terça-feira, 22 de julho de 2008

O DIA ONLINE - OPERAÇÃO POLICIAL CONTRA MILÍCIA.

DIA ONLINE.
22/7/2008 09:48:00
'Essa prisão é uma covardia, ela não existe', diz Natalino Deputado estadual foi preso e é acusado de chefiar grupo de milicianos.
Celso Oliveira.

Rio - Numa operação que envolveu mais de 100 policiais civis e militares, o deputado estadual Natalino José Guimarães (DEM), acusado de chefiar o grupo de milicianos Liga da Justiça, foi preso no final da noite desta segunda-feira em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.
Cinco suspeitos de integrar a quadrilha, incluindo dois policiais militares, também foram capturados e um deles foi baleado em tiroteio ocorrido na rua onde mora o deputado.

Alerj se reúne quarta.
Por conta da prisão, a presidência da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro convocou, em caráter extraordinário, os membros da Mesa Diretora, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e do Conselho de Ética para a reunião na manhã desta quarta-feira, quando serão avaliados os autos de prisão de Natalino e uma possivel cassação de seu mandato.

Armas e munições na casa.
De acordo com a polícia, um arsenal com dez armas e grande quantidade de munição foi encontrado na casa de Natalino e em seis carros estacionados nas proximidades e também apreendidos. O parlamentar disse que a prisão foi arbitrária e classificou-a como perseguição política. Por volta das 22h, policiais da 35ª DP (Campo Grande), chefiados pelo delegado-titular Marcus Neves, e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) cercaram a casa do deputado, um dúplex na Rua Itatitara 95. Policiais do Regimento de Polícia Montada da PM (RPMont) foram acionados durante o tiroteio para reforçar a ação.
Dentro da casa, segundo Neves, estaria acontecendo reunião entre Natalino e mais 15 membros do grupo paramilitar, que também seria comandado pelo irmão dele, o vereador Jerônimo Guimarães Filho (PMDB), preso desde dezembro.
O delegado informou que os policiais foram recebidos a tiros na chegada e que o deputado tentou fugir em seu carro, mas o parlamentar rebateu a versão, afirmando que se entregou ao ser rendido pelo próprio Marcus Neves. "Eles não apresentaram nenhum mandado e já foram invadindo a minha casa, dando tiros para todos os lados. Não ia fugir, estava no portão, saindo para dar carona ao meu motorista, e de repente vi vários fuzis apontados para mim. Essa prisão é uma covardia, ela não existe. E não havia nada de errado dentro da minha casa, o Marcus Neves está mentindo", bradou Natalino, que foi logo algemado. O delegado informou que não precisava de ordem judicial para prender o deputado estadual, que tem imunidade parlamentar, por encontrá-lo "em estado de flagrante", pois na hora Natalino teria praticado os crimes de formação de quadrilha, porte ilegal de armas (uma espingarda e uma pistola), tentativa de homicídio (contra os policiais) e favorecimento pessoal - delitos inafiançáveis e não cobertos pela proteção da imunidade. Segundo Neves, o favorecimento refere-se ao abrigo que Natalino estaria dando a um foragido da Justiça - Fábio Pereira de Oliveira, o Fábio Gordo, 34, procurado por homicídio e extorsão. Suspeito de ser um dos principais aliados do deputado na milícia, Fábio foi ferido no braço esquerdo durante a troca de tiros.
Além dele e do parlamentar, foram presos o cabo do 27º BPM (Santa Cruz) Rogério Alves de Carvalho, motorista de Natalino, o cabo do Regimento de Polícia Montada da PM (RPMont) Ivilson Umbelino de Lima, o Bibico, que se apresentou no batalhão, o agente penitenciário Wagner Rezende de Miranda, o Waguinho, 52, que seria segurança do deputado, e um assessor dele na Alerj, Júlio César Pereira da Costa, 40. O restante do bando conseguiu escapar.