Criminoso respira; come; bebe; tem mulher, filhos, pais e até avós.
Decidimos começar esse artigo destacando essas verdades em face de que alguns gestores públicos sinalizam desconhecê-las por completo, sobretudo os que atuam na calamitosa área da segurança pública no Rio de Janeiro.
A expressão “dono do morro” foi criada pela própria população que vive nas cercanias das comunidades carentes, assim como, pela população que habita a comunidade.
A população circunvizinha chega a negociar diretamente com o “dono” para reaver objetos furtados ou roubados, estabelecendo uma relação de poder onde o criminoso acumula todas as funções do Estado.
Ele gerencia um enorme comércio que é alimentado pelos viciados que adoeceram com o uso das drogas ilícitas e se transformaram em clientes (consumidores) ávidos, peças indispensáveis nesse processo social de degradação da vida humana.
O cliente é uma exceção nesse processo, pois é o único que injeta dinheiro no sistema, todos os outros integrantes retiram dinheiro desse comércio que parece sempre em expansão, apresentando novos produtos.
Diante dessa realidade, repetimos:
- Criminoso respira; come; bebe; tem mulher, filhos, pais e até avós.
O projeto político de Sérgio Cabral (PMDB) das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ignorou todo esse contexto.
Ele foi implantado atendendo a critérios políticos e de forma atropelada, sem a prisão dos integrantes desse gigantesco comércio, o que significa dizer que os “vendedores de drogas” do Santa Marta, do Batam, da Cidade de Deus, do Chapéu Mangueira e da Babilônia continuam sendo os donos do morro, agora protegidos pela Polícia Militar.
Obviamente, a presença maciça do policiamento ostensivo trouxe uma sensação de segurança, interrompeu o ciclo de tiroteios diários e nesses aspectos foi extremamente positivo.
Todavia, simultaneamente dificultou um pouco as vendas de drogas, o que por sua vez provocou uma diminuição na arrecadação de dinheiro para sustentar a todos os integrantes do processo comercial.
Criminoso respira, come, bebe, etc.
Lucrando menos no morro os criminosos locais tiveram que desenvolver alternativas, dentre elas buscar uma outra comunidade dominada pelo seu comando; tomar outra comunidade em posse de grupo rival ou partir para a prática de assaltos no asfalto.
Nas últimas semanas a cidade foi acuada, os assaltos e os arrastões se sucederam em todos os cantos, atingindo até mesmo a policiada Zona Sul, onde prédios foram invadidos por criminosos, que fizeram os moradores de reféns.
Provocou-se o reinado do terror, o criminoso invadiu as nossas casas, o nosso asilo inviolável, a nossa maior intimidade.
Cabral, cego para ter um sustentáculo para apoiar a sua tentativa de reeleição, não levou em conta esse componente fundamental do sistema e investiu tudo nas Unidades de Polícia Pacificadoras, que passaram a ser o seu principal cabo eleitoral.
Abriu as portas da Polícia Militar realizando um recrutamento e uma seleção em tempo recorde, sacrificando o aspecto qualitativo do concurso.
Tudo para povoar essas UPPs que serão currais eleitorais.
No dia 28 de setembro cerca de 1.200 novos alunos do Curso de Formação de Soldados foram incorporados no CFAP – 31 de voluntários.
Cabral não poupou esforços para abrir as portas da PMERJ, exonerou o comandante geral, o chefe do Estado Maior e depois chegou ao preciosismo de exonerar a Chefe do Centro e Recrutamento e Seleção de Pessoal (CRSP), a Tenente Coronel Siciliano que nunca aceitaria essa correria, toda a Polícia Militar conhece essa verdade.
O governador segue a máxima de que os fins justificam os meios, não se importando com os efeitos deletérios para a Polícia Militar, que persistirão por anos e anos.
Pior, os efeitos terão uma repercussão terrível para a população fluminense, considerando o enfraquecimento cada vez maior da qualidade dos policiais do Rio de Janeiro.
Cabral não retomou essas comunidades, certamente as tornou mais seguras, o que é importantíssimo, além de valorizar de forma geométrica os imóveis da Zona Sul vizinhos ao Dona Marta, ao Chapéu Mangueira e à Babilônia, por exemplo.
Os criminosos ainda estarão nas comunidades ao longo desse processo simbiótico que reconduzirá a homeostase, mais cedo ou mais tarde. Porém, enquanto as maneiras de vender as drogas não evoluírem para proporcionar o faturamento anterior, eles estarão no asfalto, invadindo a nossa intimidade.
O Dona Marta, o Batam, a Cidade de Deus, o Chapéu Mangueira e a Babilônia continuam tendo seus dono, donos que não são os moradores e muito menos o Estado.
Eis a verdade, embora parte da mídia queira nos conduzir para outra direção.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
Decidimos começar esse artigo destacando essas verdades em face de que alguns gestores públicos sinalizam desconhecê-las por completo, sobretudo os que atuam na calamitosa área da segurança pública no Rio de Janeiro.
A expressão “dono do morro” foi criada pela própria população que vive nas cercanias das comunidades carentes, assim como, pela população que habita a comunidade.
