A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro já realizou no passado pesquisas qualitativas para o completo esclarecimento de ocorrências policiais militares através do desenvolvimento de “estudos de casos”.
Tal categoria de pesquisa tem como objetivos primordiais identificar plenamente o “como” e os “porquês” de uma situação específica, procurando identificar as suas características e os seus aspectos essenciais.
O resultado final dos “estudos de caso” permite uma melhor qualificação da tropa, diante da constatação dos erros e dos acertos ao longo de uma ocorrência policial, que passam a ser objeto de análise e discussão ao longo das instruções dos cursos de formação e de aperfeiçoamento.
A Diretoria de Ensino e Instrução da corporação poderia voltar a desenvolver tais pesquisas através das unidades de apoio ao ensino e o estudo da trágica ocorrência envolvendo a guarnição do 6º BPM pode ser o reinício do processo.
A filmagem da ação é o ponto de partida, onde podemos constatar que a abordagem feita ao veículo e as ações que se seguiram contrariaram a legalidade e a técnica policial-militar.
Isso é um fato, entretanto precisamos descobrir o que fez com que os Policiais Militares agissem de uma forma de todo condenável?
Portanto, independente das investigações realizadas pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, creio que devemos realizar um “estudo de caso” da ocorrência, precisamos conhecer todos os fatores que contribuíram para um desfecho tão assustador, para que possamos evitar que tais fatos se repitam ceifando novas vidas inocentes no Rio de Janeiro.
O estudo precisa ser multidisciplinar e passo a relacionar alguns parâmetros que podem subsidiar a pesquisa – o “estudo de caso” - na certeza de que existem inúmeros outros pontos a serem investigados e que este artigo não esgota o tema:
O ponto de partida são os Cursos de Formação de Soldados e de Formação de Cabos, considerando que segundo a mídia, a guarnição era composta por um Cabo, com mais de 8 (oito) anos de serviço e por um Soldado.
Precisamos definir o treinamento recebido pelos dois Policiais Militares, especificamente no tocante às instruções de abordagem de veículos, pessoas e edificações e de armamento e tiro.
Os cursos foram realizados no CFAP – 31 de Voluntários ou foram realizados em outra Organização Policial Militar, considerando que existem cursos realizados fora do CFAP?
Como foram realizadas as instruções de abordagem e de tiro?
As instruções foram teóricas e práticas?
Quantas instruções práticas foram ministradas?
Quantos disparos cada Policial Militar realizou ao longo dos cursos de formação com o armamento que estavam utilizando no dia da ocorrência?
Precisamos ouvir os instrutores das matérias e ouvir ainda - através de uma amostragem – os companheiros do mesmo pelotão do Cabo e do Soldado para uma melhor avaliação do processo ensino-aprendizagem.
E não podemos esquecer que o Cabo participou de dois cursos de formação, o de Soldados e o de Cabos, precisamos avaliar os dois cursos.
Em seguida, precisamos analisar a vida profissional de cada um.
Em quais unidades operacionais os Policiais Militares foram lotados ao longo da vida profissional para que possamos avaliar a experiência prática?
Nestas unidades participaram de instruções de abordagem e de tiro?
Tal categoria de pesquisa tem como objetivos primordiais identificar plenamente o “como” e os “porquês” de uma situação específica, procurando identificar as suas características e os seus aspectos essenciais.
O resultado final dos “estudos de caso” permite uma melhor qualificação da tropa, diante da constatação dos erros e dos acertos ao longo de uma ocorrência policial, que passam a ser objeto de análise e discussão ao longo das instruções dos cursos de formação e de aperfeiçoamento.
A Diretoria de Ensino e Instrução da corporação poderia voltar a desenvolver tais pesquisas através das unidades de apoio ao ensino e o estudo da trágica ocorrência envolvendo a guarnição do 6º BPM pode ser o reinício do processo.
A filmagem da ação é o ponto de partida, onde podemos constatar que a abordagem feita ao veículo e as ações que se seguiram contrariaram a legalidade e a técnica policial-militar.
Isso é um fato, entretanto precisamos descobrir o que fez com que os Policiais Militares agissem de uma forma de todo condenável?
Portanto, independente das investigações realizadas pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, creio que devemos realizar um “estudo de caso” da ocorrência, precisamos conhecer todos os fatores que contribuíram para um desfecho tão assustador, para que possamos evitar que tais fatos se repitam ceifando novas vidas inocentes no Rio de Janeiro.
O estudo precisa ser multidisciplinar e passo a relacionar alguns parâmetros que podem subsidiar a pesquisa – o “estudo de caso” - na certeza de que existem inúmeros outros pontos a serem investigados e que este artigo não esgota o tema:
O ponto de partida são os Cursos de Formação de Soldados e de Formação de Cabos, considerando que segundo a mídia, a guarnição era composta por um Cabo, com mais de 8 (oito) anos de serviço e por um Soldado.
Precisamos definir o treinamento recebido pelos dois Policiais Militares, especificamente no tocante às instruções de abordagem de veículos, pessoas e edificações e de armamento e tiro.
Os cursos foram realizados no CFAP – 31 de Voluntários ou foram realizados em outra Organização Policial Militar, considerando que existem cursos realizados fora do CFAP?
Como foram realizadas as instruções de abordagem e de tiro?
As instruções foram teóricas e práticas?
Quantas instruções práticas foram ministradas?
