segunda-feira, 21 de julho de 2008

PROTESTOS CONTRA VIOLÊNCIA POLICIAL e POLICIAIS MILITARES INVESTIGADOS.

O DIA ONLINE.
Dia de luto e protesto contra violência policial.
http://odia.terra.com.br/rio/htm/dia_de_luto_e_protesto_contra_violencia_policial_186591.asp
Mortes de motoboy no Flamengo e de administrador em São Cristóvão provocam manifestações contra ações mal planejadas.
Rio - O enterro do motoboy Edson Vaz do Nascimento, 36 anos, morto no início da noite de sábado no Morro Azul, no Flamengo, foi marcado por revolta e indignação. As cerca de 200 pessoas que compareceram ao Cemitério São João Batista, em Botafogo, ontem à tarde, protestaram com faixas e cartazes contra a Polícia Militar, a política de segurança e o governador Sérgio Cabral.
Durante o enterro, moradores voltaram a acusar policiais conhecidos como ‘bonde dos carecas’ de terem atirado contra Edson. Segundo eles, o grupo costuma extorquir traficantes e intimidar moradores. “Foi um desastre. Ele era trabalhador, não um bandido. Os policiais subiram o morro para ‘mineirar’ (extorquir) e acabaram causando uma tragédia na comunidade. Atiraram sem nenhum motivo”, disse uma vizinha da vítima, que pediu para não ser identificada.
Outro morador contou que estava ao lado de Edson quando ele foi atingido pelo tiro de fuzil. Segundo ele, os PMs nem chegaram a abordar o motoboy: “Podia ter sido eu ou qualquer outra pessoa que estivesse ali. É uma vergonha o que aconteceu”.
A viúva, Alessandra do Nascimento Rodrigues, 25 anos, contou que o marido tinha saído de casa para fazer um lanche e parou para conversar com um amigo que encontrou no caminho. Foi quando acabou baleado. Segundo ela, depois de constatarem a morte, os PMs quiseram retirar o corpo do local. “Isso revoltou a comunidade, que não deixou eles levarem meu marido”, lembrou.
PROTESTO VIOLENTO.
Logo depois da morte de Edson, moradores promoveram um protesto violento: destruíram a viatura da PM que ficou na favela, queimaram três carros na Rua Paulo VI e fecharam Rua Marquês de Abrantes. Ontem o policiamento nas redondezas do Morro Azul foi reforçado.
Morando há 10 anos na comunidade, Alessandra lembrou que o marido já havia sido vítima de outra ação desastrosa da PM em 2000, quando foi atingido por três tiros. Pedindo por justiça, ela espera que o policial autor do disparo seja identificado e condenado. “Ele deve pagar pela morte de um inocente”, pediu.
Caminhada em Copacabana contra a morte de administrador
Em Copacabana, a polícia também foi alvo de manifestação promovida por parentes do administrador Luiz Carlos Soares da Costa, 36 anos, vítima de ação desastrada, há uma semana, em São Cristóvão. No protesto, a maior revolta era contra as declarações do Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, de que os PMs que atiraram contra o carro de Luiz agiram corretamente.
“As autoridades precisam rever suas palavras. Os PMs deveriam ter atirado no pneu e ter chamado viatura de socorro. Somos nós que, de forma sofrida, pagamos os salários deles. Sei que são salários baixos, mas os policiais são nossos funcionários e não podem agir assim. Meu irmão foi assassinado”, desabafou Milton da Silva, irmão do administrador. Manifestaram pediram que a Avenida Princesa Isabel se torne espaço contra a violência.

EXTRA ONLINE.
O Globo e O Globo Online.
PMs acusados pela morte de motoboy no Morro Azul têm armas recolhidas para perícia.
http://extra.globo.com/rio/materias/2008/07/20/pms_acusados_pela_morte_de_motoboy_no_morro_azul_tem_armas_recolhidas_para_pericia-547336382.asp
RIO - Quatro PMs acusados por moradores do Morro Azul, no Flamengo, pela morte do motoboy Edson Vaz do Nascimento, de 36 anos, na noite de sábado, foram afastados do serviço nas ruas. Eles vão trabalhar apenas internamente no 2º BPM (Botafogo) durante a sindicância interna e até a conclusão da perícia nas oito armas que estavam com eles.
O enterro do motoboy foi marcado por muita revolta. Indignados, cerca de 200 parentes e amigos de Edson carregavam cartazes pedindo j
ustiça. Em cima do caixão foi colocada uma placa que dizia "Socorro". (
Veja as fotos do enterro )
Na noite do sábado, os moradores do Morro Azul incendiaram carros, depredaram a entrada de uma agência bancária e fecharam a Rua Marquês de Abrantes com lixo e pedaços de madeira. Eles mandaram fechar o comércio, e destruíram um abrigo de publicidade e os vidros de uma agência do HSBC, onde colocaram pedras e troncos de árvore. Uma barricada foi montada e eles atearam fogo.
(Veja imagens da confusão)
O motoboy, que trabalhava numa farmácia da Rua Marquês de Abrantes, mas estava de folga, morreu na noite do sábado. Segundo a esposa dele, Alessandra do Nascimento, Edson saiu de casa para comprar um lanche para a filha e, ao parar para conversar com um vizinho, em frente à casa da mãe, foi atingido com um tiro de fuzil por policiais do 2ºBPM. Os policiais alegam que ouviram o tiro quando estavam no acesso ao morro fazendo uma prisão, mas que não viram quem atirou.
A polícia vai investigar a participação de quatro PMs na ação. Os suspeitos de matar o motoboy prestaram depoimento na noite de sábado e foram liberados. A equipe vai ficar afastada do trabalho nas ruas durante o período de investigação. A única testemunha que prestou depoimento na 9ª DP (Catete) disse que não viu de onde tiro partiu.
Protestos para lembrar vítimas da violência.
Neste domingo,
duas manifestação foram realizadas para lembrar vítimas da violência no Rio . Em Copacabana, parentes e amigos do administrador Luiz Carlos Soares da Costa, de 36 anos, morto numa troca de tiros entre policiais e um ladrão que o havia seqüestrado , fizeram uma passeata. O objetivo da manifestação, que teve a participação de parentes de outras vítimas da violência e membros da ONG Rio da Paz, era chamar a atenção das autoridades públicas para a violência policial, além de pedir a punição dos culpados pela morte do administrador.
Enquanto o protesto pela morte de Luiz Carlos era realizado em Copacabana, em outro ponto da Zona Sul do Rio foi realizada uma missa em homenagem aos policiais militares que foram
fuzilados por bandidos na última quinta-feira na Fonte da Saudade . A missa foi realizada na Igreja de Santa Margarida Maria, na Lagoa, e teve a presença de moradores da região, além de policiais. Representantes do Comando Geral da Polícia Militar do Rio também estiveram presentes. (Veja fotos das manifestações )
O ato religioso foi pedido pela Associação de Moradores da Fonte da Saudade. De acordo com a presidente do órgão, os moradores da Lagoa estão de luto, e cobram uma resposta do governo. Uma outra missa deve ser realizada na próxima quarta-feira, dia em que a morte dos PMs completará uma semana.