A população circunvizinha chega a negociar diretamente com o “dono” para reaver objetos furtados ou roubados, estabelecendo uma relação de poder onde o criminoso acumula todas as funções do Estado.
Ele gerencia um enorme comércio que é alimentado pelos viciados que adoeceram com o uso das drogas ilícitas e se transformaram em clientes (consumidores) ávidos, peças indispensáveis nesse processo social de degradação da vida humana.
O cliente é uma exceção nesse processo, pois é o único que injeta dinheiro no sistema, todos os outros integrantes retiram dinheiro desse comércio que parece sempre em expansão, apresentando novos produtos.
Diante dessa realidade, repetimos:
- Criminoso respira; come; bebe; tem mulher, filhos, pais e até avós.
O projeto político de Sérgio Cabral (PMDB) das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ignorou todo esse contexto.
Ele foi implantado atendendo a critérios políticos e de forma atropelada, sem a prisão dos integrantes desse gigantesco comércio, o que significa dizer que os “vendedores de drogas” do Santa Marta, do Batam, da Cidade de Deus, do Chapéu Mangueira e da Babilônia continuam sendo os donos do morro, agora protegidos pela Polícia Militar.
Obviamente, a presença maciça do policiamento ostensivo trouxe uma sensação de segurança, interrompeu o ciclo de tiroteios diários e nesses aspectos foi extremamente positivo.
Todavia, simultaneamente dificultou um pouco as vendas de drogas, o que por sua vez provocou uma diminuição na arrecadação de dinheiro para sustentar a todos os integrantes do processo comercial.
Criminoso respira, come, bebe, etc.
Lucrando menos no morro os criminosos locais tiveram que desenvolver alternativas, dentre elas buscar uma outra comunidade dominada pelo seu comando; tomar outra comunidade em posse de grupo rival ou partir para a prática de assaltos no asfalto.
Nas últimas semanas a cidade foi acuada, os assaltos e os arrastões se sucederam em todos os cantos, atingindo até mesmo a policiada Zona Sul, onde prédios foram invadidos por criminosos, que fizeram os moradores de reféns.
Provocou-se o reinado do terror, o criminoso invadiu as nossas casas, o nosso asilo inviolável, a nossa maior intimidade.
Cabral, cego para ter um sustentáculo para apoiar a sua tentativa de reeleição, não levou em conta esse componente fundamental do sistema e investiu tudo nas Unidades de Polícia Pacificadoras, que passaram a ser o seu principal cabo eleitoral.
Abriu as portas da Polícia Militar realizando um recrutamento e uma seleção em tempo recorde, sacrificando o aspecto qualitativo do concurso.
Tudo para povoar essas UPPs que serão currais eleitorais.
No dia 28 de setembro cerca de 1.200 novos alunos do Curso de Formação de Soldados foram incorporados no CFAP – 31 de voluntários.
Cabral não poupou esforços para abrir as portas da PMERJ, exonerou o comandante geral, o chefe do Estado Maior e depois chegou ao preciosismo de exonerar a Chefe do Centro e Recrutamento e Seleção de Pessoal (CRSP), a Tenente Coronel Siciliano que nunca aceitaria essa correria, toda a Polícia Militar conhece essa verdade.
O governador segue a máxima de que os fins justificam os meios, não se importando com os efeitos deletérios para a Polícia Militar, que persistirão por anos e anos.
Pior, os efeitos terão uma repercussão terrível para a população fluminense, considerando o enfraquecimento cada vez maior da qualidade dos policiais do Rio de Janeiro.
Cabral não retomou essas comunidades, certamente as tornou mais seguras, o que é importantíssimo, além de valorizar de forma geométrica os imóveis da Zona Sul vizinhos ao Dona Marta, ao Chapéu Mangueira e à Babilônia, por exemplo.
Os criminosos ainda estarão nas comunidades ao longo desse processo simbiótico que reconduzirá a homeostase, mais cedo ou mais tarde. Porém, enquanto as maneiras de vender as drogas não evoluírem para proporcionar o faturamento anterior, eles estarão no asfalto, invadindo a nossa intimidade.
O Dona Marta, o Batam, a Cidade de Deus, o Chapéu Mangueira e a Babilônia continuam tendo seus dono, donos que não são os moradores e muito menos o Estado.
Eis a verdade, embora parte da mídia queira nos conduzir para outra direção.
JUNTOS SOMOS FORTES!
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
Ex-CORREGEDOR INTERNO
5 comentários:
A título de colaboração para verificação por parte do senhor que, em sendo Coronel, talvez terá mais facilidade: o CFAP está prestes a formar soldados sem que tenham dado sequer 1, isso mesmo, 1 tirinho de pistola e fuzil. Já esqueceram do passado não muito distante, de polícia matando menininho, administrador de empresas..
"Pecar pelo silêncio quando não devemos torna os homens covardes"
Grato pelos comentários.
Temos que confirmar essa denúncia, ela é muito grave.
Eu adorei essa ideia de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), vai levar mais paz as comunidades carentes do rio.
A Polícia Militar sempre esteve presente nessas comunidades, porém nunca tirou policiais das ruas para colocar nas comunidades carentes, como Cabral está fazendo.
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