terça-feira, 11 de março de 2008

O DIA ON LINE - 11/03/2008 - PAULA SARAPU - DOIS POLICIAIS MILITARES MORTOS


11/3/2008 01:23:00

Policial morre na Rocinha PMs foram atacados com tiros e granadas no momento da chegada de equipamentos do PAC
Paula Sarapu


"Rio - Enquanto funcionários das construtoras responsáveis pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Favela da Rocinha começavam a receber uniformes, retroescavadeira e equipamentos para montar os escritórios, um intenso tiroteio do outro lado da comunidade resultou na morte de um policial militar. Traficantes atiraram granadas e um disparo de lança-rojão atingiu casa, no alto do morro, que foi destruída pelo fogo e ficou com muitas marcas de balas na fachada.
Por volta das 7h, 15 PMs entraram na favela com um informante encapuzado para encontrar a casa de um dos gerentes do tráfico da parte alta, identificado como Juca, que está com tuberculose e sequer conseguiu sair da casa onde está escondido. O confronto ocorreu na localidade conhecida como 199, onde agentes do Serviço Reservado ficaram encurralados em um beco e precisaram de reforços. O sargento João Luiz Nunes Rafero, 41 anos, levou um tiro no barriga e uma granada explodiu sua perna. Segundo o taxista José da Silva Dantas, 27 anos, os policiais chegaram pela Estrada da Gávea e, logo após a Escola Americana, um ‘fogueteiro’ arremessou do alto uma granada contra as viaturas. O impacto foi tão grande que quebrou os vidros do táxi que José aluga. “Quem mora na favela sofre. Estou até agora com dor no ouvido por causa do barulhão e ainda vou arcar com o prejuízo do carro”, disse.
A outra granada, que explodiu no beco, arrebentou a fiação de luz e um encanamento de esgoto. O sargento, que já estava ferido por um tiro de fuzil, foi novamente atingido. Moradores ficaram em pânico, principalmente quando um rojão entrou pela janela da casa do vendedor de cocos Antônio José Matos Rosa, provocando um incêndio.
Os vizinhos estouraram um cano de água para combater o fogo. Vidros ficaram quebrados e a porta foi arrancada. Um cômodo que Antônio aluga nos fundos também ficou destruído. Apenas o quarto do filho do vendedor, de 13 anos, que estava na escola, não foi tomado pelas chamas. No segundo andar, o genro de Antônio, José da Silva, tirou às pressas a mulher e o bebê de 3 meses. “Ficou um calor insuportável. O chão estava quente e tivemos que sair pela laje do vizinho. Arrebentamos os canos para conter o fogo da casa do meu sogro”, contou José, ao lado de um morador que colocou cápsulas de fuzil até a metade de uma garrafa PET.
Após duas horas de tiroteio, os policiais retiraram o sargento da favela, com a cobertura de um helicóptero da PM. Foram apreendidas carabina calibre 30, granada, bomba de fabricação caseira apelidada de Al Qaeda (feita de pregos, pedra e pólvora), maconha e cocaína.
A operação foi autorizada pelo comandante do Policiamento da Capital, coronel Marcus Jardim, depois que ele foi informado sobre as denúncias da localização da casa do traficante. Jardim levou em conta o fato de que os policiais estariam longe do canteiro de obras do PAC. O oficial ressaltou que não há necessidade de se ocupar as áreas das obras, mas que as incursões poderão acontecer sempre que houver informações. “O PAC não é uma sinalização restritiva, porém temos de ter cuidado especial. O patrulhamento ocorrerá na maior extensão possível e avaliaremos a conveniência e a oportunidade de uma ação."