Quantos disparos cada Policial Militar realizou ao longo dos cursos de formação com o armamento que estavam utilizando no dia da ocorrência?
Precisamos ouvir os instrutores das matérias e ouvir ainda - através de uma amostragem – os companheiros do mesmo pelotão do Cabo e do Soldado para uma melhor avaliação do processo ensino-aprendizagem.
E não podemos esquecer que o Cabo participou de dois cursos de formação, o de Soldados e o de Cabos, precisamos avaliar os dois cursos.
Em seguida, precisamos analisar a vida profissional de cada um.
Em quais unidades operacionais os Policiais Militares foram lotados ao longo da vida profissional para que possamos avaliar a experiência prática?
Nestas unidades participaram de instruções de abordagem e de tiro?
Qual foi a última vez que cada um realizou um disparo durante um treinamento?
Freqüentaram algum curso ou estágio após os cursos de formação?
Participaram de ocorrências de confronto armado? Quantas? Resultados? Vítimas?
Realizaram disparos de arma de fogo em serviço no último ano? Quantos? Resultados? Vítimas? Quantidade de munição consumida?
A Polícia Militar possui um programa de análise e controle dos disparos de arma de fogo realizados por Policiais Militares em serviço, gerenciado pela Corregedoria Interna, de onde alguns dados poderão ser extraídos.
Finalmente, a situação do “homem” precisa ser analisada em detalhes, tendo em vista que “O Policial Militar é o patrimônio da Polícia Militar”.
Qual a escala de serviço dos Policiais Militares?
Os Policiais Militares eram escalados em serviço extra com prejuízo das folgas? Qual a freqüência dos serviços extras?
Qual a situação sanitária dos Policiais Militares? Estavam sendo submetidos a algum tratamento de saúde?
Qual a situação sócio-econômica dos Policiais Militares? Vivenciam algum problema de ordem pessoal ou familiar em razão de dificuldades financeiras?
Complementavam os baixos salários realizando outra atividade para prover o sustento da família? Qual e com que freqüência?
No dia anterior estavam de folga? Descansaram ou trabalharam no “bico”?
Precisamos conhecer a realidade do “homem” e conhecer a realidade do processo ensino-aprendizagem desenvolvido pela instituição para que possamos começar a entender o aparentemente inexplicável, como a trágica ação que assombrou a todos.
Precisamos conhecer todo o processo que conduziu ao desfecho, eis o primeiro passo para que possamos adotar soluções ao invés de desculpas e de críticas.
Concluindo, nada do que possamos fazer tem como reverter a tragédia que se abateu sobre as famílias após o desfecho da ocorrência, todavia, buscando o “como” e os “porquês” poderemos evitar que tragédias semelhantes parem de ocorrer e devemos investir todos os recursos públicos necessários para obter esse imensurável benefício.
“O Policial Militar é o patrimônio da Polícia Militar!”
Será que a linda frase não tem ficado apenas no terreno do discurso politicamente correto?
Investir realmente no patrimônio - o homem - é o primeiro passo na direção da reformulação das instituições policiais do Rio de Janeiro, uma mudança que levará muitos anos e que precisa ser iniciada de imediato.
Freqüentaram algum curso ou estágio após os cursos de formação?
Participaram de ocorrências de confronto armado? Quantas? Resultados? Vítimas?
Realizaram disparos de arma de fogo em serviço no último ano? Quantos? Resultados? Vítimas? Quantidade de munição consumida?
A Polícia Militar possui um programa de análise e controle dos disparos de arma de fogo realizados por Policiais Militares em serviço, gerenciado pela Corregedoria Interna, de onde alguns dados poderão ser extraídos.
Finalmente, a situação do “homem” precisa ser analisada em detalhes, tendo em vista que “O Policial Militar é o patrimônio da Polícia Militar”.
Qual a escala de serviço dos Policiais Militares?
Os Policiais Militares eram escalados em serviço extra com prejuízo das folgas? Qual a freqüência dos serviços extras?
Qual a situação sanitária dos Policiais Militares? Estavam sendo submetidos a algum tratamento de saúde?
Qual a situação sócio-econômica dos Policiais Militares? Vivenciam algum problema de ordem pessoal ou familiar em razão de dificuldades financeiras?
Complementavam os baixos salários realizando outra atividade para prover o sustento da família? Qual e com que freqüência?
No dia anterior estavam de folga? Descansaram ou trabalharam no “bico”?
Precisamos conhecer a realidade do “homem” e conhecer a realidade do processo ensino-aprendizagem desenvolvido pela instituição para que possamos começar a entender o aparentemente inexplicável, como a trágica ação que assombrou a todos.
Precisamos conhecer todo o processo que conduziu ao desfecho, eis o primeiro passo para que possamos adotar soluções ao invés de desculpas e de críticas.
Concluindo, nada do que possamos fazer tem como reverter a tragédia que se abateu sobre as famílias após o desfecho da ocorrência, todavia, buscando o “como” e os “porquês” poderemos evitar que tragédias semelhantes parem de ocorrer e devemos investir todos os recursos públicos necessários para obter esse imensurável benefício.
“O Policial Militar é o patrimônio da Polícia Militar!”
Será que a linda frase não tem ficado apenas no terreno do discurso politicamente correto?
Investir realmente no patrimônio - o homem - é o primeiro passo na direção da reformulação das instituições policiais do Rio de Janeiro, uma mudança que levará muitos anos e que precisa ser iniciada de imediato.