, não põe por terra o texto mas chama
a atenção para a seguinte simplificação: não importa o motivo, basta de interpretar. Vamos resolver! Salário decente e punição exemplar. Lembrem-se do meio político: apenas salário decente, nada de punição; o povo brasileiro em geral: nem salário decente e semelhante impunidade; caso específico da PM do Rio: salário aviltante e, apesar da punição existir, há inúmeras falhas nos mecanismos de controle. Diferença lá de fora: ambos são respeitados (salário e pancada boa para todos, independente da classe, quando é detectada).
Ótimo comentário.
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