Ação sem aviso a moradores
Líderes comunitários reclamaram que a troca de tiros no primeiro dia de instalações de canteiros para as obras do PAC contrariou um acordo feito com o comando do 23º BPM, segundo o qual todas as operações seriam previamente avisadas às associações de moradores da Rocinha. Comandante do batalhão, o tenente-coronel Carlos Millan negou qualquer reunião e disse que trabalha com o elemento surpresa.
No lançamento das obras nas favelas, sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a política do confronto. Ele afirmou que “não se pode tratar bandidos com pétalas de rosas”, mas que a polícia precisa saber que entre traficantes circulam moradores que querem viver com dignidade.
No fim de semana, o Complexo de Manguinhos, que também será beneficiado pelo PAC, foi palco de conflito. Em apoio a peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que verificavam a queda do reboco de uma casa que matou uma mulher, policiais civis trocaram tiros com traficantes. Um bandido morreu.
SARGENTO LARGAVA O PLANTÃO
O sargento João Luiz Nunes Rafero era motorista do carro da supervisão e se preparava para deixar o trabalho quando soube que os colegas estavam encurralados no alto da Rocinha. Considerado ótimo profissional, ele ficou 17 anos na PM e estava no Leblon há pouco tempo, transferido do 15º BPM ( Caxias). João Luiz tinha quatro filhos e será enterrado hoje no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
O tenente-coronel Carlos Millan emocionou-se com a notícia. “O batalhão está triste com a morte do PM, mas o trabalho continuará, afirmou, destacando que os policiais que participaram da operação foram os mesmos que descobriram um paiol na Rocinha no dia 14.
O coronel Marcus Jardim voltou a dizer que a polícia vai enfrentar os bandidos sempre que for atacada. Ele acredita que a tendência para as obras do PAC será de tranqüilidade, porque os moradores estão a favor das melhorias nas comunidades. “Enfrentamento é quando a força pública é agredida. Vamos revidar para nos proteger e proteger a população de bem. Mas a orientação é trabalhar preventivamente, como tem sido feito. Tanto que o presidente esteve aqui e as comunidades estavam em paz”, declarou o oficial.
No início da noite de ontem, outro PM foi morto por bandidos. O sargento Mauro dos Reis Araújo, 49 anos, do 22º BPM (Maré), estava em uma viatura perto de um dos acessos ao Morro do Timbau, Complexo da Maré, quando viu criminosos tentando roubar um carro na Rua Praia de Inhaúma, próximo à Linha Amarela, altura de Bonsucesso. O sargento atirou para o alto para dispersar os assaltantes, que revidaram e o atingiram no peito. Mauro morreu a caminho do Hospital Geral de Bonsucesso. O bando fugiu. O tiroteio deixou em pânico motoristas que passavam pelas linhas Amarela e Vermelha.Logo depois, o batalhão fez incursão na Favela Vila dos Pinheiros, Maré. O estudante Juan Assis Rios, 14, foi atingido por tiro de fuzil na barriga. Parentes acusaram os PMs de um blindado."
Policiais Militares continuam morrendo, enquanto arriscam a vida em defesa da sociedade recebendo menos de R$ 30,00 (trinta reais) por dia.
O PAC segue me frente...
E enquanto Policiais Militares continuam morrendo, alguns ficam emocionados e tristes...
JUNTOS SOMOS FORTES!
DEUS ESTÁ NO COMANDO!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CIDADÃO BRASILEIRO PLENO

