A amiga Gabriela Gonçalves encaminhou-me alguns textos de cordel do "Miguelzinho de Princesa", apelido utilizado pelo jornalista e Delegado de Polícia MIGUEL LUCENA.
Ele escreve no site:
Vale a pena conhecer os textos e a seguir publico dois:
O PAC DA DILMA
I
Quando vi Dilma Roussef
Sair na televisão
Com o rosto renovado
Após uma operação,
Senti que o poder transforma:
Avestruz vira pavão.
II
De repente ela virou
Namorada do Brasil:
Os políticos, quando a vêem,
Começam a soltar psiu,
Pensando em 2010,
Nos bilhões que ela pariu.
III
A mulher, que era emburrada,
Anda agora sorridente,
Acenando para o povo,
Alegre, mostrando o dente,
E os baba-ovos gritando:
É Dilma pra presidente!
IV
Mas eu sei que o olho grande
É na montanha de bilhões
Que Lula botou no PAC
Pensando nas eleições
E mandou Dilma gastar,
Sobretudo nos grotões.
V
Senadores garanhões,
Sedutores de donzelas,
E deputados gulosos,
Caçadores de gazelas,
Enjoaram das modelos,
Só querem casar com ela.
VI
Eu também quero uma lasquinha,
Uma filepa de poder,
Quero olhar nos olhos dela
E, ternamente, dizer
Que mais bonita que ela
Mulher nenhuma há de ser.
VII
Eu já vi um deputado
Dizendo no Cariri
Que Dilma é linda e charmosa,
Igual não existe aqui,
E é capaz de ser mais bela
Que Angelina Jolie.
VIII
Dilma pisa devagar
Com seu jeito angelical,
Nunca deu grito em ninguém
Nem fez assédio moral
Ou correu atrás de gente
Com um pedaço de pau.
IX
Dilma superpoderosa:
8 bilhões pra gastar
Do jeito que ela quiser,
Da forma que ela mandar,
Sem contar com o milhão
Do cofre do Adhemar.
X
Estou com ela e não abro:
Viro abridor de cancela,
Topo matar jararaca,
Apagar fogo na goela,
Para no ano vindouro
Fazer um PAC com ela.
A FESTA DOS BANQUEIROS
I
Vou deixar de ser poeta,
Viver nessa vida assim:
À míngua, passando fome,
Coitado do Miguezim.
Agora vou ser banqueiro,
Pro governo brasileiro
Ficar com pena de mim.
II
Dizia Zé Laurentino,
Coitadinhos que eles são:
Iates, carros de luxo,Ilhas caras e avião,
Dinheiro no paraíso,
Mas quem paga o prejuízo
Não viu a cor do milhão.
III
Sem saúde e educação,
A maioria fica à míngua:
O cheque todo estourado
Que chega inflamar a íngua,
Tem gente que empenha o nome
E carne o povo só come
No dia em que morde a língua.
IV
A classe média, apertada,
Vê negado o seu desejo:
Já cortou o iogurte,
A sobremesa e o queijo,
O aluguel atrasado
E o moral arrasado
Na intimação do despejo.
V
Não há soldados nas ruas
Nem leitos pra internação,
As escolas desmoronam
No descaso da nação.
Enquanto tudo vai mal,
A Receita Federal
Aumenta a arrecadação.
VI
A Receita mete a mão
Sem pena do paciente:
Chegou de novo a Derrama,
Tá faltando um Tiradentes
Que se meta no alvoroço
E ofereça o pescoço
Para defender a gente.
VII
A classe consumidora
Cada vez mais amofina.
Quanto mais se arrecada,
Mais se acocha a malha fina
E o governo só dando
Bolsa saindo e entrando
Com gosto de vaselina.
VIII
É banco comprando banco,
Lucros chegando a trilhão,
O dinheiro desviado
Na rua da especulação
E o governo aloprado
Vai pegar nosso trocado
Pra socorrer o barão.
IX
Lula esteve com Obama
(Nossa Senhora me acuda,
Me benzi com vence-tudo,
folha-de-guiné e arruda),
Vão doar nossos trocados,
Pois os banqueiros, coitados,
É que precisam de ajuda.
X
Vão tirar dos pequeninos,
Que estão fora da escola;
Da classe média apertada,
Que a cada dia se esfola;
Dos velhos aposentados,
Dos pobres esfomeados
Que vivem pedindo esmola.
XI
Vão tirar da Segurança,
Que está com pires na mão;
Da Saúde na UTI,
Sofrendo do coração
Em situação precária;
Tiram da reforma agrária
E estimulam a invasão.
XII
Vão tirar de tudo um pouco,
Arroz, farinha e feijão,
Pra salvar o caviar
Do almoço do patrão;
Nós vamos sentir o baque!
Só não vão tirar do PAC
Porque é tempo de eleição.
XIII
Banqueiros são intocáveis,
Homens probos, de respeito.
Quando são investigados,
Senador bate no peito,
Muito jurista afamado
Grita que foi violado
O estado de direito.
XIV
Quando um pobre é investigado,
Sai mandado de prisão,
O juiz libera vinte
Ordens de apreensão
E o bandido é mostrado,
Devidamente algemado,
Em toda a programação.
XV
Mas mostre a cara de um rico,
Mormente se for banqueiro,
Delegado é afastado,
Chamado de bandoleiro,
CPI é instalada,
Jurisprudência firmada,
Vira o maior fuxiqueiro.
XVI
Decidi mudar de nome,
Não me chamo mais Miguel.
Vou botar no meu registro
O prenome Daniel,
Aí o Doutor Gilmar,
Somente pra me agradar,
Vai fazer um escarcéu.
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
CORONEL BARBONO
