quinta-feira, 31 de março de 2011

31 DE MARÇO - PARA QUE SERVE UM SOLDADO? - EDUARDO ESTEVES.

Para que serve um soldado?
Eu só queria saber com que direitos um ser humano igual a você, coloca um fuzil municiado na mão de um garoto com 18 anos de idade, com o direito de viver o privilégio de ter nascido dentre milhões de outros espermatozóides, e diz: Agora você vai defender com sua própria vida, a Liberdade e a Democracia!
Se ouve confronto ou não, são apenas seqüência dos fatos, na realidade nos demos sorte de não termos morrido ou matado outros irmãos. No fim do nosso engajamento, fomos dispensados sem nem um muito obrigado, e até hoje não se fala no assunto.
Se a presença dos militares na seqüência dos anos, foi nefasta a nação Brasileira, eu gostaria de lembrar que: No desfile da “Vitoria”, nós, os soldados, fomos aplaudidos pelo povo nas ruas. Hoje estou empenhado nesta jornada pelo reconhecimento dos que defenderam a Liberdade e a Democracia em 1964, quando eram apenas estes objetivos pelos quais lutamos.
Fomos convocados para cumprir um dever cívico e constitucional.
Em 1964 , com 18 anos fomos convocados a servir a pátria e defender a Democracia arriscando as nossas próprias vidas. Agora eu sei que na época foram escolhidos os mais aptos! A revolução já estava programada.
Desde que entramos no quartel, o nosso treinamento era total;
Atirávamos com todo tipo de armas desde pistolas calibre 45, metralhadoras e granadas de verdade. O treinamento físico era um horror, tínhamos que dar centenas de volta no quartel debaixo do sol ou chuva, sem reclamar, isto por que : Soldado é superior ao tempo! Diziam!
Uniformizado e com todos os apetrechos para a guerra, mochila, barraca, fuzil, cantil e um capacete de aço, que depois de uma hora de marcha forçada, pesava uma tonelada, isto quase todo dia, e para descansar abríamos trincheiras.
O dia que não tinha marcha, tinha ginástica de 4 horas seguidas, no resto do tempo íamos para a sala de aula aprender técnicas de guerrilha, como se defender ou matar o inimigo, filmes táticos, etc. Ai daquele que cochilasse na sala.
Peguei trauma de barulho de tiro, uma das coisas que tínhamos que fazer, era ficar perto do canhão de 150mm, quando era disparado. Segundo o Sargento era para acostumar-mos com o barulho. Fomos preparados para a guerra em 4 meses. Tempos difíceis e perigosos.
Foi duro o treinamento, treinávamos sem saber, para matar ou morrer, neste período vários colegas sofreram acidente com armas. Só na minha companhia foram mais de seis, que se feriram antes, ou desapareceram depois que estourou a revolução. Dos seis, quem não morreu, ficou alejado, ou sumiu sem deixar rastros (Soldados eram seqüestrados e mortos por bandidos por causa das armas. E depois de tudo fomos dispensados como cartuchos detonados!
Na época diziam que como valorosos soldados, lutaríamos pela pátria, contra os terroristas que queriam acabar com a liberdade e a democracia implantando o comunismo no país.
E nós, depois de garantirmos a salvação da pátria, da liberdade da democracia, etc. O que ganhamos? Nada! Nem uma medalhinha. Hoje estou com 66 anos, não posso nem aposentar por idade, porque só posso provar 12 anos e eles pedem 15 anos de contribuições.
EDUARDO ESTEVES
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
PROFESSOR E CORONEL
Ex-CORREGEDOR INTERNO

Um comentário:

Anônimo disse...

Assim como os terroristas, assassinos, ladrões, sequestradores e demais adjetivações especificas que tentaram implantar no Brasil um regime comunista que hoje sucumbe perante a DEMOCRACIA, e recebem polpudas indenizações e pensões do Estado, os combatentes que livraram o país de uma nefasta ditadura comunista igualmente deveriam receber pensões militares, tendo em vista os relevantes serviços prestados à Pátria.