3 comentários:

Anônimo disse...

Nós também ficamos "tristes"; mas por sabermos que essas mortes poderiam ter sido evitadas se tivèssemos outro governador, ou outro secretário de segurança, ou ainda outros comandantes de batalhão.
Muito "tristes"...


Turma 76

Anônimo disse...

Realmente temos que parabenizar as medidas "preventivas" tomadas por algumas autoridades da Segurança Pública do RJ.
Uma atitude realmente inteligente da cúpula da Segurança Pública do RJ em fazer "reuniões" com moradores e dando garantias de que caso seja necessário a incursão na Comunidade, esta, seria comunicada com antecedência.
E mais uma vez eu pergunto: Essa é a Polícia que queremos?????

Anônimo disse...

É INADMISÍVEL SABERMOS QUE HÁ BANDIDOS FORTEMENTE ARMADOS EM UM DETERMINADO LOCAL(COMPLEXO DO ALEMÃO NO CASO)E NADA SER FEITO, SOU A FAVOR DO COMBATE INTENSO ATÉ QUE SEJAM TOMADO TODA A ÁREA E PRENDIDO TODOS OS ELEMENTOS, MAS DE QUE ADIANTA? NO OUTRO DIA ELES ESTÃO DE VOLTA, E O ESTADO ADOTA MEDIDAS PALEATIVAS QUE DE NADA ADIANTA.
GOSTARIA QUE ALGUÉM ME RESPONDESE COMO PODE MEIA DUZIA DE PESSOAS ( MILICIANOS)CONSEGUIREM EXPULSAR O OS TRAFICANTES DE FAVELAS COM MENOS RECURSOS QUE O ESTADO? NÃO QUE EU SEJA A FAVOR DAS MILÍCIAS, MAS ELAS ESTÃO CALCADAS NOS PRINCIPAIS VÁCUOS DEIXADOS PELO ESTADO, ASSIM COMO OS TRAFICANTES,OS TRANSPORTES ALTERNATIVOS, ASSIM COMO A PROPRIA POLÍCIA,POIS O ESTADO ESTÁ TOTALMENTE AUSENTE, QUE NESSES LUGARES NÃO HÁ REPRESENTATIVIDADE ASSIM OS MILICIANOS OU OS TRAFICANTES SÃO AS ÚNICAS EXPRESSÃO DE PODER REPRESENTADOS P/ ESTAS COMUNIDADES.
EDUCAÇÃO; A GRANDE MAIORIA DOS MORADORES DESSAS ÁREAS TEM UM NÍVEL DE ESCOLARIDADE BAIXISSIMO, DIFICULTANDO O ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO, INDO MUITAS VEZES PARA A INFORMALIDADE QUANDO NÃO COPTADO PELO TRÁFICO.
DESEMPREGO; O MORADOR DESEMPREGADO E QUE TEM ALGUMA AFINIDADE COM O TRABALHO DE RISCO, OU EX MILITARES DESEMPREGADOS E ABANDONADOS PELO ESTADO APÓS ANOS DE DEDICAÇÃO , VAI TRABALHAR PARA AS MILÍCIAS, E SE NÃO HOUVESSEM AS MILÍCIAS ESSES MESMOS MORADORES ( CRIAS DA ÁREA) PROVAVELMENTE ESTARIAM TRABALHANDO PARA OS TRAFICANTES, POIS CONHECEM BEM A ÁREA E SEUS MORADORES E SUAS ROTINAS.
FREQUENTEMENTE, VEJO COISA QUE SÃO QUASE QUE INCOMPREENSÍVEL, DIFICEIS DE ENTENDER,QUEM VAI AO COMPLEXO DO ALEMÃO SE DEPARA COM VÁRIOS GALPÕES VAZIOS, QUE SÃO EMPRESAS QUE FUJIRAM DA VIOLÊNCIA E DO ABANDONO DESSAS ÁREAS EM DECADÊNCIA. TOMEMOS COMO EXEMPLO A ANTIGA FÁBRICA DA POESI DE MODA ÍNTIMA, QUE APÓS SE TOTALMENTE SAQUEADA, ATÉ TUBULAÇÕES DAS PAREDES FORAM ARRANCADAS P/ SEREM VENDIDAS AO FERRO VELHO,FOI QUANDO ACHEI QUE NÃO TINHAM MAIS NADA P/ LEVAREM, COMOÇARAM A QUEBRA O CONCRETO DAS LAJES DOS GALPÕES P/ SE APOSSAREM DOS VERGALHOES. COMO PODEM HOMENS SE ARRISCAREM DE UMA ALTURA DE 4 OU 5 ANDARES O DIA INTEIRO QUEBRANDO LAJES P OBTEREM ALGUNS VERGALHÕES P/ SEREM VENDIDOS E OBTEREM PARCOS REAIS. ISSO EXPLICA O CRESCIMENTO EXPONENCIAL DA VIOLÊNCIA EM NOSSO ESTADO.
O POLICIAL APÓS O FAMIGERADO BICO VAI PARA O SEU TRABALHO NO QUARTEL, OU VIRSE-VERSA, TORNANDO INPRODUTIVO, DESMOTIVADO, TENDO MUITAS VEZES UMA ATUAÇÃO FIGURATIVA (P/ INGLÊS VER) POIS ELE SABER QUE É IMPOSSIVEL TRABALHAR HORAS A FIO E APÓS O TERMINO DO SERVIÇO, TER QUE IR P/ O SEGUNDO EMPREGO, QUANDO NÃO AO 3º EMPREGO, POIS PRECISA SE SUTENTAR E TENTAR DAR UM CONFORTO MÍNIMO A SUA FAMILIA, E COM CR$ 30,00 POR DIA QUE É A MEDIA PAGA PELO ESTADO NÃO DA.

QUANTOS MAIS POLICIAIS, BANDIDOS E CIVIS, TERAM QUE MORREM P/ QUE ALGO DE SÉRIO SEJA FEITO NA SEGURANÇA PUBLICA? ESTAMOS NUMA GUERRA NÃO DECLARADA, E QUE MAIS SOFRE É A SOCIEDADE.