quarta-feira, 9 de março de 2011

RIO: A RELAÇÃO DO PODER PÚBLICO COM OS CONTRAVENTORES DO JOGO DOS BICHOS.

Sérgio Cabral tem razão quando fala que alguns problemas no Rio são decorrentes de mais de trinta anos de inércia, um deles é a comprometedora relação entre o poder público e os contraventores do jogo dos bichos, ilícito que funciona ostensivamente em cada esquina do Rio de Janeiro.
Cabral está certo a relação promíscua que assistimos no Sambódromo em 2011 ocorre há muitos anos, aliás desde que a passarela do samba foi construída, não começou no seu governo em 2007.
Quem quiser criticar Sérgio Cabral e Eduardo Paes deve fazê-lo no sentido de que eles também mantiveram a relação promíscua, mas não foram eles quem criaram esse maldito relacionamento.
A maior novidade em 2011 no Sambódromo foi o mico do milênio propagonizado pelo secretário de segurança, delegado de Polícia Federal José Mariano Benicá BELTRAME, que após determinar que a Polícia Militar devolvesse o camarote que tinha recebido da Liesa, resolveu compareceu a um camarote alugado pela mesma Liesa (site), acompanhado de familiares. A ação de Beltrame deu a entender que o problema não era o fato da Liesa ser historicamente envolvida com os bicheiros do Rio de Janeiro, como ele mesmo declarou, mas sim o fato do camarote ser dado ou alugado pela Liesa.
Beltrame pagou o mico do milênio.
Fora isso tudo normal, inclusive a reportagem publicada nesta 4a feira de cinzas pelo jornal O Globo (Caderno Carnaval 2011 - página 15) com o título:
"E NO MUNDO DA CONTRAVENÇÃO, DUAS REALIDADES BEM DIFERENTES".
O subtítulo é esclarecedor:
"ENQUANTO ANIZ ABRAÃO DAVIDA, DA BEIJA FLOR, DESFILOU LIVRE, WILSON VIREIRA ALVES, O MIOSÉS DA VILA ISABEL, FICOU ENCARCERADO EM BANGU 8".
O primeiro parágrafo é uma prova da terrível relação do poder público comos "bicheiros":
"Menino pobre foi engraxate e camelô, mas venceu na vida. Enaltecido na voz de Neguinho da Beija-Flor durante o esquenta da bateria, o contraventor Aniz Abraão David, o Anísio, evoluiu pela marquês de Sapucaí, distribuindo bandeiras da agremiação e cercado por seguranças, parentes e políticos" (leia a íntegra da reportagem).
O Globo, um dos jornais mais importantes do Brasil, narra com extrema naturalidade algo que deveria ser inconcebível, a convivência entre autoridades públicas e reconhecidos contraventores.
Prezado leitor, as pessoas de bem devem se indignar contra tudo isso e cobrar que o Ministério Público pelo menos investigue a postura do secretário de segurança do governo Sérgio Cabral, solicitando que ele esclareça o motivo de ter determinado que a Polícia Militar devolvesse o camarote ofertado pela Liesa, já que ele frequentou um camarote alugado pela Liesa. Por que a PMERJ foi obrigada a devolver? Inclusive, poderia ouvir a Chefe da Polícia Civil e o Superintendente da Polícia Federal sobre a motivação que determinou que devolvessem os camarotes.
Enquanto ninguém fizer nada, bicheiros e presidentes da república conviveram no mesmo espaço público, uma vergonha.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

4 comentários:

Elias disse...

O MP nada investiga e nada vê,quando as autoridades e os marginais andam de mãos dadas,já não se tem condições de se diferenciar o bandido do mocinho.

Anônimo disse...

alguém ai fala para o ELIAS que quem nomeia o MP o chefe do executivo,STF,JUSTIÇA,ai fica facíl.mais isto vai acabar e depois? vem outro e mais outro................há seculos que funciona assim, igual nossa bi secular e sagrada corporação lembram? assumo............lá traz já era assim.

Anônimo disse...

Pior que tudo isso é ver a PM fazer o policiamento, a segurança oficial do evento.

Paulo Ricardo Paúl disse...

Grato pelos comentários.
Diante do escrito só nos resta lutar contra tudo isso. É nosso dever.
Juntos Somos Fortes!